O dólar opera novamente em queda nesta quarta-feira (27), caminhando para o terceiro pregão consecutivo de baixa frente ao real diante da recuperação do apetite por risco no exterior, embora as tensões entre Estados Unidos e China e a cena política doméstica continuem no radar.
Às 11h53, a moeda norte-americana era vendida a R$ 5,3238, em queda de 0,48%. Na mínima até o momento chegou a R$ 5,2713, recuando a mínimas que não eram atingidas desde meados de abril.
Na sessão anterior, o dólar fechou em queda de 2%, a R$ 5,3493, em queda de 2%, no menor patamar de fechamento desde 20 de abril (R$ 5,3078). Com o recuo, passou a acumular baixa de 1,66% no mês. No ano, porém, ainda acumula alta de 33,41%.
O Banco Central realizará nesta quarta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021.
Cenário externo e interno
No exterior, as esperanças de recuperação econômica e expectativa de um novo plano de estímulo da União Europeia ofuscavam as preocupações com as renovadas tensões entre EUA e China, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que está preparando uma forte resposta às leis de segurança nacional planejadas pela China para Hong Kong, acrescentando que será anunciada antes do fim da semana.
A Comissão Europeia propôs nesta quarta um pacote no valor de 1,85 trilhão de euros para o próximo Orçamento de longo prazo da UE e um fundo de recuperação para economias afetadas pela pandemia de coronavírus.
A economia da zona do euro deve encolher entre 8% e 12% neste ano, afirmou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertando que um cenário mais brando já está desatualizado e que os impactos econômicos do vírus devem ser entre médios e severos.
Na cena doméstica, pesquisa da Fundação Getulio Varga mostrou que a confiança da indústria teve uma leve recuperação em maio, mas mesmo assim registrou o segundo menor valor da série histórica da pesquisa, só ficando atrás da marca de abril, sinalizando o elevado nível de incerteza e de pessimismo em relação ao futuro.
Os economistas do mercado financeiro baixaram pela 15ª vez seguida a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A expectativa para o tombo da economia no ano passou de 5,12% para 5,89%, segundo o última pesquisa Focus do Banco Central. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 avançou de R$ 5,28 para R$ 5,40.
G1
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