No mesmo dia em que foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras telefonou para a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Simone Tebet (MDB-MS). Aras disse que gostaria de fazer uma visita de cortesia à senadora. O subprocurador-geral da República será sabatinado pela comissão e seu nome passará por votação no plenário do Senado.
A senadora afirmou que não vê "dificuldades" para aprovação de Augusto Aras na sabatina na CCJ. "Não vejo dificuldades, ele é ponderado, equilibrado. Defende a Lava Jato, mas sem excessos, tem trânsito com vários campos para conversar e debater", afirmou Simone Tebet.
Ao blog, Aras já disse que só vai dar detalhes de sua gestão após a sabatina. Nesta quinta (5), ele disse ao blog que está "muito feliz" com a indicação.
O procurador informou que pretende percorrer os 81 gabinetes do Senado e pediu uma estimativa de tempo para poder se organizar. Simone Tebet disse a ele para ficar tranquilo porque o processo na CCJ não durará menos de 15 dias.
"Ele foi muito cortês e me telefonou ontem. Eu até estive com Davi Alcolumbre [presidente do Senado] à noite para tratar de várias pautas e perguntei se a mensagem presidencial tinha chegado, mas ele disse que não. Então, deve ser lida só semana que vem, e combinamos que depois de Aras me fazer uma visita, eu indico o relator na CCJ", afirmou a senadora.
Augusto Aras vai substituir a atual procuradora-geral, Raquel Dodge. O mandato dela termina no próximo dia 17.
Perfil
Aras ganhou a simpatia do presidente porque desde abril se apresentou como o candidato conservador, com foco em questões econômicas e com intenção de desburocratizar obras sem "radicalizar" em questões ambientais e indígenas.
Ele se diz "desenvolvimentista" – o seu primeiro contato no governo foi com Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura.
Quando perguntado sobre religião, ele diz que é "cristão, um bom cristão".
O seu principal interlocutor junto ao presidente foi o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), uma das lideranças da bancada da bala.
Augusto Aras não integrou a lista tríplice de nomes sugeridos pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) à Presidência da República para assumir a PGR.
Bolsonaro não é obrigado a escolher alguém da lista. Após o anúncio da indicação, a ANPR divulgou nota na qual classifica a escolha como "retrocesso democrático e institucional".
Antes de ser indicado, o subprocurador-geral da República reuniu-se ao menos três vezes com o presidente. Os encontros não constaram na agenda oficial de Bolsonaro, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
G1
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