O número de armas registradas para defesa pessoal caiu em 2023 na Paraíba e o estado atingiu o menor patamar desde 2004, tendo apenas 56 armas registradas durante o último ano. Os dados são do balanço divulgado pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (4), com base no Sistema Nacional de Armas (SINARM). O estado segue a tendência de queda do país.
Em 2004, ano com menor número de registros anteriormente, foram contabilizados apenas oito armas na Paraíba, de acordo com os números.
Segundo o levantamento da PF, o ano de 2022 teve quase 19 vezes mais registros de armas que no ano seguinte. Em 2022, 1.063 armas foram registradas no estado contra 56 registradas em 2023. Esses dados são relativos à categoria “cidadão”, que exclui armas registradas por funcionários públicos.
Dentre os 56 registros de armas feitos em 2023, 55 foram feitos por homens e apenas um feito por mulheres. Eles foram feitos por pessoas que têm faixa etária que vai dos 26 até os 71 anos de idade.
Outro dado que aparece no levantamento da Polícia Federal é o tipo das armas que tiveram o maior número de registros. A mais utilizada foi a pistola, com 43 registros no estado.
A Paraíba vem observando queda sequenciais do número de registros de armas com o passar dos últimos anos. Desde 2020, quando a Paraíba atingiu a marca de 1.920 armas registradas, ano a ano, os registros vem diminuindo, com a maior queda acontecendo justamente entre 2022 e 2023.
No entanto, antes disso, de 2012 a 2017, o estado aumentou os números de armas registradas em todos os anos, após uma queda vertiginosa de 2010 para 2011 e uma nova baixa para 2012. Em 2010, o estado teve o número recorde de 4.228 armas registradas.
Antes disso, de 2006 até 2010, os números também passaram por aumentos sequenciais. Em 2006 houve 111 registros até o número recorde de 2010.
Queda também nas principais cidades
Seguindo também a tendência estadual, as duas cidades mais populosas da Paraíba tiveram quedas consideráveis de 2022 para 2023 nos números de registros de armas.
Na capital paraibana, em 2022, foram 303 armamentos registrados, enquanto no ano seguinte apenas 17 registros foram oficializados. Já Campina Grande também observou uma queda. No caso da cidade do Agreste, em 2022, 116 armas acabaram passando pelo registro, ao passo que em 2023 esse número caiu para apenas sete.
Nova lei influenciou queda nos números, segundo PF
De acordo com a Polícia Federal, a redução nos números de registros de armas é fruto do decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que impôs maiores restrições para a compra desses aparelhos por parte da população civil.
Em julho passado, um decreto de Lula reduziu o número de armas e munições que podem ser acessadas por civis para a defesa pessoal. O texto do decreto também voltou a tornar obrigatória a comprovação da efetiva necessidade para a aquisição.
Antes, civis podiam comprar, por exemplo, até quatro armas de uso permitido para a defesa pessoal, sem a necessidade de comprovação da efetiva necessidade.
O decreto de Lula estabeleceu que poderiam ser compradas até duas armas de uso permitido para defesa pessoal, comprovando-se a efetiva necessidade.
Outras medidas impostas pelo decreto foi retomado a distinção entre as armas de uso dos órgãos de segurança, decretado o fim do porte de trânsito municiado para caçadores, atiradores e colecionadores, estabelecido restrições às entidades de tiro esportivo e redução da validade dos registros de armas de fogo
Números nacionais
Assim como a Paraíba, o Brasil como um todo teve o menor número desde 2004 no registro de armas para defesa pessoal de civis. Além disso, também segundo dados do Sinarm, foram 20.822 novos cadastros em 2023, quase 82% a menos do que o total registrado em 2022 (114.044).
g1 PB
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