A mãe da criança de um ano e três meses, morta no dia 31 de março, e o padrasto da criança, foram indiciados pela morte do bebê, em João Pessoa. Após conclusão das investigações, o delegado Aldrovilli Grisi entendeu que os dois tiveram participação na morte da criança. De acordo com o delegado Rodolfo Santa Cruz, da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil da Paraíba, o corpo da criança foi encontrado com “marcas sugestivas de violência”.
O caso foi registrado no dia 31 de março. A mãe levou a criança ferida ao hospital alegando que ela tinha levado uma queda. Rapidamente, contudo, os médicos que atenderam a vítima desconfiaram da versão, devido às marcas encontradas no corpo, e chamaram a polícia. Pouco depois, a criança morreu.
O delegado Rodolfo Santa Cruz destacou ainda que na certidão de nascimento da criança consta que o seu pai é desconhecido. A mulher morava sozinha, na companhia de três filhos (a vítima e mais dois irmãos).
O delegado Aldrovilli Grisi disse que após a conclusão do inquérito, concluiu que tanto o padrasto quanto a mãe estavam envolvidos nas agressões contra a criança. A mãe também teria omitido as ações do namorado contra a o bebê.
Equipe médica constata lesões repetitivas
Os profissionais envolvidos no atendimento médico no Trauma perceberam supostos hematomas pelo corpo do bebê, e acionaram os policiais militares de plantão no hospital. A mãe continuou alegando que a criança sofreu uma queda.
Segundo Laércio Bragante, diretor da unidade, a criança já chegou com sinais de grave agressão e morte encefálica.
Ele afirma que, pelas lesões, não existia nenhuma indicação de procedimento cirúrgico. Apesar disso, a criança foi levada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde recebeu tratamento clínico e suporte avançado da ala de pediatria. Porém, por volta das 7h, a criança não resistiu e morreu.
O diretor afirma ainda que a criança tinha múltiplas lesões em várias parte corpo como no rosto, crânio e tórax. "Clássicas da criança agredida, da criança sacudida", disse.
Ainda conforme o Hospital de Trauma, o corpo já foi liberado para a Gerência Executiva de Medicina e Odontologia Legal (Gemol). Os médicos constaram traumatismo craniano.
"A pior lesão foi a lesão craniana, com uma grave agressão do cérebro, um sangramento intracraniano clássico de trauma provocado, trauma repetido. Lesões com sinais mais agudos e lesões mais antigas, de dois, três, quatro dias. Tá provado que eram lesões repetitivas", afirma o diretor.
Irmãos acolhidos
O conselheiro tutelar que acompanha o caso, Ricardson Dias, explicou que os irmãos da vítima (um menino e uma menina) foram acolhidos numa casa de permanência, por questões de segurança.
A partir de agora, o Conselho Tutelar vai buscar a família extensa da criança para saber onde as duas crianças ficarão no futuro.
g1 PB
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