Novembro 22, 2024

Mais de 210 mil pessoas vivem em favelas na PB, segundo IBGE

A Paraíba tem 210.485 pessoas vivendo em favelas e comunidades urbanas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população que vive em favelas corresponde a 5,3% do total estadual, sendo um dos 10 menores do país. Divulgado nesta sexta-feira (8), o estudo foi realizado a partir de dados do Censo Demográfico 2022.

Segundo o IBGE, as Favelas e Comunidades Urbanas são territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.

Essas pessoas vivem em 282 territórios considerados favelas na Paraíba. A grande maioria desses territórios estão em comunidades urbanas da região metropolitana da capital, que é composta pelos municípios de João Pessoa (157), Cabedelo (25), Bayeux (23), Santa Rita (11), Conde (7) e Lucena (4). Os demais municípios paraibanos com tais territórios eram: Campina Grande (23), Sousa (10), Cajazeiras (8), Patos (7), Cruz do Espírito Santo (6) e Juripiranga (1).

O percentual da população que mora em favelas na Paraíba é inferior à média nacional (8,1%). Em João Pessoa, o cenário é outro: 168.867 pessoas moram nesses territórios, o que corresponde a 14,4% da população total da região metropolitana da capital.

Na Paraíba, 83,3% das favelas, que correspondem a 235 territórios, tinham menos de 500 domicílios; 11,7% (33) tinham mais de 500 e menos de 1.000 domicílios; enquanto 5,0% (14) tinham 1.000 ou mais domicílios. Em termos de população residente, 57,4% (162 favelas) tinham menos de 500 habitantes; 21,6% (61) tinham mais de 500 e menos de 1.000 moradores; e 20,9% (59) tinham 1.000 ou mais residentes.

As maiores favelas da Paraíba: Vila Teimoso, Pedregal e São José
A Vila Teimoso, considerando também Jardim Coqueiral, Vem-Vem e Beira Molhada, no município de João Pessoa, era a maior favela da Paraíba, em 2022. O território tem uma população de 7.372 pessoas e densidade demográfica de 16.770,3 habitantes por km². Em seus 0,445 km² de área territorial, esse território comportava 3.036 domicílios.

A segunda maior favela era o Pedregal, no município de Campina Grande. Residem no local 6.528 pessoas, concentradas em uma área territorial de 0,311 km², onde estavam distribuídos 2.541 domicílios. Aqui, a densidade demográfica era de 21.020,3 habitantes por km², a mais elevada entre as 20 maiores FCUs do estado.

Na terceira posição está a favela São José, em João Pessoa. São 6.055 habitantes e 2.399 domicílios distribuídos em 0,358 km² de área territorial, essa comunidade apresentava uma densidade demográfica de 16.931,6 habitantes por km².

Quem são as pessoas que vivem nas favelas da Paraíba?
A proporção de pessoas brancas (27,1%) que vivem nesses territórios é menor que a constatada para a população total do estado (35,7%). O inverso ocorre com a quantidade de pessoas pretas e pardas que vivem nessas favelas, que correspondem a proporção de 12,4% e 60,0%, respectivamente, do que no total da população paraibana (8,0% e 55,6%).

A análise demográfica das FCUs da Paraíba em 2022 destaca que o índice de envelhecimento da população nesses territórios foi de 42, sendo 42 idosos (60 anos ou mais) para cada 100 crianças (0 a 14 anos). Isso indica que essa população é mais jovem em comparação à população total do estado, cujo índice de envelhecimento foi 74.

Tendência semelhante é observada no Brasil e no Nordeste, onde os índices de envelhecimento são, respectivamente, 45 (população das FCUs) e 80 (população total). Embora com menor intensidade, também é parecido com o cenário da região Nordeste, que tem índices de 51 e 69, respectivamente.

Outro indicador relevante é a idade mediana, que foi de 29 anos nas FCUs e de 34 anos na população geral da Paraíba, reforçando a diferença etária. No Brasil, a idade mediana é de 30 anos nas FCUs e 35 na população total, enquanto no Nordeste é de 32 e 33 anos, respectivamente.

A razão de sexo favelas paraibanas também revela que, dos 210.485 residentes, 48,4% são homens (101.882 pessoas) e 51,6% são mulheres (108.603 pessoas), resultando em uma razão de sexo de 94, um pouco superior à da população total da Paraíba, que é de 93. Esse indicador confirma a leve predominância feminina no recorte populacional

Esgoto, abastecimento de água e coleta de lixo
Do total de pessoas residentes nas favelas e comunidades urbanas paraibanas (210.485 pessoas), em 2022, a maioria vive em casas particulares permanentes. Confira:

  • 99,5% (209.491 pessoas) moravam em domicílios particulares permanentes
  • 0,4% (919 pessoas) residiam em domicílios particulares improvisados
  • menos de 0,1% (75 pessoas) eram moradores em domicílios coletivos

O Censo 2022 também constatou que apenas 43,5% dos residentes em Favelas e Comunidades Urbanas da Paraíba moravam em domicílios com esgotamento sanitário do tipo Rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede. Essa proporção era bem inferior às médias brasileira (59,5%) e nordestina (52,1%).

Para os demais moradores, o esgotamento sanitário ocorria por meio de Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede (20,8%); Fossa rudimentar ou buraco (21,3%); Vala (3,6%); Rio, lago, córrego ou mar (9,9%); e outra forma (0,8%). Havia ainda os que não tinham banheiro ou sanitário (0,1%).

Quanto ao abastecimento de água, 95,6% dos residentes nesses territórios moravam em domicílios que possuíam ligação à rede geral e a utilizavam como forma principal de abastecimento. Esse indicador ficou acima das médias nacional (85,6%) e regional (87,2%). Havia ainda 1,1 % dos moradores que utilizava principalmente outra forma de abastecimento, embora tendo ligação à rede geral; enquanto 3,3% não possuíam ligação a essa rede.

Sobre o serviço de coleta de lixo (coletado no domicílio ou através de caçambas) atendia a 94,7% dos moradores em domicílios particulares permanentes desses territórios, proporção inferior tanto à média nacional (96,7%) quanto à regional (95,3%). Já a proporção estadual de moradores das FCUs atendidos por meio de caçambas de serviço de limpeza (6,6%) ficou bem abaixo das médias brasileira (19,8%) e nordestina (19,7%).

Existem mais estabelecimentos religiosos que escolas
O Censo 2022 identificou um total de 11.669 estabelecimentos e edificações em construção ou reforma nas FCUs da Paraíba, dos quais 117 eram de ensino, 44 eram de saúde e 769 eram estabelecimentos religiosos. Assim, proporcionalmente, nesses territórios, havia 17,5 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimentos de saúde e 6,6 estabelecimentos religiosos para cada estabelecimento de ensino.

Do total de estabelecimentos encontrados (9.112 unidades) nas Favelas e Comunidades Urbanas do estado, 89,0% (8.114 unidades) eram estabelecimentos de outras finalidades (lojas comerciais, farmácias, bancos, oficinas mecânicas etc.). Quanto às edificações em construção ou reforma, foram identificadas 2.557 unidades.

g1 PB
Portal Santo André em Foco

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