O dólar opera em queda nesta quinta-feira (16), num ajuste após o real figurar entre os piores desempenhos nos últimos dias, mas as operações seguiam vulneráveis à volatilidade em meio a um clima de cautela no exterior.
Às 11h46, a moeda norte-americana caía 0,78%, vendida a R$ 3,3423.
Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,70%, a R$ 5,3845. O real foi destaque negativo em dia de queda global do dólar, com analistas comentando que a divisa brasileira mais uma vez foi alvo do trade "compra de bolsa/compra de dólar", reflexo da demanda do mercado por proteção a posições no mercado de ações, destaca a Reuters.
Na parcial do mês, a moeda acumula queda de 1,01%. No ano, alta de 34,28%.
Cenário local e externo
Dados do Banco Central divulgados na quarta-feira revelaram acentuada piora nas saídas de recursos do Brasil nos últimos dias. O fluxo cambial ficou negativo em quase US$ 2 bilhões apenas na semana passada, elevando o déficit de julho a US$ 2,376 bilhões. No ano, a debandada é de quase US$ 15 bilhões.
As saídas de capital afetam a liquidez do mercado, contribuindo para o intenso vaivém nas cotações percebido nas últimas semanas.
Nesta quinta, o tom de maneira geral é mais cauteloso nos mercados globais, o que mantinha o risco de volatilidade no câmbio. Dados de varejo na China vieram piores que o esperado e ofuscavam o crescimento acima do esperado na atividade econômica no segundo trimestre.
Além disso, a escalada de tensões entre EUA e China voltava a preocupar. A Casa Branca disse na quarta-feira que não descarta novas sanções contra as principais autoridades chinesas como forma de punir Pequim pela forma como lida com Hong Kong. A China disse que responderá às táticas de "bullying" de Washington, mas que seguirá com a Fase 1 do acordo comercial acertado entre os países no ano passado.
No plano doméstico, analistas mantinham as atenções na retomada das discussões sobre a reforma tributária. Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o projeto está pronto e espera apenas o processamento político.
Na terça, o presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na terça-feira que a Casa iria retomar a discussão sobre a reforma tributária.
G1
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