O presidente Jair Bolsonaro afirmou em transmissão ao vivo por uma rede social nesta quinta-feira (21) que será de R$ 400 mensais o auxílio anunciado por ele para 750 mil caminhoneiros em razão da alta do preço do diesel.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o menor preço médio do litro do diesel é R$ 4,823 (Rio Grande do Sul) e o maior, R$ 6,208 (Acre). Com isso, um caminhoneiro que encher um tanque de 400 litros, por exemplo, no Rio Grande do Sul pagará em média R$ 1.929,20 e no Acre, R$ 2.483,20.
Bolsonaro fez o anúncio do auxílio à tarde, em Pernambuco (vídeo abaixo). Ele não disse de onde vai tirar os recursos nem a partir de quando o benefício será pago. À noite, na "live" pela internet, informou o valor, que, em 12 meses, somará R$ 3,6 bilhões.
"Deve ter outro aumento de combustível? Deve ter outro aumento de combustível. Não precisa ser mágico para descobrir isso aí. É só ver o preço do petróleo lá fora quanto tá o dólar aqui dentro. Então, começa a aumentar. Nós ainda dependemos de importação de diesel, em especial, em torno de 25%, e de gasolina também. Então, se não reajustar, falta. Então, a inflação é horrível? É péssima. Mas pior é o desabastecimento", declarou.
E complementou:
"Então, o que nós aqui — como está na iminência de um novo reajuste de combustível —, o que buscamos fazer, acertado com a equipe econômica? Alguns não querem, da equipe econômica, não queriam. Outros acharam que era possível dar um auxílio para os caminhoneiros, em havendo um novo reajuste, dar um auxílio para os caminhoneiros. O que está decidido até o momento? R$ 400. R$ 400 para 750 mil caminhoneiros autônomos. Isso é muito, isso é pouco? É o possível no momento. Isso dá um pouco mais de R$ 3 bilhões ao longo de um ano, um pouco mais de R$ 3 bilhões ao longo de um ano. Dentro do orçamento. Agora tem secretário — como acontece às vezes ser um ministro — que quer fazer valer sua vontade. Então, o ministro deu uma decisão: vamos gastar dentro do teto porque as reformas continuam", afirmou.
Nesta quinta, quatro secretários do Ministério da Economia pediram demissão após as manobras do para "furar" o teto de gastos do governo e com isso garantir recursos para pagar pelo menos R$ 400 mensais no ano que vem — ano eleitoral — para os beneficiários do programa social Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família.
Na Câmara, uma comissão especial aprovou a PEC dos Precatórios, que fixa um limite, a cada exercício financeiro, para as despesas com precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça). O texto é uma das apostas do governo federal para viabilizar o Auxílio Brasil. A previsão é que, com a adiamento do pagamento de parte dos precatórios e uma alteração na forma de correção do teto de gastos, o governo libere pelo menos R$ 84 bilhões para financiar o programa no ano que vem.
Na "live", Bolsonaro também falou sobre o Auxílio Brasil e criticou o mercado. "O auxílio de R$ 400, abaixo de R$ 4 bi por ano dentro do orçamento. Daí fica o mercado nervosinho. Se vocês explodirem a economia do Brasil, pessoal do mercado, vocês vão ser prejudicados também", disse.
Confederação repudia
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) informou que "repudia" o que chamou de "auxílio-diesel" de R$ 400 anunciado por Bolsonaro.
“Ao invés de tratar a causa, quer tratar o efeito colateral dela. É preciso extirpar o mal dessa política errada da Petrobrás que começou no governo Temer e segue no governo Bolsonaro”, afirmou na nota Carlos Alberto Litti Dahmer, caminhoneiro autônomo e diretor da CNTLL.
g1
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