A instabilidade do clima em algumas regiões do Brasil está prejudicando produções de milho. Neste ano houve excesso e falta de chuva e a situação fez produtores enfrentarem problemas com a safra. Para não ter prejuízos, alguns usam estratégias. Moacir Catabriga, que planta soja e milho há 20 anos, está vendendo os produtos antecipadamente.
"Nós conseguimos plantar em torno de 40% da área na época ideal, que é a primeira quinzena de fevereiro, e aí com o excesso de chuvas na segunda quinzena de fevereiro nós atrasamos a colheita da soja, tendo percas na produção de soja. Por consequência atrasamos o plantio, finalização do plantio de milho", disse o produtor rural, Moacir Catabriga.
Moacir já calculou que este ano vai ter um prejuízo 15% de produtividade nos grãos de milho. O impacto só não vai ser maior porque os preços melhoraram. Isso permitirá um equilíbrio financeiro nas contas.
"Economicamente uma coisa balanceou a outra. Você perdeu em produtividade , mas ganhou em receita", avaliou o produtor.
O Tocantins tem uma área plantada de 240 mil hectares de milho, com produção estimada de 1.165.000 toneladas. Por causa dessa instabilidade climática, a área semeada, fora do período considerado ideal para o plantio, foi de 75% do total.
O engenheiro agrônomo Eduarte Bonafede explica o que causou os impactos. "No início, final de fevereiro, houve uma chuva em excesso, ela acabou atrasando um pouco o plantio do milho, e depois no início de abril houve uma falta de chuva que também causou um pouco de impacto no desenvolvimento da cultura. O excesso de chuva as máquinas não conseguiam fazer a colheita da soja, porque tira-se a soja e já entra com o milho em seguida né", disse..
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apesar do aumento na área plantada, a safra de milho ficará abaixo do esperado nos principais estados produtores. As condições de seca e as massas de ar frio ganharam força nas últimas semanas e contribuíram para queda na produção.
Em Goiás, quarto maior produtor de grãos, o ritmo da colheita segue acelerado, mas houve uma redução de 4% se comparado ao ano anterior.
"A gente espera assim que dê pra pagar as contas, honrar os compromissos", disse o produtor rural Ivan Brucelli.
G1
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