Sintomas como dores no corpo, na cabeça, febre e até manchas foram o sinal de alerta para a família do propagandista Luciano Alves Melo, que mora no bairro do Bessa, em João Pessoa. Ele e mais três familiares testaram positivo para chikungunya e outras cinco pessoas do mesmo convívio apresentaram sintomas de contaminação por arboviroses.
A suspeita é de que existam dois focos do mosquito Aedes aegypti no entorno das residências da família. Um deles, um prédio em construção que está com o subsolo alagado. O outro é uma casa abandonada. Ambos os imóveis estão localizados por trás da casa de Luciano.
Mesmo em isolamento social, a família se preocupou, já que os sintomas que apresentavam são semelhantes aos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A possibilidade, no entanto, foi descartada em testes com resultados negativos. Foi então que os quatro fizeram exames para detecção de arboviroses como dengue, zika e chikungunya.
Testaram positivo Luciano, a esposa, a namorada do filho mais velho e o filho mais novo. Já os sogros dele, de 79 e 80 anos; outros dois filhos; e a enfermeira que cuidava dos idosos optaram por não fazerem os testes, apesar de apresentarem sintomas.
Todas as contaminações aconteceram entre os meses de junho e julho. “Precisa fazer um alerta até para fazer uma diferenciação. A população precisa saber identificar isso. [A doença] Precisa de acompanhamento médico, precisa de medicação. A gente vai passar 30 dias tomando corticoide”, reforçou.
Luciano explicou que entrou em contato com a Vigilância Ambiental e Zoonoses de João Pessoa, mas não teve retorno. Procurado pelo G1, o coordenador do setor, Nilton Guedes, explicou que toda a região em que o propagandista mora passou por uma inspeção.
De acordo com Luciano, um agente foi enviado até a casa dele e fez uma varredura. Foi até o prédio vizinho, mas alegou não poder entrar no subsolo alagado por não estar com botas. No entanto, prometeu que passaria a situação para a supervisão.
Conheça os sintomas de dengue, zika, chikungunya e Covid-19
Dengue
Zika
Chikungunya
Covid-19
PB tem subnotificação de arboviroses
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado, o alerta de Luciano faz sentido. A Paraíba registrou uma queda no número de casos de arboviroses como dengue, zika e chikungunya notificadas até o último dia 3 de agosto deste ano. A SES aponta, que durante a pandemia de Covid-19, houve um processo de subnotificação dos registros devido ao avanço do novo coronavírus no estado.
De acordo com o boletim, foram registrados 4.593 casos prováveis de dengue, uma queda de 67,80%, na comparação com o mesmo período do ano passado quando foram registrados 14.268 casos prováveis. Já de chikungunya foram notificados 740 casos prováveis, enquanto em 2019 houve 1.045 casos, o que corresponde a uma queda de 29,18%. Neste ano, são 105 casos prováveis de zika, representando um decréscimo de 68,93% em comparação ao ano passado, com 338 casos prováveis.
Segundo a técnica de arboviroses da SES, Carla Jaciara, a pandemia afetou e diminuiu a busca da população com sintomas das três doenças por atendimento médico e isso teria causado a subnotificação delas.
Ações de combate ao Aedes aegpypti
Com o período chuvoso, a SES informou que realiza recomendações às secretarias municipais como coletar material para exames; investigar, acompanhar e encerrar os casos notificados para as três doenças e sensibilizar a população para a luta no combate ao mosquito, eliminando os criadouros do Aedes aegypti.
Os pacientes que apresentam tanto os sintomas de arboviroses quanto os de Covid-19, como febre e dor no corpo, são orientados a procurar postos de saúde ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para receberem o tratamento adequado.
G1 PB
Portal Santo André em Foco
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