A quantidade de mulheres responsáveis pelo domicílio foi crescendo gradativamente na Paraíba. Em dez anos, esse aumento foi 72%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram analisados pelo Núcleo de Dados da Rede Paraíba. De acordo com a série histórica, em 2022 o número de mulheres responsáveis pelo lar superou o de homens pela primeira vez nos últimos dez anos.
Na pesquisa do IBGE, ao chegar nas residências, o entrevistador pergunta quem é o responsável pelo domicílio. Esse é um entendimento mais amplo e subjetivo, e não significa, exatamente, que a pessoa indicada é o chefe financeiro do lar.
No entanto, o número é carregado de simbolismo, pois se trata de alguém que não apenas carrega a responsabilidade da casa, mas que também assume esse papel principal de liderança.
Até 2022, 683 mil mulheres na Paraíba eram responsáveis pelo próprio domicílio, contra 672 mil homens.
Apesar dessa virada no entendimento de quem é o responsável pelo lar, colocando a mulher como maioria nessa função, elas ainda apresentam um rendimento financeiro menor que os homens. A média de rendimento das mulheres em 2022, de acordo com o IBGE, era 14,3% menor que a dos homens.
Isso nos leva a questionar que a equidade e igualdade de gênero ainda é um desafio. Ainda mais preocupante é quando identificamos que a taxa de pessoas desempregadas é maior entre mulheres.
Em 2022, a taxa de desocupação entre mulheres era de 16,4%, enquanto que entre homens era de 9,6%. Entre as mulheres negras, a taxa é ainda maior: 17,3%.
Mulheres são maioria no cuidado com pessoas
As mulheres ainda são maioria na população quando falamos em tarefas de cuidados de pessoas: em 2022, 660 mil mulheres faziam essa função, contra 394 mil homens. Na Paraíba, quase 40% das mulheres exercem esse tipo de função.
Quando se fala em cuidados e afazeres domésticos, juntos, o percentual é ainda maior: 90% das mulheres exercem tarefas domésticas e cuidam de pessoas próximas no estado. Quando vamos aos homens, esse percentual cai para 74%.
Inclusive, é importante destacar que há uma grande diferença entre as horas gastas por mulheres e por homens nessas atividades.
O grupo masculino dedica, em média, 12,4 horas semanais a atividades domésticas e de cuidado, enquanto que a parcela feminina da população de 14 anos ou mais empenha, por semana, 23,9 horas.
Há, ainda, diferenças dentro do próprio grupo feminino, de modo que a média de horas dedicadas a essas atividades é maior entre as mulheres pretas e pardas (24 h), do que entre as brancas (23,6 h).
g1 PB
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.