A dor no peito (angina) e o infarto do miocárdio são manifestações da doença arterial coronariana, também conhecida como doença isquêmica do coração. Ela ocorre quando há um estreitamento das artérias, que leva ao bloqueio do fluxo sanguíneo. Um novo estudo, publicado no “Journal of the American College of Cardiology”, mostra que quem enfrenta um episódio de angina ou um ataque cardíaco apresenta um quadro de declínio cognitivo depois do incidente.
A pesquisa trabalhou com dados de quase 8 mil pessoas, acima de 50 anos, que não tinham tido angina, infarto ou derrame, nem haviam sido diagnosticadas com demência. Num período de 12 anos, esses indivíduos se submeteram regularmente a testes de cognição: um de memória, no qual deveriam lembrar-se de palavras apresentadas dez minutos antes; outro de fluência semântica, quando deveriam citar o maior número de animais em um minuto; e, por fim, um de orientação temporal, respondendo a perguntas sobre o dia da semana, mês e ano.
Durante o período analisado, 5.6% dos participantes tiveram angina ou sofreram um ataque cardíaco. No grupo de pacientes com angina, houve uma perda significativa da orientação temporal, enquanto os que haviam infartado apresentavam declínio de memória e fluência. Para o coordenador da pesquisa, Wuxiang Xie, PhD do College School of Public Health, em Londres, “mesmo pequenas alterações nas funções cognitivas podem resultar em risco aumentado para demência no longo prazo. Esses pacientes devem ser monitorados para que se possa detectar e intervir precocemente, retardando o processo”.
Em outro estudo, divulgado no começo de junho pela Sociedade Europeia de Cardiologia, a depressão depois de um infarto é apontada como importante fator de risco. “Sentir-se um pouco deprimido depois de um ataque cardíaco é natural. O fato de a pessoa estar mais retraída até ajuda na recuperação, mas isso não pode se prolongar indefinidamente”, afirmou o médico Erik Olsson, da Universidade de Uppsala, na Suécia.
Ele enfatizou que a depressão dificulta a adoção de um estilo de vida saudável, que inclua exercícios, deixar de fumar e tomar os medicamentos prescritos. O trabalho sueco reuniu informações sobre mais de 57 mil pacientes que haviam sobrevivido pelo menos um ano ao ataque cardíaco. Duas avaliações sobre os níveis de ansiedade e depressão eram feitas: dois meses e um ano após o infarto. Doze meses depois, 20% se enquadravam numa categoria de desequilíbrio emocional, com um prognóstico pior.
G1
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