Quase metade da produção agropecuária da Paraíba é proveniente da agricultura familiar. Dados do Censo Agropecuário 2017 divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (25) indicaram que 47,8% da produção paraibana nesse setor vem da agricultura familiar. De acordo com o IBGE, o índice paraibano está bem acima do nacional, em que esse tipo de produção agropecuária só corresponde a 22,8% do total produzido no país.
Para ser considerada como de agricultura familiar, a unidade deve ter mão de obra predominantemente familiar, ter renda oriunda majoritariamente da atividade agrícola e ter um tamanho de até quatro módulos fiscais, medida estabelecida pelos municípios, que pode variar conforme a cidade.
Ainda segundo a pesquisa do IBGE, essa modalidade agrícola é a ocupação de 73,4% dos trabalhadores rurais. Além disso, representa 76,9% do total de estabelecimentos e ocupa 42,1% da área dedicada à agricultura no estado. Em comparação às informações levantadas em 2006, a Agricultura Familiar seguiu a tendência geral no estado e registrou redução nesses três indicadores, quando o percentual de pessoal ocupado era de 82,8% do total, o número de estabelecimentos era de 86,9% e a área total 42,6%.
Educação e orientação
Outro dado relevante sobre o trabalhador rural paraibano apontado pelo Censo é que 40,5% deles são analfabetos, um percentual um pouco melhor do que o registrado em 2006, quando cerca de 45% dos produtores não sabiam ler ou escrever. Se por um lado boa parte dos produtores não têm formação educacional, outra grande parte afirmou não receber instruções técnicas de produção.
De acordo com o Censo, 82,7% dos produtores informaram que não receberam instruções técnicas sobre plantio, criação dos animais ou armazenamento dos produtos. Embora, segundo o IBGE, tenha sido registrado um aumento na Paraíba neste item pesquisado entre 2006 e 2017, passando de 9,2% para 17,3% dos produtores rurais.
Das unidades agropecuárias no estado, 89,7% tinham energia elétrica em 2017, o que demonstra uma melhoria nas condições observadas no Censo Agro de 2006, ano em que esse percentual era de 81,4%.
Os dados apontam ainda que apenas 16,2% dos produtores paraibanos obtiveram financiamento. Desses, 93,8% tiveram como fonte os bancos, 8,9% os governos e 1,53% as cooperativas de crédito. Embora o percentual seja relativamente baixo, é maior do que o constatado em 2006, de 14,9%.
Perfil do produtor
O total de pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários na Paraíba caiu 13,49% no período de 2006 a 2017. A quantidade de pessoal ocupado na atividade no estado passou de 490.317 em 2006 para 424.126 em 2017. Por outro lado, houve um aumento na mecanização da agropecuária no estado.O número de tratores utilizados cresceu 22,99% de 2006 a 2017. O total passou de 2.896 máquinas para 3.562.
A pesquisa verificou que o percentual de mulheres à frente dos estabelecimentos agropecuários na Paraíba aumentou de 18,9% em 2006 para 23% em 2017. Em relação à idade, o coordenador técnico do Censo ressaltou que o levantamento apurou um envelhecimento do produtor rural. A faixa etária predominante foi a de 35 a 65 anos de idade, somando 62% do total.
G1 PB
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