O diretor-executivo do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, disse nesta quarta-feira (29) que 2% dos casos do novo coronavírus confirmados até agora resultaram em morte.
Segundo a OMS, o órgão vai realizar uma nova reunião do seu comitê na quinta-feira (30) para analisar se será declarada situação de emergência global para o novo coronavírus.
"O mundo inteiro precisa estar alerta, precisa agir e estar pronto para qualquer caso que apareça", disse Michael Ryan.
O diretor elogiou os esforços da China para conter o surto e disse que ainda há oportunidade de parar o vírus. "Temos que basear nossas ações em evidências imperfeitas para criar uma estratégia de bloqueio da doença com um impacto mínimo na sociedade e economia", disse o diretor.
Maior contaminação, menor letalidade
Apesar das medidas de prevenção e isolamento decretadas pelo governo chinês, os casos confirmados de coronavírus no país já superam os da epidemia da Sars, ocorrida há quase 20 anos.
Nesta quarta-feira (29), as autoridades de saúde anunciaram mais 26 mortes, o que eleva o balanço do coronavírus a 132 vítimas fatais, e 5.974 casos confirmados na China continental (sem contar Hong Kong, Macau e Taiwan).
A cifra já supera o número de infecções da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) de 2002 e 2003, outro coronavírus que contaminou 5.327 pessoas no país. A Sars deixou 774 mortos no mundo, 349 deles na China continental.
Apesar do alto índice de transmissão, o novo coronavírus apresentou até o momento menor mortalidade que o Sars. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia de 2003 matou 10% dos infectados enquanto que as mortes do novo coronavírus são 2% dos afetados.
Nesta quarta-feira, o especialista Zhong Nanshan, membro da Academia Chinesa de Engenharia e especialista em doenças respiratórias, afirmou que o pico da transmissão do coronavírus pode ocorrer em 10 dias ou até duas semanas. A análise foi feita com base no período de observação e incubação do vírus.
G1
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