Durante café da manhã nesta segunda-feira (5) no Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo a aliados e ministros para focarem nas "convergências" e diminuírem as "diferenças". Segundo assessores presidenciais, Bolsonaro busca atuar como bombeiro e acabar com as brigas e disputas dentro de sua equipe. E também entre integrantes do governo com aliados no Congresso.
O encontro nesta manhã reuniu, além de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), e o relator da PEC emergencial, senador Márcio Bittar (MDB-AC).
Ausente do café da manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve envolvido na semana passada em episódios de atritos e ataques com Rodrigo Maia e Rogério Marinho. No caso do presidente da Câmara, por conta da reforma tributária e privatizações. Em relação a Marinho, sobre a possibilidade de furar o teto dos gastos públicos.
Bolsonaro abriu a semana com o café da manhã com Rodrigo Maia e Rogério Marinho exatamente na busca de criar um clima de pacificação no seu governo e na relação com seus aliados. O presidente já teve momentos de atritos com Maia, mas hoje está numa fase de bom relacionamento e quer o apoio do presidente da Câmara para as pautas de seu interesse no Congresso.
Segundo assessores, o presidente já cobrou do ministro Rogério Marinho para cessar o fogo amigo contra Paulo Guedes, que, faz questão de deixar claro, segue com sua total confiança. Durante o café, o ministro do Desenvolvimento Regional voltou a dizer que sua fala a economistas de mercado foi distorcida.
Relatos da reunião de Rogério Marinho com os economistas mostraram que ele teria criticado Paulo Guedes e dito que o Renda Cidadã sairá da melhor ou da pior forma. Ou seja, respeitando ou não o teto dos gastos públicos. No café da manhã de hoje, a conversa foi na linha de se respeitar o teto dos gastos públicos, mecanismo defendido pelo presidente da Câmara dos Deputados.
A ausência de Paulo Guedes no encontro de hoje foi justificada por assessores presidenciais pelo fato de que o presidente queria exatamente conversar com Maia e Rogério Marinho para fazer o apelo de pacificação. E que, neste momento, a presença do ministro da Economia poderia levar tensão ao café da manhã. Mas Bolsonaro espera criar as condições para que os três voltem a se falar e se reunir.
Por sinal, hoje Rodrigo Maia e Paulo Guedes vão participar de um jantar de reaproximação na casa do ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
G1
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