O Campinense garante foi até a Arena Pernambuco, neste domingo, encarar o Vitória-PE e conquistou um importante e merecido triunfo fora de casa. A equipe de Francisco Diá foi amplamente superior ao time pernambucano, mas o ataque rubro-negro ficou devendo. O nigeriano Yérien marcou o gol da vitória da Raposa, mas Erivan e Lopeu desperdiçaram diversas chances, que poderiam ter resultado em gol e elastecido o resultado.
PRIMEIRO TEMPO
Logo nos primeiros minutos o Campinense tratou de deixar claro ao Vitória das Tabocas que as ações do jogo seriam dominadas pelo lado rubro-negro. O time de Francisco Diá exerceu uma forte pressão no campo defensivo, jogando com a linha de defesa muito alta, na altura da linha que divide o campo, durante a maior parte da primeira etapa. As chances se acumulavam, mas os atacantes, sobretudo Erivan e Lopeu, não as aproveitaram. Erivan ainda chegou a balançar as redes, mas o gol foi anulado por um impedimento apontado pelo assistente Renan Aguiar da Costa. O Vitória apareceu no jogo apenas com duas cobranças de falta. Uma do experiente Val, ex-Flamengo e Botafogo-PB, que exigiu grande defesa de Wagner Coradin. Para além disso, os mandantes da partida nada fizeram.
SEGUNDO TEMPO
A tônica do primeiro tempo se repetiu na segunda etapa, mas logo aos 5 minutos de jogo, o atacante nigeriano Yerien completou um chute cruzado de Lopeu, que o goleiro Dida não conseguiu interceptar, e empurrou para o fundo das redes, abrindo o placar. Daí em diante, o Campinense foi só pressão. O Vitória, por sua vez, ainda levou perigo no fim da partida, mas Ferreira apareceu para salvar o Campinense. Erivan e Lopeu desperdiçaram mais duas chances claras e o placar permaneceu inalterado.
COMO FICA A TABELA?
Com o triunfo desta tarde, a Raposa conquista os primeiros três pontos e fica com a segunda colocação, pois a Jacuipense tem saldo de gols mais positivo, após vencer o ASA por 2 a 0. O Vitória está na terceira posição, também por conta do saldo de gols.
PRÓXIMOS COMPROMISSOS
Na próxima rodada, o Campinense recebe a Jacuipense no Estádio Amigão. A partida está agendada para o próximo domingo, às 16h.
Globo Esporte
Portal Santo André em Foco
Treze e ABC entraram no campo do Estádio Amigão com o mesmo objetivo: somar três pontos no Grupo A da Série C. O Galo da Borborema entrava mais pressionado, tanto por jogar em casa quanto pelo empate frustrante na estreia contra o Santa Cruz. Dentro de campo, o que se viu foi um duelo bem franco, aberto, com o Alvinegro da Paraíba desperdiçando as melhores chances. No entanto, o Elefante não ficou atrás e também teve oportunidades perdidas, chances claras para sair com a vitória. Após 90 minutos, o empate acabou sendo o mais justo.
Primeiro tempo
A primeira etapa foi bastante equilibrada. No início, o ABC comandou melhor a troca de passes, enquanto o Treze apostava na velocidade, em jogadas de contra-ataque, para buscar abrir o placar. Porém, diferente da partida de estreia, o Galo não se impôs da mesma forma, tendo mais dificuldade para deslanchar. Os destaques foram o lateral Edy e o atacante Gil, além do goleiro Mauro Iguatu. Por sinal, o time potiguar foi quem teve boas oportunidades, com o atacante Rodrigo Rodrigues e o meia Anderson Rosa. Ao fim dos primeiros 45 minutos, tanto o Galo quanto o Elefante foram para o vestiário sem balançar as redes.
Segundo tempo
No segundo tempo, o Galo da Borborema começou com tudo, se lançou ao ataque buscando abrir o marcador. No entanto, o time comandado por Flávio Araújo acabou falhando demais na hora de balançar as redes. E diante do desgaste, o técnico acabou substituindo peças importantes, o que não surtiu efeito ao longo da partida. No lado do ABC, o melhor momento foi mesmo na reta final, quando a equipe potiguar controlou o confronto, mas também não conseguiu vazar a meta de Mauro Iguatu.
A classificação
Com os resultados de momento, o ABC está na segunda colocação do Grupo A, com quatro pontos somados em duas partidas. Já o Treze, que chegou ao segundo empate na competição, acumula dois pontos, dividindo a sétima colocação com o Botafogo-PB, o outro clube paraibano na disputa.
Na próxima rodada
No próximo fim de semana, pela terceira rodada da Série C, o Treze vai até o Maranhão enfrentar o Imperatriz. A partida acontece no sábado, às 19h, no Estádio Frei Epifânio. O ABC também permanece atuando longe de Natal. No domingo, o Elefante visita o Confiança, às 16h, no Estádio Batistão, em Aracaju.
Globo Esporte
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Bolsonaro participou de cerimônia em comemoração ao 130º aniversário do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Ele destacou a excelência do ensino e o sucesso dessas instituições nas avaliações da educação básica. “Precisamos promover uma educação que prepare nossos jovens para os desafios da quarta revolução industrial”.
De acordo com o presidente, já está em andamento a construção do maior colégio militar do Brasil, no Aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo.
Protesto
Pais, alunos e professores dos colégios Pedro II (CPII), Aplicação e Centro Federal de Educação Celso Suckow da Fonseca ocuparam as ruas em frente ao Colégio Militar para protestar contra a redução de 36,37% no orçamento anual do CPII, anunciada na semana passada pelo Ministério da Educação.
As ruas Morais e Silva e São Francisco Xavier estavam interditadas de manhã para a visita do presidente Jair Bolsonaro. Uma das oito unidades do Pedro II no estado fica em frente ao Colégio Militar, na Tijuca, zona norte do Rio.
Agência Brasil
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), prepara uma lista de propostas já aprovadas na Casa que não avançaram na Câmara. A ideia, segundo o parlamentar, é reunir até 30 matérias e pedir que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), inclua as propostas na pauta, em nome da reciprocidade. “Os senadores estão cobrando, com legitimidade, o princípio da reciprocidade: que a Câmara possa também fazer uma pauta de votação de matérias que o Senado já encaminhou e que não são pautadas”, disse Alcolumbre.
A lista de projetos do Senado com tramitação prioritária na Câmara dos Deputados foi proposta pelos líderes da Casa. Na lista, há desde penas mais duras para crimes ambientais a diretrizes nacionais para o combate ao diabetes.
O Projeto de Lei (PL) 550/2019, considerado uma resposta do Senado ao rompimento da Barragem em Brumadinho (MG), está na lista. O texto torna mais rígida a responsabilização civil, penal e administrativa das mineradoras, além de estabelecer multas de R$ 10 mil a R$ 10 bilhões para crimes ambientais — o valor varia conforme a extensão do dano e do potencial econômico do infrator.
A multa, quando aplicada, deverá ser revertida obrigatoriamente à região afetada. O texto também classifica como hediondo o crime de poluição ambiental quando resultar em morte, o que permite o aumento da pena em até quatro vezes. Na Câmara, a matéria será tema de uma comissão especial, ainda não constituída, antes de seguir para o Plenário da Casa.
Outra proposta que integra a lista é o PDS 61/2018, aprovado em junho de 2018, que autoriza a venda de etanol diretamente do produtor aos postos de combustíveis. De autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA), o projeto foi uma resposta às reivindicações de caminhoneiros que organizaram uma greve em todo o país. Na Câmara, o texto precisará passar pelas comissões de Minas e Energia (CME) e de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir a Plenário.
O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 133/2017, aprovado no início de março, cria a Política Nacional de Prevenção do Diabetes, a ser adotada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto teve origem na Câmara, recebeu emendas no Senado. Agora, essas alterações precisam ser confirmadas pelos deputados.
Basicamente, nesse caso, os senadores retiraram do texto obrigações já previstas em lei como menções ao direito às medicações e aos materiais de monitoramento da doença e a obrigatoriedade de exames de glicemia e de teor de açúcar em pronto-atendimentos e triagens, já feitos pelo SUS.
Agência Brasil
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O presidente da República, Jair Bolsonaro, afastou qualquer possibilidade de fazer uma regulamentação da mídia no país. Ele, inclusive, citou as redes sociais como veículo de mídia excluído de possibilidade de regulação.
“Em meu Governo a chama da democracia será mantida sem qualquer regulamentação da mídia, aí incluída as sociais”, disse o presidente em sua conta no Twitter, neste domingo (5).
A regulação da mídia chegou a ser tema de discussões em 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. À época, o governo entendia que a medida democratizaria a comunicação e combateria oligopólios e monopólios no setor. O debate, no entanto, não foi à frente.
Reintegração de posse
Em outra postagem no Twitter, Bolsonaro disse que órgãos federais foram orientados pela Advocacia-Geral da União (AGU) a proceder com a reintegração de posse de imóveis públicos ocupados por causa de algum protesto. Segundo o presidente, a reintegração de posse não deverá aguardar decisão judicial correspondente.
“Por meio da Advocacia-Geral, o governo orientou os órgãos federais a fazer reintegração de posse de imóveis públicos ocupados ou invadidos por ‘manifestantes’ sem aguardar demoradas decisões, agilizando os serviços dos pagadores de impostos. Tudo dentro da lei”, postou o presidente.
Agência Brasil
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A comissão especial que vai analisar o mérito da reforma da Previdência na Câmara terá a primeira reunião ordinária nesta terça-feira (7), às 14h30. Segundo cronograma apresentado pelo presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), serão realizadas 11 audiências públicas com cerca de 60 convidados para debater o tema.
Segundo Ramos, apesar de haver sugestões para ouvir 130 pessoas, esse número deve ser reduzido. “Não posso usar o argumento de fazer audiência pública e inviabilizar o momento da matéria de ser votada. Vou tentar coordenar para que a gente possa ter mais tempo para discutir as emendas”, afirmou.
O parlamentar disse ainda que os trabalhos no colegiado têm de ser coordenados com a construção de maioria no plenário. “Não adianta votar na comissão sem a garantia no plenário”, disse. Marcelo Ramos quer aprovar a reforma na comissão e entregar o texto para análise do Plenário da Câmara até julho.
Gabinete de inteligência
Para garantir os 308 votos necessários para a aprovação da medida na Câmara, o governo porá à disposição dos deputados, a partir da próxima terça-feira (7), técnicos do Ministério da Economia para tirar dúvidas sobre a proposta.
Segundo a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), esse “gabinete de inteligência” da Previdência será montado em uma sala da liderança do governo no Congresso e vai funcionar principalmente às terças, quartas e quintas-feiras.
“O grupo do Ministério da Economia vai dar informações aos parlamentares tirando qualquer dúvida que possa haver em relação ao texto, inclusive por região. Queremos dar segurança para o parlamentar explicar para seu eleitor por que a nova Previdência é tão importante”, explicou Joice.
Tramitação
A comissão especial será composta por 49 membros e 49 suplentes de 25 partidos com representação na Câmara. Na comissão especial, será examinado o mérito da proposição. Essa comissão terá o prazo de até 40 sessões do Plenário, contados a partir de sua formação, para aprovar um parecer.
Somente na comissão especial poderão ser apresentadas emendas, com o mínimo de 171 assinaturas de deputados cada uma, no prazo de dez sessões do Plenário. A relatoria da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 6/2019) está sob a responsabilidade do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Após a publicação do parecer da comissão especial e o intervalo de duas sessões, a proposta será incluída na ordem do dia do Plenário da Câmara, onde será submetida a dois turnos de discussão e votação.
Entre os dois turnos, há um intervalo de cinco sessões do Plenário. Para ser aprovada, a proposta precisa ter, em ambos os turnos, três quintos dos votos dos deputados – 308, em votação nominal. Em seguida, o texto vai para o Senado onde será submetido a uma nova tramitação.
Agência Brasil
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Com uma despesa de aluguel prevista em R$ 1,2 bilhão neste ano, o governo Jair Bolsonaro encomendou um pente-fino nos contratos de locação de imóveis herdados de gestões anteriores. A intenção é rever os acordos e, em alguns casos, desocupar salas e prédios usados por ministérios e órgãos públicos. Uma das medidas de economia já adotadas pelo Planalto foi providenciar a devolução de uma área de mil metros quadrados na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, um dos endereços comerciais mais caros de São Paulo.
O local, que será devolvido, abriga o escritório da Presidência, usado com frequência pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer quando iam à capital paulista. O espaço pertence à Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), com custo mensal de cerca de R$ 66 mil. O imóvel já foi alvo de protestos e chegou a ser ocupado por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e por alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A revisão dos gastos de aluguéis, considerados “muito salgados” por integrantes do governo, já foi objeto de discussão nas reuniões ministeriais com o presidente Jair Bolsonaro. Entre as medidas previstas está agrupar órgãos diferentes em um só local, sempre que possível.
No Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, a ministra Damares Alves já avisou que pretende desalojar a Fundação Nacional do Índio (Funai) de um luxuoso prédio em uma área comercial de Brasília. Entre aluguel e condomínio, o gasto é de R$ 1 milhão por mês, mesmo com a situação de “penúria” em que vive o órgão, segundo afirmou a ministra ao Estado.
“Temos índios morrendo de fome nas aldeias e nós aqui em Brasília, pagando aluguéis absurdos, em prédios luxuosos, em áreas nobres”, disse. “É um dos prédios mais chiques da cidade. Os próprios índios se intimidam com o prédio. É um dos mais chiques de Brasília, sem necessidade nenhuma. Um prédio para índio não pode ter elevador. Tem de ser um prédio mais plano, no máximo com dois andares, para eles usarem escada”, disse Damares, que já procura um lugar para mudança.
A fatura inclui ainda despesas com a locação de imóveis no exterior, com pagamento em dólar e euro. Por causa disso, o Itamaraty, responsável por manter as embaixadas, aparece como campeão de gastos, com desembolso anual de R$ 218,2 milhões, segundo o Ministério da Economia.
O valor levou o Ministério das Relações Exteriores a determinar aos titulares das representações estrangeiras que negociem “melhores condições” nos contratos atualmente em vigor. Em 2018, segundo informou o próprio Itamaraty, a despesa com todos os 225 postos no exterior foi ainda maior – de R$ 223 milhões. O montante inclui gastos como condomínios.
O segundo no ranking de despesas com é o Ministério da Economia, com R$ 136 milhões – sem contar contratos herdados das pastas incorporadas, como Trabalho e Planejamento. O ministro Paulo Guedes, no entanto, já declarou que pretende vender o que chama de “imóveis inservíveis à administração pública” e “racionalizar os imóveis de uso”.
Desocupados. Também na lista dos campeões de despesas, Advocacia-Geral da União (AGU) gasta R$ 126,2 milhões com aluguéis, de acordo com o Ministério da Economia. O ministro André Mendonça afirmou que, ao assumir o cargo, “determinou a revisão e negociação dos contratos com vistas a reduzir o valor pago” e está procurando alternativas também em prédios desocupados da União.
A AGU informou ainda que, para 2019, já conseguiu a redução de R$ 13,9 milhões – conforme a instituição, somente com a mudança da sede das unidades da AGU em São Paulo, em março deste ano, a locação de R$ 1,9 milhão foi reduzida para R$ 847 mil.
A mesma revisão foi repetida em outras cidades como Salvador, Rio, Niterói, entre outras. A sede da AGU, por sua vez, ocupa um edifício de 14 andares, no Setor de Autarquias Sul, no centro de Brasília, pelo qual paga mensalmente um aluguel de R$ 1,6 milhão.
O Ministério do Turismo, que tem seus gastos previstos em R$ 2 milhões com aluguel, também determinou a revisão de todos os contratos vigentes. A pasta desembolsa R$ 166,2 mil por um prédio de 4 mil m² em Brasília, com sete andares e 35 vagas de garagem. O atual imóvel foi alugado no ano passado e, segundo a pasta, já representa uma economia de R$ 880 mil em relação ao contrato anterior.
O Ministério da Cidadania, por sua vez, tem despesas com aluguel que somam R$ 103,9 milhões por ano. Deste total, R$ 16,7 milhões são referentes ao antigo Ministério do Esporte, incorporado à pasta no governo Bolsonaro. A assessoria do ministro Osmar Terra afirmou que todas as despesas com aluguel de imóveis para funcionamento do atual ministério é decorrente dos contratos que já se encontravam em vigor em 1.º de janeiro de 2019. “Não houve nenhum novo contrato de aluguel assinado, nem rescisão dos já existentes.”
Estadão
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Sob pressão de partidos do centrão que querem mudar a organização ministerial do Poder Executivo, o governo admite barganhar para tentar manter enxuta a quantidade de 22 pastas. Um dos pontos que podem ser cedidos é o retorno do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) , hoje no Ministério da Justiça, à pasta de Economia.
Relator do projeto que altera a Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro para montar seu governo, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou ontem que esse é um dos pontos que Palácio do Planalto poderá aceitar. Bezerra Coelho é líder do governo no Senado.
— Já admitimos rever as questões de competência, do que cabe a cada ministério, para manter o mais importante, que é a quantidade de ministros — afirmou.
Segundo ele, o retorno da Funai e da demarcação de terras indígenas ao Ministério da Justiça, assim como a atribuição do registro sindical e do Coaf à pasta de Economia são as alterações prováveis. Já a ideia de reverter a extinção do Ministério do Trabalho, defendida por partidos de esquerda, não está na mesa.
A comissão especial para analisar a MP deve se reunir nesta terça-feira à tarde. Ela é de composição mista, ou seja, de deputados e senadores. Parlamentares pediram, ainda, que seja explicitado qual órgão é responsável por políticas LGBT, tema que não é tratado na MP que estruturou o governo Bolsonaro, e a recriação do Conselho de Segurança Alimentar.
Reunião
Bezerra informa, porém, que as mudanças serão discutidas com líderes partidários hoje pela manhã e levadas ao presidente e ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no fim da tarde. Só com o aval de Bolsonaro será definido o texto do relatório, que deve ser apresentado na terça-feira.
— O objetivo é aprovar o relatório na quarta-feira. O texto só será definido hoje, após conversar com os líderes e com o presidente Jair Bolsonaro, para que ele esteja de acordo — afirmou.
No fim do mês passado, em um café com jornalistas, Jair Bolsonaro havia admitido a mudança do Coaf. A declaração, porém, gerou uma reação do próprio ministro Sergio Moro, que se opõe à retirada do órgão de sua pasta. “O Coaf é órgão de inteligência contra a lavagem de dinheiro. Não se combate o crime atualmente sem enfrentar a lavagem de dinheiro”, escreveu Moro em rede social.
Logo depois, na segunda-feira da semana passada, o porta-voz do Planalto, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que o órgão permaneceria na Justiça, se dependesse da vontade “pessoal” do presidente, e que a “posição do presidente é de manutenção do Coaf junto ao Ministério da Justiça”.
Partidos do centrão, em especial o líder do PP, Arthur Lira (AL), que tem criticado duramente o governo, não ficaram contentes. Ameaçaram se unir à oposição, em especial ao PT, para apresentar uma emenda ao relatório e exigir a retirada do Coaf do Ministério da Justiça na comissão. Aliados chegaram a cogitar a ideia de apresentar um relatório separado ao de Bezerra, unindo partidos do centrão e os petistas em torno de uma proposta paralela à do governo, para mandar um recado ao governo Bolsonaro de que cabe ao Congresso decidir sobre a estrutura ministerial.
Por enquanto, porém, a ideia está suspensa até as conversas de hoje, com a expectativa de que o resultado torne desnecessária a jogada para desgastar o governo. A ideia é que Bezerra convença o presidente da necessidade de tirar o Coaf das mãos de Moro, entre outras mudanças, antes de apresentar o relatório. Bezerra já parte do pressuposto, porém, de que deputados e senadores vão apresentar discordâncias pontuais do relatório, que podem ser votadas na comissão. O texto também pode passar por ajustes quando chegar ao plenário.
Segundo o líder do PR na Câmara dos Deputados, Wellington Roberto (PR-PB), é inevitável que o tema do Coaf seja votado na comissão caso Fernando Bezerra não inclua a alteração em seu relatório, e que a proposta conta com o apoio de diversos líderes.
— Acredito que isso seja maioria (no Congresso). Será apresentada uma emenda, com certeza, e grande parte dos líderes vai se posicionar a favor. É muito mais prudente o governo já aceitar nossa posição do que a gente brigar para mudar ( o relatório) depois.
Parlamentares defendem que o Coaf no Ministério da Justiça representa risco de vazamentos sobre a atividade financeira de políticos. O presidente da comissão que analisa a MP no Congresso, deputado João Roma (PRB-BA), conversou com Moro sobre o tema e disse ao ministro que os políticos precisam de garantias de que o sigilo bancário será preservado, estando o Coaf no Ministério da Economia ou na Justiça. A preocupação é que o órgão seja usado como instrumento para pressionar a classe política.
— Quem tem medo do Coaf com o Moro? O PSL não tem medo do Coaf com o Moro, e acredito que os parlamentares não tenham medo também — diz Delegado Waldir (GO), líder do PSL na Câmara dos Deputados.
Na última sexta-feira, o ministro da Justiça reagiu à pressão exercida por parlamentares, dizendo, em entrevista coletiva, que a discussão sobre a mudança no Coaf é “um pouco baseada numa certa incompreensão do que nós pretendemos fazer”, e que as informações sobre lavagem de dinheiro fornecidas pelo Coaf são “extremamente úteis” para combater organizações criminosas.
O Globo
Portal Santo André em Foco
Algumas das principais medidas anunciadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) serão alvo de análise do plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) nos próximos meses. Elas foram questionadas judicialmente em ações que podem reacender as críticas ao tribunal e ampliar a tensão com grupos de apoio ao governo.
Entre elas, são questionadas medidas administrativas que tocam em temas caros ao bolsonarismo, como a transferência das demarcações indígenas da Funai (Fundação Nacional do Índio) para o Ministério da Agricultura e o decreto que ampliou as hipóteses que autorizam a posse de arma, promessa de campanha do presidente.
Outras quatro decisões governamentais questionadas foram o corte no orçamento das universidades públicas federais, a extinção do Ministério do Trabalho, o fim do desconto em folha da contribuição sindical e a extinção de conselhos de participação popular no governo.
Antes de emitir uma decisão, os ministros relatores das ações pediram mais informações ao governo e a opinião do Ministério Público.
Não há data confirmada para que as ações sejam julgadas, mas os ministros Celso de Mello, Luiz Fux e Marco Aurélio decidiram levar diretamente ao plenário a análise dos três casos sob a responsabilidade deles, o que, em tese, pode tornar a tramitação do processo mais rápida.
Veja quais são as ações contra as medidas do governo e quais os próximos passos de cada processo.
Posse de armas
Uma das primeiras medidas do governo Bolsonaro, a publicação do decreto que facilita a posse de arma no país foi contestada no STF por duas ações diretas de inconstitucionalidade, apresentadas pelos partidos PSB e PCdoB.
O decreto de Bolsonaro permite que moradores da zona rural ou das cidades de todas as regiões do Brasil possam pleitear à Polícia Federal a autorização para manter uma arma de fogo em casa.
Antes, para ter a posse autorizada, era necessário provar a "efetiva necessidade" do armamento para a própria segurança. Agora, o decreto do governo diz que, por morarem em áreas com elevado índice de criminalidade, qualquer cidadão do país se enquadra no critério de "efetiva necessidade". Porém, ainda é preciso cumprir outros requisitos, como não ter antecedentes criminais.
Na ação, o PCdoB alega que esse tipo de alterações nas regras para a posse de arma só poderia ser feito por meio de lei aprovada pelo Congresso Nacional, e não por decreto do presidente da República. Já o PSB afirma que a necessidade da arma de fogo precisa ser comprovada caso a caso e que não pode haver a generalização proposta pelo decreto.
A ação do PSB é relatada pelo ministro Edson Fachin, e a do PCdoB está sob a responsabilidade de Celso de Mello, ministro há mais tempo em atividade no tribunal.
Os ministros pediram informações ao governo antes de decidir sobre os pedidos de liminar, decisão provisória que pode ser tomada antes do julgamento em definitivo da ação.
Celso de Mello informou que levará ao plenário a análise do pedido de liminar, o que pode fazer com que o caso já seja julgado em definitivo pelo tribunal.
Mudanças na Funai
A transferência da atribuição sobre a demarcação de terras indígenas da Funai para o Ministério da Agricultura foi contestada no Supremo por uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada pelo PSB.
O partido afirma que o Ministério da Agricultura não possui experiência nessa função e historicamente representa interesses opostos à demarcação de terras indígenas, estando focado na expansão do agronegócio.
O pedido de decisão liminar (provisória) foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação, mas, na decisão, Barroso afirma que poderá voltar a analisar o caso a depender da "evolução dos fatos" relativos às demarcações indígenas.
Em sua decisão, Barroso afirmou que a mudança nas atribuições dos órgãos do governo não seria suficiente para caracterizar uma violação ao direito dos índios à demarcação previsto na Constituição Federal.
"A simples mudança do órgão competente para a demarcação não significa, por si só, sem outros elementos interferência sobre os interesses das comunidades indígenas", disse o ministro na decisão.
Mas afirmou que a Constituição garante o direito à demarcação das terras indígenas e que uma eventual recusa do governo em realizar a destinação dessas terras poderia ser alvo do Supremo.
"Essa competência [demarcação de terras pelo governo] não é discricionária, mas vinculada, não estando sujeita a opções políticas. Não se deve presumir, todavia, que o Poder Público irá desviar-se dessa finalidade. Se os fatos vierem a provar o contrário, aí será o caso de o Judiciário intervir", escreveu Barroso.
Fim do Ministério do Trabalho
Na reforma administrativa do governo que reduziu o número de ministérios, Bolsonaro decidiu extinguir o Ministério do Trabalho e dividir as antigas atribuições da pasta entre os ministérios da Economia, da Justiça e da Cidadania.
A medida foi questionada no STF em uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada pelo PDT. O partido afirma que, na prática, a extinção do ministério prejudica a implementação dos direitos dos trabalhadores previstos na Constituição.
O relator do processo no Supremo é o ministro Ricardo Lewandowski. Ele pediu que a AGU (Advocacia-Geral da União) e a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestassem no processo antes de tomar uma decisão.
A AGU já respondeu defendendo a medida, mas a Procuradoria ainda não se manifestou.
Contribuição sindical
O Supremo já recebeu nove ações contra a Medida Provisória publicada por Bolsonaro que proíbe o desconto na folha de pagamento da contribuição sindical e determina que o recolhimento da contribuição deve ser feita apenas por meio de boleto bancário.
A medida provisória também determina que a contribuição só pode ser cobrada após autorização expressa, individual e por escrito do trabalhador. Antes, a contribuição podia ser descontada diretamente da folha salarial, no mês de março de cada ano, e dependia apenas de autorização feita por negociação coletiva ou assembleia da categoria.
A contribuição sindical, também chamada de imposto sindical, foi criada em 1940 por um decreto-lei e posteriormente incorporada à CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), de 1943. Por ser obrigatória, a contribuição se tornou um dos principais mecanismos de financiamento dos sindicatos brasileiros.
Apenas em 2017, com a reforma trabalhista aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), a contribuição sindical deixou de ser obrigatória, mas ainda era feita por meio de desconto na folha de pagamentos.
A alteração proposta pelo governo Bolsonaro proibiu o desconto em folha e passou a exigir autorização individualizada de cada trabalhador.
A medida, segundo as entidades sindicais que acionaram o STF, viola os princípios da autonomia e da liberdade sindical previstos na Constituição, pois interfere em assuntos internos dos sindicatos ao proibir que eles instituam sua fonte de custeio por assembleia geral ou convenção coletiva de trabalho.
As entidades também dizem que o tema não poderia ser regulamentado por medida provisória, pois não há nesse caso a urgência exigida por lei para a edição de medidas provisórias.
As ações foram apresentadas por entidades sindicais, pelo PDT e pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
O ministro Luiz Fux é o relator dos processos sobre esse tema. Ele decidiu leva ao plenário a análise dos pedidos de liminar, o que pode fazer com que o caso já seja julgado em definitivo pelo tribunal.
Extinção de conselhos
O ministro Marco Aurélio decidiu submeter ao plenário do STF a ação ajuizada pelo PT contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro que pretende acabar com dezenas de conselhos da administração federal que contam com a participação da sociedade civil.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), que contestou a medida em nota pública, ao menos 35 conselhos devem ser extintos pelo ato do presidente, entre eles, o Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conatrap), a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), o Conselho Nacional de Combate a Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT (CNCD/LGBT) e o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI).
Ainda não há data para o julgamento. Cabe ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, incluir o processo na pauta.
Cortes no orçamento para as universidades
O partido Rede Sustentabilidade entrou com uma ação no STF contra o corte no orçamento de universidades federais anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Para a Rede, a medida viola a autonomia universitária e princípios orçamentários, além de representar um mecanismo "insidioso para patrulha ideológica".
O relator da ação no Supremo é o ministro Marco Aurélio Mello, que foi escolhido por meio de sorteio eletrônico responsável pela distribuição dos processos. Ainda não há data para o julgamento do processo.
UOL
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O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, passou cerca de uma hora na noite deste domingo(5) reunido com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Segundo interlocutores, o ministro tomou a iniciativa de ir ao Palácio se explicar ao presidente após passar o dia sob ataques nas redes sociais . A hashtag #ForaSantosCruz se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter ao longo do dia.
Na conversa com Bolsonaro, o ministro teria argumentado que não se tratava de um ato espontâneo, mas era alvo de uma ação coordenada, com a participação dos filhos do presidente, o chefe da Secretaria de Comunicação, Fábio Wajngarten, e assessores ligados ao ideólogo de direita, Olavo de Carvalho.
De acordo com um auxiliar do presidente, Bolsonaro reagiu e afirmou que o ministro estaria desviando do “foco central” da divergência, que seria o controle das redes sociais. O presidente teria se irritado com o fato do ministro não admitir que estava errado, quando defendeu na rádio Jovem Pan em abril, uma legislação para as mídias sociais. A entrevista, concedida há um mês, passou a circular neste domingo.
— Isso tem de ser feito. Mas tem de usar com muito cuidado, para evitar distorções, e que vire arma nas mãos dos grupos radicais, sejam eles de uma ponta ou de outra. Tem de ser disciplinado, até a legislação tem de ser aprimorada, e as pessoas de bom senso têm de atuar mais para chamar as pessoas à consciência de que a gente precisa dialogar mais, e não brigar — disse Santos Cruz, na ocasião.
Apesar da conversa ter sido considerada “dura”, Santos Cruz segue no cargo. Nesta segunda-feira (6), Santos Cruz viaja a São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, em uma agenda da Secretaria Especial de Articulação Social, onde vai acompanhar trabalhos de atendimento de saúde à população indígena na fronteira.
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou neste domingo (5), em sua conta no Twitter, o compromisso de não regulamentar a mídia e de defender a democracia.
“Em meu governo a chama da democracia será mantida sem qualquer regulamentação da mídia, aí incluída as sociais. Quem achar o contrário recomendo um estágio na Coréia do Norte ou Cuba”, escreveu o presidente.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que não pretendia colocar em prática qualquer tipo de regulação dos meios de comunicação. Em outubro do ano passado, após o primeiro turno, ele declarou: “A mídia tem que ser livre. Imprensa livre é sinal de democracia e liberdade”.
Na noite de sábado (4), o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, tinha usado o Twitter para questionar os critérios de redes sociais como o Facebook para banir perfis por compartilhar notícia falsas e discurso de ódio:
“Tradicionais veículos de comunicação que a todo momento espalham fake news não são banidos das redes. Mas perfis de pessoas comuns, conservadores/de direita, a todo momento sofrem perseguição quando se é notório que não espalham fake news e sim usam sua liberdade de expressão?!”, questionou, acrescentando: “Comumente perfis de direita são banidos de redes sociais. A desculpa é sempre a mesma: espalhar fake news ou discurso de ódio. Igualmente frequente é a clareza com que são desculpas esfarrapadas usadas para punir os banidos que têm discurso contra a esquerda”.
Após a postagem de Jair Bolsonaro, Eduardo voltou a se manifestar hoje no Twitter, em defesa da liberdade de expressão:
“O que não queremos para nós também não podemos desejar para os outros. Mesmo ao falar de uma fake news contra Bolsonaro sempre defendemos a não regulamentação da internet ou da imprensa. A melhor pessoa para fazer esse filtro é você. Assim também fizeram Chávez e Maduro na Venezuela. Resultado: diversas imprensas foram fechadas ou saíram do país (sic). Toda ditadura controla os meios de comunicação sob o pretexto de ‘melhorá-los’, ‘democratizá-los’ ou de barrar fake news e crimes de ódio”.
O ministro da Justiça, Sergio Moro, também respondeu à declaração do presidente:
“No ponto, bom lembrar que não fosse a vitória eleitoral do Pr Jair Bolsonaro, estaríamos hoje sob ‘controle social’ da mídia e do Judiciário e que estava expresso no programa da oposição ‘democrática’. Aliás, @jairbolsonaro reafirmou hoje o compromisso com a liberdade da palavra”, escreveu o ministro no Twitter.
Moro ponderou, no entanto, que a liberdade de expressão não é livre conduto para ameaças:
“Claro, tal liberdade não abrange ameaças. Não significa também que concordo com excessos ou ofensas a quem quer que seja, mas apenas que, para essas, não acredito que o remédio seja a censura. A resposta às críticas injustas da imprensa ou das redes sociais não pode jamais ser a censura ou o controle da palavra. Deve ser o aprofundamento do debate, o livre intercâmbio da idéias. O esclarecimento e não o silêncio. Sou daqueles que ainda acreditam na liberdade de expressão e na de imprensa”.
O Globo
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