As mulheres ganham 14,8% a menos do que os homens na Paraíba. Os dados são do 1º Relatório de Transparência Salarial, divulgado nesta segunda-feira (25). De acordo com o documento, enquanto a média salarial das paraibanas é de R$ 2.228,92, a dos paraibanos é de R$ 2.615,47.
O cálculo do Ministério do Trabalho que encontrou esse percentual considera a média salarial dos homens para fazer a divisão. Portanto, não é um cálculo de diferença.
A diferença de salários entre homens e mulheres varia de acordo com a função ocupada. No estado, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,9%.
Quando se trata de raça, o relatório aponta que as mulheres negras, embora sejam maioria no mercado de trabalho paraibano, recebem 33% menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 1.984,68, a da não negra é de R$ 2.640,44.
No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 2.414,05 e os não negros, R$ 3.059,05.
O relatório também indica quais empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
Na Paraíba, o relatório registrou que 37,4% das empresas possuem planos de cargos e salários; 31,7% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 24,5% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 18,5% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
Apenas 14,3% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 20% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e apenas 7,2% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência. Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (12,8%) e auxílio-creche (12,8%).
Quase 450 empresas paraibanas enviaram dados
O 1º Relatório de Transparência Salarial foi apresentado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE). O documento contém os principais dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, que é o perfil exigido por lei para apresentar os dados para o Governo Federal.
No total, 443 empresas paraibanas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 165.381 empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada em julho de 2023.
No Brasil, mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens
Em todo o Brasil, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens.
Nesse caso, a diferença de remuneração entre homens e mulheres também varia de acordo com o cargo ocupado. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, a da não negra é de R$ 4.552,45, diferença de 49,7%.
No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.843,74 e os não negros, R$ 5.718,40, o equivalente a 48,77%.
g1 PB
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