A mãe e o padrasto presos como suspeitos de torturarem uma criança de sete anos na cidade de Boqueirão, a 146 km de João Pessoa, tiveram as prisões mantidas após audiência de custódia realizada na manhã desta terça-feira (23). Os dois foram transferidos para presídios na região de Campina Grande, onde vão aguardar pelo julgamento do caso. O casal foi preso no dia 18 de julho em cumprimento de mandados de prisão preventiva.
De acordo com a Polícia Civil, Maria Aparecida Souza Silva, mãe da criança, vai ser transferida para o Presídio Feminino de Campina Grande. O companheiro dela, Edilson Cosme Albuquerque, padrasto da vítima, vai ser conduzido à Penitenciária Padrão de Campina Grande.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Maria Aparecida Sousa Silva praticou os crimes com ajuda do seu companheiro Edilson Cosme Albuquerque. No dia da prisão, o delegado explicou que os maus tratos foram denunciados pela tia do menino no dia 10 de julho. Após acionar a polícia, a tia contou com ajuda de conselheiros tutelares para resgatar o menino.
"Eles encontraram o menino muito debilitado, desnutrido, com muitas lesões na cabeça, tórax e outras partes do corpo. Foi levado ao hospital e ainda permanece em tratamento ", declarou o delegado. Na segunda-feira (22), o menino passou por uma cirurgia plástica para reconstruir parte do couro cabelo danificado pelas agressões.
Ao tomar conhecimento do caso, a Polícia Civil instaurou inquérito policial e começou a ouvir pessoas próximas. "Ouvimos conselheiros tutelares, assistentes sociais da escola onde o menino estuda e ouvimos a criança, que nos relatou a rotina de sofrimento que vivia", afirmou o delegado.
De acordo com Iasley Almeida, o menino foi vítima de tentativa de homicídio triplamente qualificado. "Ao praticar as agressões, o casal pretendia causar a morte do menino, por motivo fútil, sem possibilidade de defesa e com uso de requintes de tortura", declara.
O caso
A criança de sete anos deu entrada no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande em estado de desnutrição e com ferimentos no dia 10 de julho. De acordo com a Polícia Civil, a criança estaria sofrendo maus-tratos praticados pela mãe e pelo padrasto. O laudo finalizado pelo Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol) confirmou que a criança sofria agressões físicas prolongadas e contínuas, o que se configura como tortura.
Conforme explicou Márcio Leandro, chefe do Numol, no momento do exame o menino estava muito debilitado, desnutrido e com um quadro de anemia profunda. "Tinha lesões por todo corpo, nas costas e lesões nos glúteos, o que indica que ele passou bastante tempo imóvel, imobilizado, por estar acorrentado. As agressões foram tão prolongadas que se tornou tortura", explica o chefe do Numol.
No dia 18 de julho, foram presos o padrasto e a mãe do menino. Maria Aparecida Sousa Silva e Edilson Cosme Albuquerque foram presos por força de mandados de prisão preventiva expedidos a pedido da Polícia Civil. Eles seguem detidos e a audiência de custódia ainda não foi marcada.
G1 PB
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