O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, disse nesta sexta-feira (19) que sua missão será a de tornar a instituição “menos banco e mais desenvolvimento”, priorizando projetos que permitam a transformação e o desenvolvimento econômico do país.
Com este norte, uma das medidas será reduzir o volume de empréstimos (desembolsos). A gente vai continuar fazendo isso, mas menos. Vamos priorizar o desenvolvimento”, afirmou o economista, que tomou posse em Brasília na última terça-feira (16) e se apresentou aos funcionários da sede do banco no Rio de Janeiro em rápida cerimônia.
“Onde o privado já provém o serviço, vamos fazer diferente”, enfatizou o novo CEO do banco de fomento. Para ser “menos banco”, apontou, vai mudar o seu posicionamento e suas metas de resultados. “A gente não está focado no lucro. A gente vai cobrar sustentabilidade”, afirmou.
Montezano apresentou cinco metas, já alinhadas com o Ministério da Economia, para serem buscadas nos próximos meses deste ano. “Temos apenas seis meses pela frente. São metas de transição que a gente precisa cumprir esse ano para já chegar em 2020 como um novo banco”, disse.
Ele reiterou o que disse em Brasília de que a prioridade inicial é “abrir a caixa-preta” do BNDES para acabar com a imagem negativa que, segundo ele, o povo brasileiro tem a respeito do banco.
“Eu diria que essa [abrir a ‘caixa-preta’ nem é a meta um, é a meta zero. Vamos abrir toda a informação que o brasileiro quer ver, porque se a gente não virar essa página isso vai continuar sendo uma nuvem preta que está em cima do banco há anos”, disse.
Foi por causa da suposta “caixa-preta” que o ex-presidente do banco, Joaquim Levy, pediu demissão. Ele teve sua atuação criticada publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, que desde a campanha eleitoral critica empréstimos concedidos pelo BNDES a países como Cuba e Venezuela.
Ao deixar o cargo, Levy afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga supostas práticas ilícitas no BNDES que não há "nada a esconder" no banco.
A segunda meta principal deste ano, segundo Montezano, é acelerar a venda de ativos da BNDESPAR. “Investir em ações na bolsa de valores tem lucro especulativo, mas não gera valor para a sociedade”, afirmou. Ele destacou que não há prazo para iniciar as vendas das participações.
A terceira meta, também destacada na cerimônia de posse em Brasília, é devolver recursos ao Tesouro Nacional. As outras duas são montar um plano trianual com metas objetivas para todo o portfólio de serviços do banco, e melhorar a prestação de serviços.
G1
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