A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira (13), seis mandados de prisão e 26 de busca e apreensão contra suspeitos de tráfico internacional de drogas que também fraudavam o programa Farmácia Popular, do governo federal, causando prejuízos milionários. Um dos alvos chegou a ser candidato a vereador em 2024, mas não foi eleito.
Segundo a PF, o grupo é investigado por comprar cocaína da Bolívia, Colômbia e Peru para revender no Entorno do Distrito Federal. Além disso, compravam farmácias cadastradas no programa, pelo qual o governo disponibiliza medicamentos para a população por meio da parceria com a rede privada. Depois, os criminosos fraudavam notas para receber indevidamente do Ministério da Saúde e, assim, financiavam o tráfico de drogas.
O g1 entrou em contato com o Ministério da Saúde solicitando um posicionamento acerca dos prejuízos ao programa, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ao todo, 106 mandados foram expedidos pela Justiça de Goiás. Além de Goiás, as ações são cumpridas no Distrito Federal, Paraíba, Mato Grosso, Acre e Minas Gerais. Saiba quais os mandados:
Operação Arthron
A PF explicou que a investigação começou em 2022, após duas pessoas serem presas em flagrante suspeitas de transportar cocaína. A polícia revelou que a droga seria destinada a um grande traficante da região de Luziânia, o qual chegou a ser candidato a vereador nas eleições municipais de 2024.
A investigação mostrou que as drogas vinham principalmente da Bolívia, Colômbia e Peru e que eram revendidas a traficantes do entorno do Distrito Federal com vínculos com facções criminosas nacionais.
Durante a apuração do caso, a polícia rastreou as movimentações financeiras feitas pelos suspeitos e identificou uma espécie de rede destinada a ocultar a origem ilícita dos valores obtidos com os crimes. Além disso, foi possível identificar empresas do ramo farmacêutico que eram usadas para obtenção de vantagens indevidas junto ao programa Farmácia Popular.
Fraudes no programa Farmácia Popular
Segundo a PF, quando as empresas estavam funcionando devidamente, os repasses mensais não passavam de R$ 5 mil. Já após o início das fraudes, cada farmácia passava a receber de R$ 60 a R$ 90 mil por mês.
Segundo a investigação da Polícia Federal, o grupo agia da seguinte forma:
Para a realização dessas fraudes, eram feitas vendas simuladas de medicamentos que, na prática, nunca chegaram a ser fornecidos ao beneficiário declarado. A PF ainda detalhou que os investigados lançaram dados de consumidores que não tinham conhecimento quanto a utilização indevida de suas informações.
A polícia contou também que as empresas utilizadas pelo grupo ficavam localizadas em estados totalmente diferentes do domicílio dos sócios declarados.
g1 PB
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