Novembro 24, 2024

Falta de acesso à alimentação de qualidade causa obesidade e subnutrição

Uma em cada três crianças com menos de cinco anos está desnutrida ou sofre de sobrepeso no mundo. Das 676 milhões de crianças que viviam no planeta em 2018, pelo menos 227 milhões são afetadas por problemas alimentares, calcula o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) em relatório publicado nesta terça-feira (15), o maior sobre o assunto dos últimos 20 anos.

“Esses problemas são uma ameaça para o crescimento das crianças”, explica Victor Aguayo, responsável pelo Programa Mundial de Nutrição do UNICEF. Segundo o especialista, essas crianças talvez nunca alcancem o seu pleno potencial físico e intelectual.

No total, 149 milhões de crianças no planeta têm atraso no crescimento devido à desnutrição crônica e 50 milhões são magras em relação à sua estatura, devido à desnutrição aguda ou a um problema de absorção de nutrientes.

Esta situação está estreitamente relacionada à pobreza, pois afeta mais os países pobres e as populações em situação precária nos países ricos. Contudo, conforme mostra o estudo, não existe mais o clichê de que crianças de países pobres são malnutridas, enquanto as de países ricos têm sobrepeso. A situação é bem mais complexa, havendo uma justaposição dos problemas num mesmo lugar.

“No passado tínhamos uma tendência a acreditar que o sobrepeso era resultado da má nutrição dos ricos e que o baixo peso resultava da má nutrição dos pobres. Mas esse não é o caso, pois podemos ter exemplos de subnutrição e de obesidade dentro da mesma comunidade”, explica Aguayo.

"As diferentes formas de má nutrição coexistem cada vez mais em um mesmo país e até em um mesmo lar", com a mãe com sobrepeso e o filho desnutrido. Um exemplo é o México, onde "ainda há uma grande proporção de crianças desnutridas e, ao mesmo tempo, uma grande pandemia de sobrepeso e obesidade infantil, considerada uma emergência nacional pelo governo", completa o especialista.

Globalização é um das causas
São inúmeras as razões que podem ter impacto sobre a nutrição infantil. Cada vez mais famílias têm deixado o campo para viver nas cidades, a entrada das mulheres na força de trabalho, mudanças no clima e biodiversidade são variáveis que precisam ser analisadas, segundo os pesquisadores do UNICEF. Além disso, dietas tradicionais têm sido substituídas por hábitos de consumo ricos em gorduras e açúcares, com baixa concentração de nutrientes.

“Há um mundo que está mudando por causa da globalização. Um regime alimentar que compreende frutas, legumes, produtos lácteos e ovos está se tornando cada vez mais caro, enquanto regimes alimentares que são pobres do ponto de vista nutricional se tornam mais baratos”, analisa Victor Aguayo.

Esta situação está estreitamente relacionada à pobreza, pois afeta mais os países pobres e as populações em situação precária nos países ricos. Contudo, conforme mostra o estudo, não existe mais o clichê de que crianças de países pobres são malnutridas, enquanto as de países ricos têm sobrepeso. A situação é bem mais complexa, havendo uma justaposição dos problemas num mesmo lugar.

“No passado tínhamos uma tendência a acreditar que o sobrepeso era resultado da má nutrição dos ricos e que o baixo peso resultava da má nutrição dos pobres. Mas esse não é o caso, pois podemos ter exemplos de subnutrição e de obesidade dentro da mesma comunidade”, explica Aguayo.

"As diferentes formas de má nutrição coexistem cada vez mais em um mesmo país e até em um mesmo lar", com a mãe com sobrepeso e o filho desnutrido. Um exemplo é o México, onde "ainda há uma grande proporção de crianças desnutridas e, ao mesmo tempo, uma grande pandemia de sobrepeso e obesidade infantil, considerada uma emergência nacional pelo governo", completa o especialista.

Globalização é um das causas
São inúmeras as razões que podem ter impacto sobre a nutrição infantil. Cada vez mais famílias têm deixado o campo para viver nas cidades, a entrada das mulheres na força de trabalho, mudanças no clima e biodiversidade são variáveis que precisam ser analisadas, segundo os pesquisadores do UNICEF. Além disso, dietas tradicionais têm sido substituídas por hábitos de consumo ricos em gorduras e açúcares, com baixa concentração de nutrientes.

“Há um mundo que está mudando por causa da globalização. Um regime alimentar que compreende frutas, legumes, produtos lácteos e ovos está se tornando cada vez mais caro, enquanto regimes alimentares que são pobres do ponto de vista nutricional se tornam mais baratos”, analisa Victor Aguayo.

O UNICEF alerta para o fato de que o sobrepeso e a obesidade se desenvolvem rapidamente, com 40 milhões de crianças pequenas afetadas, inclusive nos países pobres. Enquanto este problema era praticamente inexistente nos países com baixa renda em 1990 (3% deles tinham mais de 10% de crianças com sobrepeso), agora três quartos destes Estados enfrentam a questão.

RFI
Portal Santo André em Foco

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