Outubro 04, 2024

Bolsonaro muda tom e avança sobre votos de centro Featured

Completa hoje dez dias a guinada de estilo e de estratégia, inaugurada pelo presidente Bolsonaro, desde que deixou a internação hospitalar em São Paulo. O esgotamento físico coincidiu com a exaustão da estratégia de confronto que terminou por colher a rejeição da cúpula dos demais poderes, numa sinalização de que o limite havia sido alcançado.

Desde então, Bolsonaro busca o caminho de volta. É notável, na mudança de rotina do presidente, a substituição dos encontros cotidianos com apoiares, por entrevistas on line com jornalistas “amigáveis”. Nestas ocasiões, trocou os ataques e até xingamentos a autoridades e políticos, por um esforço por tentar esclarecer suas posições.

A mudança na comunicação vem casada com uma renovação do núcleo de influenciadores. Ao partilhar um cargo central com um dos caciques do Centrão, Ciro Nogueira, Bolsonaro consolida o movimento que afastou das decisões de governo a influência marcante da ala ideológica chefiada pelos filhos, e delimita o suporte oferecido pelos militares.

Com o ensaio de migração para o centro do espectro político, o presidente busca captar a intenção de voto dos eleitores que rejeitam Lula e estão em busca de uma saída entre as opções da chamada terceira via. O campo segue congestionado por nomes que se destacaram justamente nos embates com Bolsonaro, e não com Lula. A lista extensa inclui agora os senadores Simone Tebet (MDB/MS) e Rodrigo Pacheco (DEM/MG) e o apresentador de televisão José Luiz Datena.

Diante de tamanho “ataque especulativo” a seu campo ideológico de ação e às franjas de seu curral eleitoral, a iniciativa de Bolsonaro pretende frear este movimento e ampliar suas chances na disputa que, neste momento, sinaliza para a vitória do petista em primeiro turno, segundo pesquisas.

A nova postura também viabiliza acordos futuros, num cenário de campanha. Bolsonaro sabe que precisa das legendas do Centrão para terminar seu mandato, mas apenas com elas dificilmente alcançará a reeleição.

A nova postura também viabiliza acordos futuros, num cenário de campanha. Bolsonaro sabe que precisa das legendas do Centrão para terminar seu mandato, mas apenas com elas dificilmente alcançará a reeleição.

R7
Portal Santo André em Foco

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