O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, de 85 anos, renunciou ao seu mandato de senador pelo país nesta terça-feira (20). Ele disse que a pandemia de coronavírus fez com que ele antecipasse a decisão.
Ele anunciou que de agora em diante não vai mais ser um dirigente político. No entanto, sempre que fala de sua saída de cena, Mujica diz que seguirá a ter atividades políticas.
“Essa situação me obriga, com muito pesar pela minha vocação política, a pedir que eu renuncie do meu cargo outorgado pelos cidadãos. A pandemia me botou para fora”, disse José Mujica.
Mujica tem uma doença autoimune chamada Síndrome de Strauss, que, junto com a idade avançada, o coloca no grupo de risco para a Covid-19. Em entrevista ao jornal “El Pais” do Uruguai, ele disse que gosta da política, mas gosta mais de poder viver o máximo que puder.
Julio María Sanguinetti, que foi presidente por dois mandatos, também deixou sua cadeira no parlamento uruguaio. Sanguinetti, de 84 anos, lembrou em sua carta que a renúncia estava prevista desde antes das eleições nacionais realizadas em 2019.
"O que me motiva é principalmente a necessidade de atender a secretaria-geral do Partido Colorado, minhas atividades jornalísticas e correspondentes editoriais", escreveu Julio María Sanguinetti.
Saída anunciada
Mujica já havia dito algumas vezes que iria deixar o cargo. No fim de setembro, ao votar em eleições regionais, ele assumiu que a renúncia aconteceria em outubro.
Em entrevista ao jornal argentino “La Nación”, no começo de setembro, ele afirmou que deixaria o cargo, mas não iria parar de fazer política. O repórter então o lembrou que ele já havia dito isso em outras três ocasiões. “Eu vou para casa, mas não saio da política”, respondeu ele.
Em 2018, ele já era senador e abandonou o cargo para ficar em casa. Durou pouco mais de um ano: nas eleições do ano passado, ele voltou a ser eleito para o Senado.
Conhecido como "o presidente mais pobre do mundo", Mujica nunca deixou de aparecer em eventos oficiais.
G1
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