O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dizer nesta quinta-feira (20), em sua live semanal, que a CPI da Covid é um "vexame nacional" e disse que seu ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, "foi muito bem" ao ser questionado pelos senadores nesta quinta e na quarta-feira (19).
O mandatário também voltou a criticar os senadores por supostamente não quererem investigar o desvios de verbas federais por estados e municípios – o que não é verdade, já que a questão é um dos objetos da CPI – e também reclamou de perguntas dos senadores sobre a cloroquina.
"Questão da CPI continua. Já ouvi que o Pazuello foi muito bem. Continua sendo um vexame nacional, não querem investigar o uso de recursos, querem falar sobre aquele negócio que o pessoal usa para combater a malária", disse.
Ele evitou falar "cloroquina" para não ter o vídeo restringido pelo Facebook por fazer propaganda do medicamento sem eficácia comprovada contra a covid-19. Bolsonaro, porém, voltou a dizer que tomou cloroquina há algumas semanas quando sentiu sintomas da doença.
"Tenho vontade de ser deputado para voltar a falar o que eu penso de verdade da CPI. Estão apurando o que? O remédio que ofereci para a ema? Depois que o filho do Renan ofereceu, que o filho do Barbalho ofereceu?", completou.
Ainda sobre os remédios do "kit covid", Bolsonaro subiu o tom contra as pessoas que não fazem o uso da ivermectina para tratar a doença. "E esse outro remédio que é para combater verme, né? Matar verme. Então por isso que a esquerda não toma. Porque vai matar o verme que eles são", reclamou.
Pazuello na CPI
No retorno à CPI da Covid, o ex-ministro Eduardo Pazuello procurou se blindar contra perguntas que indicavam possíveis omissões e erros seus nas decisões relativas ao enfrentamento da pandemia de covid-19.
Um dos temais mais abordados foi a crise de oxigênio no Amazonas. O ex-ministro afirmou que o governo federal desistiu de fazer uma intervenção no estado após ouvir o governador Wilson Lima (PSC) em reunião de ministros com o presidente Jair Bolsonaro. "O governador se explicou e foi decidido pela não intervenção", afirmou Pazuello.
A menção a Bolsonaro na decisão relativa ao Amazonas foi a única de maior relevância sobre o presidente durante o segundo dia de CPI. Assim como na quarta-feira (19), primeiro dia do depoimento, Pazuello afastou possíveis responsabilidades do presidente em diversas decisões na pandemia, como as envolvendo compra ou não de vacinas e a recomendação de tratamento precoce com cloroquina.
R7
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