O comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, afirmou nesta terça-feira (22) que as investigações sobre a origem do óleo que atingiu praias do Nordeste se concentram em 30 embarcações regulares, com bandeiras de 10 países diferentes, e na possibilidade de o material ter sido derramado por um “dark ship”.
O comandante da Marinha explicou que "dark ship" é uma embarcação com dados conhecidos das autoridades, mas que, em função de restrições para transportar determinada carga, opta por uma "navegação nas sombras", a fim de evitar ser interceptado por Marinhas de guerra.
"O dark ship é um navio que tem seus dados concretos, seus dados informados, mas, em função de qualquer restrição de embargo que acontece, ele tem uma carga que não pode ser comercializada", disse o almirante.
"Então, ele busca linhas de comunicação marítima que não são tão frequentadas, ele não alimenta sistemas de identificação, ele procura as sombras. Essa navegação às sombras produz esse dificuldade de detecção", acrescentou.
De acordo com o almirante, a maior probabilidade sobre a origem do óleo, no momento, recai sobre um esse tipo de navio.
“Um dark ship, o mais provável é a probabilidade de um dark ship. Um dark ship ou um navio que teve um incidente e, infelizmente, não progrediu a informação como deveria”, disse o comandante após se reunir no Palácio do Planalto com o presidente em exercício, Hamilton Mourão.
Caso o óleo tenha sido lançado no mar por uma embarcação com documentação regular, os responsáveis cometeram um ato "criminoso", segundo Ilques, ao não comunicarem as autoridades sobre o derramamento.
"Fato de não ter sido comunidade já é criminoso. Todo incidente de de navegação, homem ao mar, avaria, pelas regras de navageção deve ser comunicado", disse o comandante da Marinha.
No encontro, Ilques atualizou Mourão sobre o andamento das ações para conter o óleo e identificar os responsáveis pelo desastre ambiental. As manchas de óleo atingem desde o final de agosto as praias do litoral nordestino e, de acordo com a Marinha, mais de 900 toneladas de resíduos foram retiradas da região.
Mourão disse que o governo tomou as medidas necessárias, mas que as ações não receberam a devida "visibilidade".
"As ações do governo já vinham sendo tomada, talvez elas estavam com pouca visibilidade. A Marinha já vinha trabalhando há algum tempo. Mais uma vez a gente explica que é um acidente único", afirmou.
Prazo para investigações
O comandante da Marinha explicou que as apurações sobre a origem do óleo correm em sigilo e que não há data para conclusão dos trabalhos, que contam com apoio de instituições e empresas estrangeiras.
“As investigações prosseguem e só terminarão no dia que nós localizarmos quem agrediu a nossa pátria. Isso é importante deixar sublinhado. Se demorar 200 anos, vamos fixar 200 anos nisso, até achar [os responsáveis]”, afirmou Ilques.
A Marinha faz a apuração com base no cruzamento contínuo de informações sobre navios que passaram pela região onde o óleo teria sido derramado.
Ilques relatou que inicialmente a investigação verificou cerca de mil embarcações. No momento, está concentrada em 30 navios regulares ou na possibilidade de um "dark ship".
Caso o óleo tenha sido lançado no mar por uma embarcação com documentação regular, os responsáveis cometeram um ato "criminoso", segundo Ilques, ao não comunicarem as autoridades sobre o derramamento.
"O fato de não ter sido comunicado já é criminoso. Todo incidente de navegação, homem ao mar, avaria, pelas regras de navegação deve ser comunicado", disse o comandante.
G1 PB
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