Novembro 23, 2024

Ruptura do coração e hemorragia provocaram morte de torcedor do Botafogo-PB no RN, diz Itep

A perícia feita pelo Instituto Técnico Científico de Perícia (Itep) no corpo do torcedor do Botafogo da Paraíba que morreu no último sábado (11) após dar entrada em um hospital municipal de Ceará-Mirim, na Grande Natal, constatou a ruptura do coração e uma hemorragia. Estes seriam os fatores que teriam provocado a morte de Eduardo Feliciano Justino da Silva, de 27 anos, segundo o diretor do órgão e perito criminal, Marcos Brandão.

"O laudo ainda não foi concluído, mas já podemos afirmar que a morte foi provocada pela ruptura do músculo cardíaco e a hemorragia. As lesões falam por si só. Existem outras escoriações, mas essas foram as principais", afirmou o diretor.

Questionado o que poderia causar essas lesões, o perito apontou que teria sido o uso de "instrumentos contundentes", não determinados pelo exame, contra o corpo da vítima. "Pode ser soco, chute, impacto no cimento, ou no asfalto, um cassetete, qualquer objeto cuja energia provocada pelo impacto em uma área provoque lesões", explicou.

Ainda são aguardados os exames toxicológico e de dosagem alcoólica, que, segundo o diretor serão importantes para fundamentar o laudo, podendo delinear a circunstância em que a morte aconteceu e uma possível mudança de conduta da vítima, provocada por drogas e ou álcool. Ele acredita que os exames devem ser concluídos em 10 dias.

Torcedor morreu no sábado
O torcedor do Botafogo da Paraíba morreu após dar entrada no Hospital Municipal Dr. Percílio Alves, em Ceará-Mirim, região metropolitana de Natal, por volta das 20h02 do sábado (11). Segundo a família, o homem foi espancado por policiais militares após pular o muro do estádio Barretão. A corporação afirmou que deverá se pronunciar oficialmente sobre o caso após a investigação que será feita pela Polícia Civil. O velório do torcedor começou no domingo, no bairro do Geisel, em João Pessoa, onde morava e o sepultamento deve acontecer nesta segunda-feira (12).

De acordo com a guia de solicitação de exame cadavérico assinado pela equipe médica do hospital, o homem de 27 anos tinha marcas de contusão no tórax e no rosto, além de intoxicação alcoólica e indícios de uso de drogas ilícitas.

O auxiliar de serralheiro Eduardo Feliciano Justino da Silva é natural de João Pessoa e veio ao Rio Grande do Norte numa caravana de torcida organizada para o jogo contra o Globo FC, pela Série C do Campeonato Brasileiro de futebol, marcado para 19h15 deste sábado (11) no estádio. A partida acabou com vitória do time paraibano por 3 a 0.

Porém o rapaz sequer chegou a assistir ao jogo, porque precisou de atendimento médico. Ele deu entrada no hospital, de acordo com a guia confirmada pelo serviço social da unidade, apresentando rebaixamento de nível de consciência. Apesar das tentativas de socorro, ele não resistiu e morreu.

Segundo a família, o homem foi espancado por policiais militares depois de ter pulado o muro do estádio. "Os colegas disseram que ele pulou o muro com outros meninos. Quando ele voltou, deu de cara com um grupo de policiais. Bateram até ele desmaiar, deram jato de spray de pimenta. Não precisavam ter feito isso. Tem um hematoma muito feio no olho e outro no tórax", afirmou o irmão de Eduardo, o pintor de automóveis Marcelo Feliciano, de 39 anos, que veio a Natal com outros irmãos para liberar o corpo. De acordo com ele, a família quer uma investigação rápida sobre o caso.

A Polícia Militar informou que a princípio não houve registro de confronto entre torcidas, nem entre torcedores e policiais, apenas "manobras de contenção", para manter a ordem. De acordo com a assessoria de imprensa da PM, o caso da vítima foi registrado e será investigado pela Polícia Civil. Só após isso a corporação deverá se manifestar oficialmente.

Em nota, o Botafogo lamentou o falecimento do torcedor. "Botafogo Futebol Clube vem a público manifestar consternação pelo falecimento do torcedor Eduardo Feliciano em Ceará-Mirim. Nossos sentimentos aos familiares e amigos".

Torcedores do Botafogo-PB registraram queixa na Central de Polícia de João Pessoa denunciando que foram agredidos pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte antes da partida. De acordo com os boletins de ocorrência, os torcedores paraibanos informaram que foram vítimas de repressão policial sem ter envolvimento com a tentativa de entrar sem pagar no estádio Manoel Dantas Barreto, conhecido como Barretão, local da partida.

G1 PB
Portal Santo André em Foco

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