Novembro 25, 2024

'Ouvi uma voz gritando: socorro, alguém me ajude', diz mãe de jovem vítima de feminicídio em Campina Grande

Uma jovem de 23 anos foi morta a facadas na madrugada desta sexta-feira (25) no bairro de Nova Brasília, em Campina Grande. De acordo com a Polícia Civil, a vítima se chama Maria Kaluane dos Santos, e o principal suspeito do crime, o ex-companheiro dela Jonathan Matheus dos Santos Félix, de 31 anos, está foragido. A mãe de Kaluane chegou a ouvir a filha pedindo socorro após ser atacada ao voltar para casa.

O crime aconteceu por volta das 3h, quando Kaluane, conhecida como Luana, voltava do trabalho. Segundo o delegado de homicídios de Campina Grande, Francisco de Assis, ela trabalhava em um bar no bairro do Catolé, e saía do expediente de 1h, voltando para casa à pé, contra a vontade da família.

Ainda segundo o delegado, Luana estava separado de Matheus há alguns meses, mas ele insistia em retomar o relacionamento, tendo ido até a casa dela às 22h da quinta-feira (24), querendo saber o horário que ela chegava do trabalho.

“Na volta para casa, ao chegar próximo de casa, ela foi emboscada e atacada com vários golpes de faca peixeira, e o autor fugiu em seguida”, disse Francisco de Assis.

A mãe de Luane, Adriana Quirino dos Santos, contou em entrevista à TV Paraíba que ouviu quando a filha gritou por socorro no local do crime, e que tentou socorrê-la, mas não conseguiu.

“Meu quarto é de telha, então o que acontece aqui na rua a gente escuta. Eu acordei do nada, de madrugada, e fui orar. Orei por ela, orei por outros familiares, li um versículo e tentei dormir. Como eu não consegui, peguei o celular e no que liguei, ouvi uma voz gritando ‘socorro, alguém me ajude, alguém me ajude’. Só dei um pulo, chamei as irmãs dela e disse: ‘corre que é Luana’”, disse.

A mãe e as irmãs de Luana saíram de casa e avistaram a jovem caída. Elas ainda chegaram a chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas quando a equipe chegou já constatou a morte, com cerca de oito a 10 golpes de faca.

Segundo a mãe da vítima, ela não queria ter mais uma relação com Matheus, mas ele insistia em ter a relação que, inclusive, já tinha histórico de violência doméstica. Luana deixa um filho de três anos com Matheus, que não foi localizado até às 10h.

“Ela não queria vê-lo na frente dela. Onde ela estivesse que ele chegava, ela saía. Teve um tempo em que ele estava dormindo na rua e eu disse ‘arrume um emprego, arrume uma namorada, vá viver sua vida, ela não te quer, mas tem muita mulher por aí’, mas ele não ouvia. A mãe dele me disse agora na delegacia que ele corria atrás dela, mas ela respondia nas mensagens que não queria ele. Só que ele queria viver com ela à força”, completou.

A polícia informa que qualquer informação sobre a localização de Matheus pode ser informada, de forma anônima, por meio do número 197.

Como denunciar casos de violência doméstica na Paraíba?
De acordo com o artigo 5º da Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher é caracterizada como “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.

O atendimento às vítimas pode ser realizado direto nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (disque 180). Para casos de emergência, a Polícia Militar deverá ser acionada (disque 190). Para denúncias anônimas, busque a Polícia Civil (disque 197). O Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, em João Pessoa, que acolhe mulheres vítimas de violência, pode ser acionado pelo número 0800 283 3883.

g1 PB
Portal Santo André em Foco

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Last modified on Sexta, 25 Agosto 2023 16:31

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