Com a mudança no Ministério da Defesa, em que Fernando Azevedo e Silva foi demitido para a entrada de Braga Netto, ex-titular da Casa Civil, o alto escalão do Exército volta a se reunir nesta terça-feira para discutir prováveis nomes para ocupar o comando no lugar de Edson Leal Pujol, considerado na corda-bamba. A ideia é montar uma lista com candidatos, atuais generais quatro estrelas, para submetê-la à Presidência da República. Entre os mais cotados estão os nomes de Marco Antônio Freire Gomes, José Luiz Freitas, Marcos Antonio Amaro dos Santos e Paulo Sérgio. A montagem desse quebra-cabeça não é uma tarefa simples na atual conjuntura. Na avaliação do Alto Comando, cada um dos candidatos tem um “porém” no currículo.
Freitas se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1979 e seria o mais indicado na linha de que antiguidade é posto, como mais antigo no Exército. Segundo a colunista do GLOBO Malu Gaspar, ele, porém, não estaria em primeiro lugar na preferência de Bolsonaro, que tem expressado apreço pela nomeação de Marco Antônio Freire Gomes, atual Comandante Militar do Nordeste e ex-secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional no governo de Michel Temer. Freire Gomes se formou na Aman um ano depois que Freitas, o que poderia causar algum desconforto, mas também é o nome defendido com unhas e dentes por Braga Netto.
Nomeado por Bolsonaro em março do ano passado como chefe do Estado-Maior do Exército, o segundo posto mais importante na hierarquia da corporação, o general Amaro também já passou pelo Comando Militar do Leste. O "porém" dele passa por um forte obstáculo político, já que tem em sua conta uma direta associação com o governo Dilma Rousseff: foi secretário de segurança pessoal e chefe da Casa Militar na gestão da petista.
Responsável pelo setor de recursos humanos da Força, inclusive da área de saúde, o general Paulo Sérgio seria o homem certo, no lugar certo e na hora certa: conhece a logística do Exército e o tema combate à Covid. Comenta-se, inclusive, que seu caminho já estava praticamente pavimentado. Mas Bolsonaro não gostou da entrevista que ele deu ao jornal “Correio Braziliense” no fim de semana. Nela, Paulo Sergio falou como o Exército consegue manter a taxa de mortalidade pela doença em 0,13%, bem abaixo do índice de 2,5% registrado na população em geral: medidas restritivas, campanhas de conscientização e protocolos rígidos seguidos internamente. Três "poréns".
O Globo
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