Após se recuperar da queda provocada pela pandemia de covid-29, a atividade industrial conseguiu manter o crescimento em outubro, embora em velocidade menor do que no mês anterior. É o que apontam os Indicadores Industriais divulgados hoje (7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com a CNI, houve crescimento em “todos os indicadores de atividade”, na comparação com setembro, após o ajuste sazonal (faturamento, utilização da capacidade instalada, horas trabalhadas e emprego).
“O arrefecimento do ritmo de crescimento já era esperado, uma vez que, de uma maneira geral, a indústria de transformação já se recuperou da queda provocada pela pandemia”, informou a CNI, ao destacar que os índices relativos a faturamento real e utilização da capacidade instalada (UCI) já tinham superado o nível de fevereiro em agosto e setembro, respectivamente.
Ainda segundo a CNI, se a base de comparação for o acumulado do ano (de janeiro a outubro), os resultados ainda são negativos em relação aos do mesmo período de 2019. A expectativa é de que, ao fim do ano, o faturamento real médio esteja acima do registrado em 2019, acrescenta a confederação.
No caso da UCI, a CNI ressalta que está aumentando e que já ultrapassou os 80%. “Após ajuste para os efeitos sazonais, a UCI da indústria de transformação alcançou 80,3% em outubro, um aumento de 0,9 ponto percentual na comparação com setembro”, disse a CNI. “Esse é o maior percentual registrado em 2020 e se encontra 2,5 pontos percentuais acima do apurado em outubro de 2019”, acrescentou a entidade. A UCI média do ano (de janeiro a outubro) é 2 pontos percentuais inferior à média do mesmo período de 2019.
No caso do indicador relativo a horas trabalhadas, o crescimento foi de 1,7%, superando em 1,2% os números do mês de fevereiro, período anterior à chegada da pandemia no país. No acumulado do ano, as horas trabalhadas encontram-se 6,1% abaixo do verificado em igual período de 2019.
Emprego
Já o índice que mede o emprego mostrou que este ainda está abaixo do nível anterior à pandemia, embora continue em crescimento. Na comparação de outubro com setembro, o índice dessazonalizado cresceu 0,3% e se encontra 1,2% abaixo do índice de fevereiro deste ano. No acumulado do ano (até outubro, em comparação com 2019), o emprego na indústria registrou queda de 2,4%.
Ainda conforme os indicadores econômicos divulgados pela CNI, a massa salarial apresentou estabilidade, “influenciada pelos acordos de suspensão ou redução de jornada de trabalho com redução do salário”.
Na comparação com setembro, o índice dessazonalizado ficou inalterado, encontrando-se 3,4% abaixo do registrado em fevereiro. No acumulado no ano, a massa salarial real de 2020 “apresenta perda de 5,8% na comparação com o acumulado de janeiro a outubro de 2019”.
O levantamento da CNI destacou também a redução do rendimento médio, o que é também explicado pelos acordos emergenciais que reduziram salários. “Na comparação com setembro, o rendimento médio real caiu 0,2%, após ajuste sazonal. No acumulado de janeiro a outubro, em comparação com igual período de 2019, houve queda de 3,6% no rendimento médio real dos trabalhadores.”
Já o faturamento real das indústrias continua crescendo. Só de setembro a outubro, aumentou 2,2%. É o sexto mês seguido de crescimento. No acumulado desde abril (o pior momento da crise, segundo a CNI), tal crescimento já chegou a 49%.
“Em outubro, o faturamento se encontra 8,5% acima do registrado em fevereiro, ou seja, nível de antes da pandemia. No acumulado do ano (janeiro-outubro), o resultado ainda é negativo: queda de 1% na comparação com igual período de 2019”, complementou a entidade.
Agência Brasil
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