Bloqueios de vias e falta de transporte afetavam a capital do Chile, Santiago, na manhã desta terça-feira (12), em mais um dia de protestos e de uma convocação de servidores públicos, estudantes e outras organizações para uma paralisação.
Três semanas de tumultos já deixaram mais de 20 mortos e milhares de presos, além de grandes danos que já começam a se fazer sentir na economia do maior produtor mundial de cobre.
Apesar de o governo ter feito alguns acenos, como uma troca de ministros, medidas paliativas e a promessa de uma nova Constituição, os manifestantes não parecem satisfeitos e exigem reformas estruturais no modelo econômico do país.
O protesto teve início precisamente contra uma elevação nos preços do transporte, mas passou a incluir exigências de mais qualidade na saúde, educação e pensões, entre outras.
Plebiscito
No domingo (10), o governo do Chile anunciou o início do processo para a elaboração de uma nova Constituição, através da formação de uma Constituinte com ampla participação dos cidadãos.
Na segunda-feira (11), a Câmara dos Deputados do Chile aprovou a convocação de uma votação em 90 dias para saber se a população concorda com a elaboração da nova Constituição, além da realização de um plebiscito para ratificação do novo documento. A atual Constituição foi elaborada durante o governo de Augusto Pinochet (1973-1990) e sua substituição é uma das demandas dos manifestantes.
O documento foi modificado várias vezes desde que foi promulgado, em 1980. Mas aqueles que pedem por mudanças dizem que qualquer novo texto deve acrescentar mais proteção aos direitos sociais e aumentar a participação de cidadão na democracia.
Os oponentes da ideia alegam que a Constituição atual tem sido um pilar de estabilidade para o Chile, que está entre os países mais fortes e as economias mais favoráveis aos investidores.
Protestos desta terça
Em duas estradas que ligam Santiago a portos importantes, barricadas foram incendiadas desde as primeiras horas do dia.
No centro de Santiago se viam menos transeuntes e uma circulação menor de ônibus da rede de transporte. Muitas empresas ajustaram horários ou decidiram não abrir devido à paralisação e a marchas convocadas para o dia.
O aeroporto de Santiago informou seus passageiros que as vias de acesso estavam normais.
O metrô de Santiago disse que funcionaria segundo o plano que vem ampliando paulatinamente desde os ataques que sofreu no início dos protestos, que deixaram várias estações com danos graves.
Já o trem que une as cidades litorâneas de Valparaíso e Viña del Mar não estava operando por não contar com os serviços mínimos necessários.
G1
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