Luiz Carlos Rodrigues dos Santos virou réu pela morte de Mayara Valéria de Barros Ramalho, gerente de um restaurante do Mangabeira Shopping, em João Pessoa. A denúncia apresentada pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e recebida pela Justiça estadual aponta os crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, porte ilegal de arma e cárcere privado. Também foi apontada motivação fútil.
O recebimento da denúncia foi confirmado nesta quinta-feira (8) pela promotora Artemise Leal Silva, responsável pela acusação. O juiz do caso é Antônio Gonçalves Ribeiro, que estabeleceu um prazo de 10 dias para que o réu possa responder à acusação.
Luiz Carlos teve a prisão convertida em preventiva no dia seguinte ao crime e foi levado para o Presídio do Roger, em João Pessoa. O MPPB defendeu na denúncia que ele seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri.
A denúncia do MPPB
Na denúncia do MPPB, a promotora Artemise Leal Silva a detalha o crime que matou Mayara Valéria de Barros Ramalho. De acordo com a denúncia, o suspeito se submeteu a entrevista de emprego no restaurante no dia 6 de janeiro, sendo orientado que aguardasse em casa que a empresa entraria em contato.
No dia 12 de janeiro, apenas seis dias após a entrevista de emprego, o homem saiu de casa armado, portando cerca de 44 munições, foi até ao restaurante, onde consumiu alimentos, e saiu do estabelecimento em direção a gerente e ao proprietário, que estavam sentados na praça de alimentação do shopping.
A denúncia registra que o suspeito questionou Mayara sobre o processo seletivo e ela conversou tranquilamente com ele. Porém, o acusado sacou a arma e atirou contra a gerente.
Segundo peças informativas consultadas pela promotora, o suspeito afirmou que estava passando necessidade e que foi à localidade cobrar da vítima uma oportunidade de emprego. A arma utilizada no crime estava sob posse do suspeito há cerca de 30 anos.
“Extrai-se das peças informativas que o crime praticado contra a vítima Mayara foi motivado em razão do ofendido não ter tido uma resposta acerca da vaga de emprego no Bar e Restaurante do qual a ofendida era gerente administrativa – caracterizando a futilidade do delito”, afirmou.
A promotora também defendeu a manutenção da prisão preventiva, considerando que ao denunciado são imputados os crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, cárcere privado, homicídio qualificado, em suas formas tentada e consumada, e também de caráter hediondo.
Além disso, o pedido também considera que o crime aconteceu em local e horário de grande circulação de pessoas, o que, segundo a promotora, demonstra o “destemor e a periculosidade do acusado”.
Crime premeditado
Após o crime, a polícia fez um trabalho de investigação na casa do suspeito. A perícia inicial que foi feita traz a tese de que o homem foi para o Mangabeira Shopping com o intuito de “cometer um ato grave”. As informações foram passadas pelo superintendente da Polícia Civil, Cristiano Santana.
“Foram colhidos depoimentos do proprietário e de funcionários do restaurante e, além disso, de uma forma muito positiva foi realizada uma perícia em um local relacionado e na residência do autor, onde estes elementos só corroboram o fato de que ele saiu realmente de casa com um propósito de cometer algum ato grave, não sabemos se seria homicídio”, disse.
O superintendente explicou também que na perícia realizada na casa do suspeito, havia inscrições na parede, onde existiam os dizeres que “ele não poderia ser julgado pelo que viesse a cometer”.
A polícia apreendeu com o suspeito 38 munições intactas e seis deflagradas.
No depoimento prestado para a polícia, o suspeito contou que recentemente passou por uma separação com a ex-companheira, morava sozinho e que não tinha ninguém. De acordo com a polícia, o homem não mostrou arrependimento em nenhum momento após a prisão.
g1 PB
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