Novos trechos do vídeo da colaboração da delação de Daniel Gomes da Silva, operador da Cruz Vermelha (CVB) e Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (Ipcep), junto ao Ministério Público da Paraíba apresentam novos detalhes no esquema desarticulado pela Operação Calvário.
Entre novas revelações estão:
O vídeo da delação de Daniel Gomes da Silva foi divulgado pelo Ministério Público da Paraíba na quarta-feira (18). Na gravação, o delator confirmou ao Ministério Público como atuava o suposto esquema de distribuição de propinas e desvio de verbas nos contratos da saúde, na Paraíba.
Em nota, a Cruz Vermelha disse Daniel Gomes não era diretor da instituição, mas conselheiro nacional. Alegou ainda que também foi vítima da suposta organização criminosa junto com o sistema público. De acordo com a investigação a suposta organização criminosa teria desviado R$134,2 milhões de serviços de saúde e educação. Daniel é considerado um dos chefes da organização criminosa e foi preso na primeira fase da Operação Calvário
Obras superfaturadas
Uma das formas de desviar o dinheiro para pagamento de propina a agentes públicos e para financiar ilegalmente campanhas, segundo os investigadores, era com superfaturamento de contratos. No depoimento que confirmou a colaboração premiada, Daniel Gomes, dirigente da Cruz Vermelha, revelou que obras feitas no Hospital de Trauma e no HTop foram superfaturadas. Os valores não foram citados no vídeo.
Pagamento de ‘cala-boca’
Daniel Gomes também confirmou que usou o dinheiro desviado do Hospital de Trauma de João Pessoa para pagar o salário de um ex-diretor, Edvan Benevides. Depois que saiu da unidade de saúde, Edvan assumiu a Secretaria de Saúde da cidade de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa. O dinheiro pago, segundo Daniel, era por causa da influência do ex-diretor e para mantê-lo calado sobre os supostos esquemas de repasse de propina.
Superfaturamento de equipamentos
Na delação, Daniel Gomes também confirma pagamento de propina em negociações para gestão e compra de equipamentos do Hospital Metropolitano, uma das últimas obras inauguradas por Ricardo Coutinho quando ainda era governador, em 2018.
Ex-secretário sócio de escritório
Além de esquemas na área de saúde, Daniel Gomes também revela outras formas de arrecadação de dinheiro ilícito. Ele relata que Waldson de Souza, ex-secretário de saúde e articulação municipal, preso na sétima fase da operação Calvário, seria sócio oculto de um escritório de advocacia, com objetivo de desviar dinheiro público.
Esquema em Campina Grande
Além dos envolvidos na gestão da saúde da Paraíba, Daniel Gomes citou pagamento de R$ 150 mil para estruturação da campanha do então candidato a prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD). A contrapartida, segundo ele, seria a aprovação de uma lei para entrada de Organizações sociais na gestão dos hospitais da cidade.
G1 PB
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