A confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) na Paraíba completa um mês neste sábado (18). Desde aquele registro inicial, em um idoso de 60 anos que havia viajado para a Europa, o estado passou a marca dos 200 infectados e soma, até o boletim mais recente, 28 mortes. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A primeira pessoa que teve Covid-19 na Paraíba está entre os 90 recuperados no Estado. Até este sábado, a Paraíba ainda contabilizava 24 pessoas internadas pela doença, sendo nove em UTIs, e outros 63 em isolamento domiciliar.
Em um mês, foram registrados casos do novo coronavírus em 16 cidades de todas as regiões da Paraíba, sendo que a Região Metropolitana de João Pessoa é a que concentra a maior parte dos casos, com 179 registros, o que representa 87,3 do total do estado. Os outros casos da Região Metropolitana de João Pessoa são nas cidades de Santa Rita (17), Cabedelo (8) e Bayeux (6).
A própria capital tem, sozinha, 148 casos (72,19% do estado), concentrados em 39 bairros. Conforme o mapa de contágio de João Pessoa, Manaíra e Cristo Redentor são os bairros com mais casos confirmados, com 12 cada, até a sexta-feira.
Coronavírus na Paraíba, da primeira à última semana
A curva de crescimento dos casos de Covid-19 na Paraíba foi crescendo devagar nas primeiras semanas, uma vez que estavam sendo testados apenas os casos sintomáticos mais graves.
Ao final da primeira semana de casos confirmados, a Paraíba tinha cinco registros de pacientes.
No fim da segunda semana, em 2 de abril, já eram 29 casos confirmados e uma morte, a de um homem de 36 anos que morava em Patos. A primeira morte pelo novo coronavírus na Paraíba.
Na terceira semana, o número de casos subiu para 85, enquanto o de mortes já estava em 11.
Na quarta e última semana, foram registrados 120 novos casos, chegando a 205, com 28 mortes. O acréscimo se deu por conta da chegada dos testes rápidos para profissionais de saúde e segurança, que começaram a ser feitos na terça-feira (14).
O secretário de saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, acredita que nas próximas semanas o número de casos vai continuar a subir, principalmente por causa dos testes em massa da população, que devem começar a ser feitos a partir da terça-feira (22), com a chegada de 200 mil testes.
“Este aumento é esperado, assim como foi em outros estados e países, mas é necessário que a gente tenha uma leitura exata, principalmente dos casos moderados e graves, os que necessitam de internamento hospitalar. São esses casos que retratam a gravidade do novo coronavírus”, disse Geraldo.
No primeiro mês, conforme o secretário, o número de casos graves representam apenas 15% do total de casos registrados no estado. Destes 15%, 10% se internaram em enfermarias e 5% em UTIs.
“É importante que as pessoas saibam que a Paraíba está dentro do padrão de outros estados e países em relação à recuperação dos pacientes. As estatísticas mostram que cerca de 85% dos casos confirmados se recuperam após o tratamento em casa, com o isolamento de pelo menos 14 dias, em ambientes arejados, utilizando máscara e evitando contato com outras pessoas. A nível de hoje, temos a ocupação de apenas 25% dos leitos de UTIs aqui na Paraíba. O estado dispõe de mais leitos disponíveis, inclusive leitos extras como os dos hospitais de campanha e os alugados pelo estado e esperamos que não haja a necessidade de utilizar esses espaços, mas estamos preparados”, explicou Geraldo.
O que esperar dos próximos dias
Pesquisadores que acompanham a pandemia dizem que não há como se comparar os dados entre os estados e os países uma vez que o índice de contaminação depende da política de estes adotada por cada lugar e pelo cenário específico de combate à pandemia e quais medidas de contenção tomadas.
Apesar disso, os dados mostram que em lugares como a Itália, a Espanha e os Estados Unidos, onde o número de casos e de mortes cresceu vertiginosamente nos últimos dias, em nenhum destes países o pico de contágio aconteceu antes que se completasse um mês desde a confirmação do primeiro caso
Os números de cada lugar mostram que, apesar de haver variações de cenário, a tendência é que a “explosão” de infecções aconteça em um período posterior aos primeiros 30 dias.
“Vemos o Ceará com 100% dos leitos de UTI ocupados, em situação crítica. Isso significa que houve o colapso da rede pública deste estado vizinho. Pernambuco está com 90% dos leitos de UTI ocupados. Isso mostra que nós estamos nesta situação confortável, ainda, em função de uma série de elementos”, avalia o secretário de saúde.
A secretária executiva de saúde do estado, Renata Nóbrega, explica que para evitar que a curva, principalmente de mortes, evolua para o pior cenário possível, é importante que a população paraibana tenha consciência sobre o quanto é fundamental o distanciamento social.
“Hoje estamos com um distanciamento social abaixo do ideal. Já atingimos 70% aqui na Paraíba, mas esta semana estivemos em 47%. Diariamente a gente monitora no nosso gabinete de crise o cenário referente ao isolamento e por isso reforçamos mais uma vez a importância de todos ficarem em casa. Só assim para que a gente consiga manter a ações dentro do esperado”, diz.
Geraldo Medeiros reitera que a manutenção dos decretos estaduais e municipais de fechamento do comércio e determinação de distanciamento social se tornam cada vez mais importantes a partir de agora, quando o cenário tende a piorar caso as medidas sejam relaxadas.
“O cenário atual que temos na Paraíba neste primeiro mês evidencia que estamos no caminho certo. As pessoas têm que se conscientizar de que nós temos que fazer um esforço para nos mantermos em casa o máximo possível, e só sair se for necessário, ainda assim usando máscara. As cidades com casos confirmados, pelo menos, devem manter o comércio fechado. Nós temos um espaço de tempo curto, de 30 a 40 dias, para manter este estado de isolamento e ter êxito no combate ao coronavírus”, diz o secretário.
Para Geraldo, além do distanciamento social, também é importante que os agentes de saúde e de vigilância em saúde dos 223 municípios atuem em conjunto, notificando automaticamente os casos suspeitos para que o panorama real da pandemia no estado seja entendido como um todo.
“Só através do trabalho em conjunto, com compromisso social, é que podemos ter números corretos e entender a dimensão do novo coronavírus para decidirmos da melhor forma possível”, completa.
G1 PB
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