Outubro 06, 2024

Impacto do Auxílio Brasil chega a 34% do PIB dos municípios Featured

O impacto do Auxílio Brasil pode passar de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nos municípios. Entre as 100 cidades com maior impacto do benefício nas economias municipais, 96 estão no Nordeste, 3 no Norte e 1 no Sudeste. A projeção é de Ecio Costa, professor titular de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e da P³ Inteligência.

No município de Serrano do Maranhão (MA), o efeito do Auxílio Brasil no PIB é o mais significativo: quase 34%. Dos 10 municípios com o maior impacto do benefício no PIB, 7 estão no Maranhão.

Ainda segundo o levantamento, o Auxílio Brasil equivale a 10% ou mais do PIB para 648 cidades brasileiras – 597 delas no Nordeste.

Já entre os 100 municípios com os menores impactos do benefício (entre 0,01% e 0,1% do PIB), 81 são na região Sul - 54 no Rio Grande do Sul, 26 em Santa Catarina e um no Paraná. Os demais estão no Sudeste (17), Centro-Oeste (1) e Nordeste (1).

Os 10 municípios com os menores impactos do Auxílio Brasil no PIB são, pela ordem: Pomerode (SC), Nova Roma do Sul, Carlos Barbosa, Fagundes Varela, Aratiba, Picada Café, Três Arroios, Westfália (todos no RS), Iracemápolis (SP) e Vila Flores (RS).

As capitais com maiores impactos do benefício no PIB são as seguintes:

  1. Belém (2%)
  2. Fortaleza (1,82%)
  3. Macapá (1,66%)
  4. Rio Branco (1,64%)
  5. Teresina (1,61%)
  6. Salvador (1,59%)
  7. João Pessoa (1,54%)
  8. Maceió (1,4%)
  9. São Luís (1,33%)
  10. Aracaju (1,14%)
  11. Natal (1,13%)

Já Brasília (0,19%), Curitiba (0,23%), Florianópolis (0,24%), Porto Alegre (0,33%), São Paulo (0,37%), Belo Horizonte (0,45%) e Rio de Janeiro (0,48%) tiveram os menores impactos.

Pelas projeções do economista Ecio Costa, o impacto médio do Auxílio Brasil deve ser de 1,04% do PIB nacional em 2022.

Nos estados, os maiores impactos são no Maranhão e Piauí, acima de 4%. Dos 10 estados com os maiores efeitos, oito são no Nordeste - apenas o Rio Grande do Norte ficou de fora. Entraram ainda Acre e Pará, no Norte do país.

“O percentual vai ser maior justamente onde você tem provavelmente o maior número de beneficiários em relação ao tamanho do município e da economia. Em geral, os municípios mais pobres têm uma necessidade maior de auxílio porque têm uma população mais pobre”, explica Costa.

O economista usou dados do PIB de 2019 dos municípios (último levantamento disponível dentro das estatísticas do IBGE) e depois inflacionou para 2020 e 2021. Com relação aos dados do Auxílio Brasil, usou os dados disponíveis no Ministério da Cidadania de janeiro a maio e então projetou o valor para os meses de junho a dezembro.

Esses valores não incluem uma possível elevação do valor do Auxílio Brasil para R$ 600. O efeito dessa elevação potencializaria o impacto sobre o PIB de todos os municípios, com uma elevação aproximada de 25%, segundo o economista.

No caso do município de Serrano do Maranhão, em maio, havia 4.370 famílias beneficiárias. A cidade tem uma população de 10.343 habitantes, segundo o IBGE. O valor médio pago foi de R$ 422,27 – o total repassado para as famílias foi de R$ 1.724.545.

De acordo com o economista Ecio Costa, o Auxílio Brasil tem um impacto significativo por ser um programa de transferência de renda direta para a população, sem nenhuma contrapartida que possa atrapalhar a chegada dos recursos na ponta.

"Por isso, há um efeito pulverizado e multiplicador. E, como as famílias gastam o dinheiro em várias frentes, com uma parcela um pouco maior em alimentos e materiais de construção, isso termina movimentando a economia em todos os segmentos", explica.

Segundo ele, para alguns municípios, o Auxílio Brasil pode trazer a sensação de que a crise econômica não impõe tantas consequências negativas, já que essa injeção de recursos na economia favorece o consumo, que traz efeitos para o comércio, serviços e indústria, evitando inclusive demissões de funcionários.

Mas há a ressalva da inflação, que corrói o poder de compra principalmente da população de baixa renda porque pesa mais sobre os alimentos, principal item consumido pelos beneficiários.

Outro estudo feito pelo economista em 2020 mostrou que o impacto econômico do Auxílio Emergencial também beneficiou principalmente os estados do Norte e Nordeste.

No Nordeste, o impacto foi, em média, de 6,5% do PIB, mais que o dobro do peso nacional, de 2,5%. No Norte, o impacto foi de 4,8%. O estado mais beneficiado foi novamente o Maranhão, com 8,6%.

No ranking do impacto por estados, os seis primeiros colocados são do Nordeste. Por outro lado, apesar de o estado de São Paulo ser o maior recebedor, em termos nominais, quando comparado com o tamanho da sua economia, ele ficou em 25º lugar.

O economista lembra que o Auxílio Emergencial tinha maior número de beneficiários e de valores pagos.

“De lá para cá tem o efeito da inflação que corroeu o poder de compra dos beneficiários, e é maior ainda para quem precisa do auxílio porque pesa mais sobre os itens que eles mais consomem, que são os alimentos”, salienta.

g1
Portal Santo André em Foco

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