Outubro 02, 2024

Hacker deixou cópias de conversas de autoridades no exterior, afirma defesa Featured

Os advogados de Walter Delgatti Neto, suposto hacker acusado de invadir celulares de autoridades, divulgaram nota neste domingo informando que ele deixou cópias das conversas com outras pessoas dentro e fora do país. “Para todos os fins, registra, por pertinente, que o conjunto das informações está devidamente resguardado por fiéis depositários, nacionais e internacionais", diz a nota dos advogados Luis Gustavo Delgado Barros e Fabrício Martins Chaves Lucas.

A Polícia Federal considera que ainda falta esclarecer pontos essenciais antes de concluir as investigações sobre o hackeamento de aplicativos de celular do ministro da Justiça, Sergio Moro, do procurador Deltan Dallagnol e outras autoridades. Para a polícia, Delgatti pode não ter dito toda a verdade.

A polícia suspeita, por exemplo, que o suposto hacker mentiu ao dizer que não invadiu o telefone do ministro da Economia Paulo Guedes e outras autoridades do governo federal. Quando foi preso, o celular de Delgatti estava aberto no Telegram de Guedes. Ele disse também que acessou o Telegram de Lula, mas o ex-presidente estava preso na época, sem acesso a celular.

A polícia fará, a partir de agora, um raio-X sobre as movimentações financeiras e as relações pessoais de Delgatti. Os investigadores vão fazer um levantamento sobre todas as pessoas com quem o suposto hacker manteve algum tipo de contato.

Em outra frente, perícias sobre celulares e laptops apreendidos na Operação Spoofing deverão esclarecer, de uma vez por todas, a dimensão do hackeamento. No primeiro depoimento, Delgatti assumiu responsabilidade sobre invasões de aplicativos entre março e maio. As invasões estariam na casa das dezenas. Mas no material apreendido perícia identificou indícios de hackeamento de aproximadamente mil telefones. Alguns deles, ocorridos depois de maio.

Nesse primeiro momento, a polícia traçou um perfil psicológico de Delgatti, numa tentativa de entender melhor o caso. Para a PF, ele seria um típico estelionatário, que gostar de contar vantagem sobre os próprios crimes. Mas ao contrário de outros da mesma categoria, não conta tudo o que fez.

Segundo amigos, Delgatti nunca teve emprego fixo e viveu uma infância conturbada, além de tomar remédios contra depressão. Ele chegou a ser acusado de estupro pela cunhada, em 2015, após filmar uma relação sexual com ela. Num segundo depoimento, a mulher retirou a acusação de estupro.

A PF não dá previsões sobre quanto tempo ainda devem durar as investigações. Os trabalhos estão sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que ficou conhecido por conduzir o inquérito do mensalão. Antes disso, ele já tinha desvendado um super esquema de fraudes no INSS do Rio de Janeiro.

O Globo
Portal Santo André em Foco

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