O Comitê Intergestor Bipartite (CIB) da Paraíba, órgão responsável pelas resoluções sobre o Plano Nacional de Imunização (PNI) no estado, aprovou nesta quinta-feira (15) que sejam utilizados como primeira dose (D1) os imunizantes da AstraZeneca que estão armazenados para segunda dose (D2).
A reunião extraordinária aconteceu pela internet e foi destinada a debater as ações estratégicas para evitar a disseminação da variante Delta da Covid-19 no estado. De acordo com o secretário de saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, aumentar o número de pessoas imunizadas com a primeira dose pode trazer um resultado melhor do que reduzir o tempo de vacinação entre a primeira e segunda dose para menos pessoas.
Geraldo explicou que ficou convencido de que a antecipação era melhor após estudos da Fiocruz mostrarem a eficácia de 71% após a primeira dose e 92% após a segunda, para hospitalizações e casos graves.
“Com a certeza de que com uma dose só já se tem a proteção para não morrer e não ir para o hospital, com imunização de 71 a 76%, essa é uma opção boa. Do ponto de vista médico, de tudo que eu já li durante a pandemia, nós vamos ser vanguarda no país e tomar uma atitude diferente do que a de outros estados”, disse Geraldo.
No caso, os municípios não podem utilizar como D1 as doses D2 que já estão nas cidades e sim devem aguardar a distribuição das doses que estão armazenadas na rede de frios da Secretaria de Estado da Saúde para esse avanço.
Segundo o CIB, existem atualmente 189.360 doses D2 na rede de frios, que vão ser distribuídas para uso como D1 a partir desta sexta-feira (16). Também estão previstas a chegada, na sexta, de 77 mil doses da AstraZeneca, também para serem usadas como D1. Ainda há a previsão de envio de mais 91.080 doses para o mesmo fim.
Estas doses devem ser usadas para ampliar a cobertura de vacinação das pessoas a partir de 18 anos e sem comorbidades. Cada município segue um calendário próprio, mas em geral a aplicação é feita por idade, de forma regressiva.
Em João Pessoa, a previsão é de que essas doses sejam usadas para vacinar as pessoas com 35 anos ou mais, podendo se estender para o público de 33 anos, dependendo do quantitativo que estiver disponível. A previsão do secretário de saúde da capital é de atingir com a primeira dose pelo menos 70% da população adulta.
"Não tenho dúvida que será um marco, nos distinguindo dos demais estados. Com a chegada da variante Delta encontrando o cidadão paraibano mais protegido", comentou Geraldo Medeiros.
O CIB também explicou que haverá uma divulgação maciça para que as pessoas ainda assim tomem a segunda dose, quando chegar o prazo. A comissão também disse que a população não precisa se preocupar sobre o risco de faltar a segunda dose pois já há um cronograma que assegura essa nova logística.
G1 PB
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