Uma jovem foi agredida pelo companheiro em praça pública, no município de Esperança, no Agreste da Paraíba. As agressões aconteceram na madrugada do domingo (28). Vídeos dos circuitos de segurança da praça da cidade registraram o momento da ação. Nas redes sociais, a vítima disse que não vai prestar queixa.
No vídeo, é possível observar que o companheiro da mulher a empurra várias vezes. Algumas pessoas que estão na praça tentam ajudar, mas as agressões continuam. O homem ainda dá vários socos na mulher e ela chega a cair no chão. Nesse momento, ela é socorrida por pessoas que estavam no local.
Depois da repercussão das imagens na cidade de Esperança, a vítima publicou um vídeo nas redes sociais explicando a situação. Ela contou que os dois estariam sob efeito de bebida alcoólica. Disse, também, que a confusão começou quando ela não quis dar a chave da moto para o companheiro e que as agressões foram mútuas.
Ela disse, ainda, que não vai prestar boletim de ocorrência contra o companheiro.
A secretária da Mulher a da Diversidade Humana, Lídia Moura, se pronunciou sobre o caso e disse que "a cena de extrema violência contra a mulher que é vista no vídeo é muito problemática", levando em consideração que aconteceu uma culpabilização da vítima e uma justificativa que culpabiliza a mulher. A secretaria, ainda, apontou que tudo começou por causa de uma atitude correta da vítima, levando em consideração que ela estava segurando a chave da moto para que uma pessoa que estivesse alcoolizada não fizesse o uso.
Segundo a secretária, a vítima se sentir culpada, depois de sofrer uma agressão, é um processo muito comum, mas que precisa ser problematizado.
"Nós temos que ver a reação dessa pessoa [suspeito] que se aproxima dessa mulher e que faz, inclusive, uma sequência de golpes, de espancamento, ao ponto dessa mulher desmaiar. Nós não podemos minimizar isso, e nem culpabilizar essa mulher, ainda que ela se perceba culpada no processo, o que é muito comum na violência contra as mulheres", informou a secretária.
A secretaria informou que está em busca da vítima por meio de busca ativa para tentar dar o entendimento do que aconteceu para ela, conversar com ela sobre os direitos dela e sobre o ciclo da violência.
Segundo o delegado da Polícia Civil de Esperança, Cristiano Santana, os trâmites legais serão instaurados independente da vontade da vítima. Ou, seja, será aberto um inquérito policial, por mais que a jovem não tenha prestado um boletim de ocorrência.
"Todas diligências estão sendo realizadas dentro da lei, recolhemos todos os vídeos como provas", disse o delegado.
g1 PB
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