Os ataques a banco estão em declínio na Paraíba. É isso, ao menos, o que atesta o "Mapa da Violência" do Sindicato dos Bancários do Estado da Paraíba, que desde 2011 monitora todos os registros desse tipo de crime em território paraibano. Em 2019, pois, foram apenas 22 assaltos do tipo, o menor índice desde que o levantamento começou a ser realizado.
A diminuição é tão evidente que os números de 2019 são três vezes menores do que os registrados em 2018, que detinha até então a menor marca. A propósito, o gráfico mostra bem esse declínio. Em 2011, quando o mapa foi realizado pela primeira vez, foram 72 ocorrências em um ano. E esses números, com algumas oscilações, foram crescendo até chegar ao ápice em 2015, quando 132 registros do tipo foram feitos na Paraíba.
De lá para cá, no entanto, os números começaram a cair: 105 em 2016, 81 em 2017, 66 em 2018 e 22 em 2019.
Tipos de crimes
Em 2019, dos 22 registros, 11 deles foram explosões de caixas eletrônicos, o tipo de crime contra bancos que historicamente é o mais comum de todos. Foram registrados ainda dois assaltos, cinco arrombamentos, três tentativas de assalto e uma saidinha de banco.
Em todas as modalidades, 2019 foi o ano mais tranquilo, de acordo com o Mapa da Violência do Sindicato dos Bancários.
Em sentido contrário, as explosões e as saidinhas tiveram seus ápices em 2015, com 76 e 14 ocorrências respectivamente. Já os assaltos, os arrombamentos e as tentativas de assaltos tiveram seus ápices em 2013, com 17, 35 e 18 ocorrências respectivamente.
Os dois lados da moeda
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida, explica que duas perspectivas precisam ser analisadas diante desde Mapa da Violência, sendo uma positiva e outra negativa.
Por um lado, ele admite a eficiência das forças policiais nos últimos tempos, que conseguiram desbaratar algumas das principais quadrilhas de assaltos a bancos que atuam na Paraíba. "A segurança pública está mais eficiente. As polícias estão mais bem preparadas para lidar com esse tipo de situação. Isso é uma realidade", explica Lindonjhonson.
Ele explica também que o dispositivo de colocar tintas nas notas, que se soltam quando acontece alguma explosão, colaborou para diminuir os assaltos, visto que esse tipo de crime deixou de ser tão eficiente e tão rentável.
Por outro lado, contudo, ele critica fechamentos sistemáticos de agências bancárias pelo interior da Paraíba, o que seria extremamente prejudicial à população de alguns municípios.
De acordo com o presidente do Sindicato, alguns bancos têm uma política de retirar o dinheiro de agências que são assaltadas mais de uma vez, deixando-as apenas com serviços burocráticos ou com atendimentos que não envolvam dinheiro em papel. Em casos mais extremos, continua ele, as agências chegam a ser fechadas em definitivo.
"As agências do interior são as mais sofridas. E, quando elas são fechadas ou deixam de funcionar com numerários, isso prejudica os aposentados, ou quem recebe auxílios sociais dos governos estadual e federal. Muitas vezes, essas pessoas precisam se deslocar para outra cidade para sacar o seu dinheiro", reclama.
Segundo o sindicalista, isso é extremamente maléfico. "Ao invés desses bancos aumentarem a segurança, eles fecham a agência, retiram o dinheiro. Sob esse ponto de vista, os motivos que levaram à diminuição tão grande nos assaltos não é necessariamente positivo, porque não resolve o problema", pontua por fim.
G1 PB
Portal Santo André em Foco
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