O mentor da Barbárie de Queimadas, Eduardo dos Santos Pereira, continua foragido sete meses depois de fugir da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes de João Pessoa, conhecida como PB1. Ele foi condenado a 108 anos de prisão por ser o mentor do estupro coletivo que resultou na morte de duas mulheres, mas fugiu pela porta lateral que dá acesso ao almoxarifado do presídio, na noite do dia 17 de novembro.
A Polícia Civil disse ao G1 que tem uma informação de que o foragido não se encontra mais na Paraíba, porém não pode repassar mais detalhes. Em nota, afirma que trata-se de um caso delicado, mas a Polícia Civil segue com as investigações, aplicando os métodos cabíveis para o caso.
Segundo o secretário executivo da Administração Penitenciária, João Paulo Barros, um vídeo do momento da fuga de Eduardo foi anexado ao inquérito policial do caso.
Um procedimento interno foi aberto para averiguar a conduta dos policiais que estavam trabalhando no momento em que a fuga aconteceu e, ainda conforme o secretário, continua em andamento, aguardando o andamento das investigações.
Conforme informações do secretário, fornecidas ao G1 em janeiro, quatro policiais penais que faziam a segurança do setor foram encaminhados à Central de Polícia na mesma noite da fuga para prestar esclarecimentos. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Isaías Gualberto, um deles foi autuado por facilitação culposa e, em seguida, liberado.
Segundo a Polícia Civil, a facilitação culposa "é porque ele [o policial] não teve a intenção, não foi uma ação planejada, mas como estava de serviço deveria ter sido mais atento".
A Barbárie de Queimadas
O crime aconteceu em 2012, na cidade de Queimadas, no Agreste da Paraíba. Cinco mulheres foram estupradas durante uma festa de aniversário e duas delas - a professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos - foram assassinadas porque teriam reconhecido os agressores. Elas estavam em uma festa de aniversário em uma casa com dez homens.
Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba, os estupros foram planejados pelos irmãos Luciano e Eduardo dos Santos Pereira, que teriam chamado amigos para abusar sexualmente das mulheres convidadas para a festa de aniversário de Luciano. Segundo informações contidas no processo, o estupro coletivo seria um “presente” para o aniversariante.
Seis homens - Luciano dos Santos Pereira, Fernando de França Silva Júnior, Jacó Sousa, Luan Barbosa Cassimiro, José Jardel Sousa Araújo e Diego Rêgo Domingues - foram condenados pelos crimes de cárcere privado, formação de quadrilha e estupro e cumprem penas entre 26 a 44 anos de prisão em regime fechado no presídio de Segurança Máxima PB1, em João Pessoa. Três adolescentes também foram julgados e sentenciados a cumprir medidas socioeducativas no Lar do Garoto.
Eduardo Santos, apontado como o mentor do crime, foi o último dos envolvidos no crime a ser julgado. Em setembro de 2014, ele foi considerado culpado por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma, além de cinco estupros. Por estes crimes, ele foi condenado a 106 anos e 4 meses de reclusão.
Além disso, ele recebeu uma pena de 1 ano e 10 meses de detenção pelo crime de lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.
G1 PB
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