Um estudo clínico do curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) investiga a eficácia de um produto feito a partir da casca do maracujá no tratamento contra a pressão alta. Em uma das fases da pesquisa, ratos hipertensos tiveram diminuição da pressão arterial e até melhora na função vascular. Agora, os pesquisadores convocam pessoas interessadas em participar como voluntárias nos testes em humanos.
Muito usada em dietas de emagrecimento e para diminuição dos níveis de colesterol, a farinha da casca de maracujá é facilmente encontrada em feiras livres e em lojas de produtos naturais, mas sua utilização não é amparada cientificamente. Segundo as pesquisadoras, a proposta do estudo é justamente buscar a comprovação da eficácia e segurança de um produto obtido a partir dela.
“O diferencial desse estudo é que foi preparado um extrato da casca, não é apenas a planta seca e moída, vendida na forma de pó. Foram extraídos os metabólitos responsáveis pelo efeito terapêutico, é um extrato concentrado. Por isso, ao contrário do que o mercado oferece atualmente, a ideia é produzir um fitoterápico (medicamento) de fato”, explica a professora Silvana Zucolotto, coordenadora da pesquisa.
Os estudos fazem parte do doutorado da aluna Bárbara Cabral, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e acontecem no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), onde, sob orientação médica do cardiologista Dr. Fábio Mastrocola, os pacientes voluntários serão submetidos a uma série de exames, todos realizados gratuitamente. Para tanto, eles devem ter algumas características: hipertensão leve, não serem usuários de medicamento, além de estarem na faixa etária dos 18 aos 60 anos.
De acordo com Bárbara Cabral, todos os procedimentos foram seguidos para que a sua pesquisa chegasse a atual etapa de desenvolvimento no Grupo de Produtos Naturais Bioativos, o PNBio.
“Estudos realizados nas fases preliminares da pesquisa apresentaram diminuição da pressão arterial e melhora na função vascular em ratos hipertensos. Além da eficácia, também testamos a segurança e os resultados foram positivos. Não foram encontradas alterações em órgãos, nem nos padrões bioquímicos e hematológicos”, relata a pesquisadora.
As pesquisadoras ressaltam ainda a importância dos voluntários não estarem usando medicamentos. Interessados em colaborar com a pesquisa como voluntários devem entrar em contato pelos telefones (84) 981160002 e (84) 999851187.
G1 RN
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