O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, recebeu nesta terça-feira (20) a primeira dose de uma vacina contra a Covid-19, em um ato público que busca convencer os adultos mais velhos do país que não querem se imunizar.
"Não dói e também ajuda muito, protege a todos nós", afirmou o presidente de 67 anos após receber uma dose do imunizante de Oxford/AstraZeneca em sua habitual coletiva de imprensa matinal.
"Faço novamente um apelo aos idosos para que todos nos vacinemos, não há nenhum risco", acrescentou López Obrador, que é conhecido pela sigla do seu nome: AMLO.
Ele tem mudado de postura em relação à pandemia. No fim de março, após o México se tornar o 3º do mundo a superar as 200 mil mortes por Covid-19, AMLO pediu às pessoas que ficassem em casa.
"Precisamos ficar em nossas casas, precisamos manter uma distância saudável", disse López Obrador em um vídeo de 14 minutos, alertando que o sistema de saúde pode não ser capaz de lidar com um surto intenso de casos.
"Se não ficarmos dentro de casa, o número de infecções pode disparar, e isso saturaria nossos hospitais", disse o presidente mexicano no vídeo. "Seria avassalador".
Atualmente, o México é o 3º país com mais mortes por Covid-19 do mundo (212 mil), atrás de Estados Unidos (567 mil) e Brasil (374 mil), e o quatro em número de casos confirmados.
O país de 126 milhões de habitantes começou a sua campanha de vacinação em 24 de dezembro e aplicou cerca de 14 milhões de doses até o momento (o equivalente a 11 doses aplicadas a cada 100 habitantes).
Pior das Américas
Antes da mudança de postura, AMLO passou meses minimizando a pandemia e evitando decretar quarentenas mais rigorosas.
Ele dizia sempre que o país estava prestes a vencer a batalha contra o novo coronavírus e recusava-se a usar máscaras em público e a endossá-las.
López Obrador contraiu o novo coronavírus em janeiro e, em fevereiro, o México atingiu a maior taxa de mortes do continente.
Desde a semana passada, o Brasil assumiu o posto de país com mais mortes por milhão de habitantes das Américas.
France Presse
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