Duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) de João Pessoa foram revertidas completamente para atendimentos de pacientes com a Covid-19. De acordo com secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, as UPAs dos bairros Valentina Figueiredo e Cruz das Armas começaram nesta terça-feira (14) a atender exclusivamente pacientes com suspeita de infecção pelo coronavírus (Sars-Cov-2).
Segundo o secretário, os demais atendimentos de pacientes “não-Covid”, incluíndo atendimento pediátrico, passam a ser feito nas outras duas UPAs da capital paraibana, nos Bancários e na UPA Oceania, no bairro de Manaíra. O atendimento de crianças com suspeita de coronavírus deve ser feito no Hospital Infantil Valentina.
Pessoas consideradas como casos suspeitos, com síndrome gripal e sintomas como febre, cansaço respiratório e dor de garganta devem buscar assistência nas UPAs específicas para atender casos de Covid-19. A escolha das duas UPAs se deu pelo fato de abrangerem duas regiões da cidade, zonas Oeste e Sul, que naturalmente comportam bairros mais populares e vulneráveis.
Os casos atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192) e Corpo de Bombeiros (193) passarão a ser encaminhados para o Hospital São Luiz, em Jaguaribe, que dispõe de 40 leitos para tratar de casos considerados moderados da Covid-19, fruto de uma parceria com a Prefeitura Municipal de João Pessoa.
Adalberto Fulgêncio foi enfático em relação a circulação comunitária do vírus em João Pessoa, destacando que as pessoas não estão assumindo os cuidado necessários para evitar uma exposição.
“A cidade está toda infestada, essa epidemia está no ensinando que estamos cheio de incertezas. Pessoas que estão indo a óbito em menos de três dias, médicos estão vendo pacientes que estavam em uma condição de sair de UTI em meia hora morrer com um agravamento do quadro”, comentou.
Além dos atendimentos espontâneos nas UPAs de Valentina e Cruz das Armas, a prefeitura está utilizando a estrutura das 95 Unidades de Saúde da Família (USF) para também realizar os encaminhamentos dos pacientes com suspeita de Covid-19. “Podemos dizer que estamos com 100% de cobertura, com os hospitais, as unidades de saúde, o Samu, é um esquema de guerra”, afirmou Fulgêncio.
Ele destacou ainda que a maior parte dos doentes, até 90% dos infectados, vão ter sintomas leves, moderados ou ainda ficarem assintomáticos, para essa parcela da população, a recomendação é se tratar em casa, respeitando o distanciamento social. O secretário de Saúde garantiu que, caso não tivesse sido adotado o isolamento em João Pessoa, o sistema de saúde já teria entrado em colapso.
“Não está mais forte ainda porque o prefeito tomou uma decisão que nesta terça faz 30 dias, de isolamento social, assim como o governador também em nível estadual. Essa medida está nos fazendo, por exemplo, a ter em torno de 10 leitos de UTIs disponíveis se precisar, se não houvesse esse isolamento, nós já teríamos o sistema público e privado colapsado”, explicou.
O secretário citou o caso da Associação Promocional do Ancião (Aspan), um abrigo de idosos, em que pelo menos nove foram internados por suspeita de infecção pelo novo coronavírus. Ainda de acordo com Adalberto Fulgêncio, pelo menos 14 profissionais do Samu de João Pessoa foram afastados por suspeita de Covid-19.
“A circulação comunitário é muito forte. É forte em Bayeux, Santa Rita, Cabdelo, talvez até Conde. O vírus não respeita fronteiras geográficas, limites, estamos em uma conurbação, todos esses municípios que falei são o município de João Pessoa, então é preciso todos nós sectários de saúde desses municípios trabalhemos juntos”, pediu Adalberto Fulgêncio.
G1 PB
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