A Justiça da Paraíba determinou o sequestro de bens e valores até o limite de R$ 134,2 milhões de 35 acusados de participação no suposto esquema de desvio de verbas públicas do Governo da Paraíba investigado pela Operação Calvário. A decisão, proferida pelo desembargador Vital de Almeida em 29 de julho após pedido do Ministério Público da Paraíba, se tornou pública nesta segunda-feira (3).
Entre os acusados que tiveram os bens e valores autorizados ao sequestro judicial estão o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), a prefeita do Conde, Márcia Lucena (PSB), as deputadas estaduais Estela Bezerra (PSB) e Cida Ramos (PSB), o irmão do ex-governador Coriolano Coutinho, e os ex-secretários de estado Waldson de Souza, Gilberto Carneiro, Aracilba Rocha, Cláudia Veras, Ivan Burity, Edvaldo Rosas e Livânia Farias.
A lista dos acusados atingidos pela decisão judicial é composta de grande parte dos alvos da sétima fase da Operação Calvário, batizada de Juízo Final, acusados de integrarem uma suposta organização criminosa. Na decisão, o magistrado afirma que deferiu o pedido para garantir que o dinheiro supostamente desviado seja devolvido aos cofres públicos, caso efetivamente os suspeitos sejam considerados culpados.
O valor total estipulado de R$ 134,2 milhões para sequestro dos bens e valores é referente à soma total dos valores identificados como supostas propinas pagas aos agentes políticos e públicos em contratos firmados com a iniciativa privada para serviços nos setores de saúde e educação do estado.
Na descrição dos desvios, a sentença traz uma conta feita pelo força-tarefa do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público da Paraíba (Gaeco). Teriam sido pagas supostas propinas na educação e saúde no valor de R$ 70 milhões, cerca de R$ 57 milhões em propinas decorrentes da inexigibilidade de licitação e cerca de R$ 7,2 milhões em superfaturamento em um contrato específico de março de 2016.
Lista dos acusados
O que dizem os citados
O G1 entrou em contato com a defesa do ex-governador Ricardo Coutinho, mas até a publicação desta reportagem não havia resposta.
A prefeita do Conde, Márcia Lucena, por meio da assessoria, informou que até o momento não recebeu nenhum comunicado sobre o assunto e só vai se pronunciar quando for notificado de forma oficial.
A deputada estadual Estela Bezerra, também por meio de assessoria, explicou que não houve notificação formal e de que a conta bloqueada pela justiça é sua conta salário.
O advogado da deputada estadual Cida Ramos, Fabrízio Feliciano, afirmou que a deputada recebeu, com surpresa e pela imprensa, a notícia de que teve seus bens sequestrados pela justiça. "Cida Ramos jamais cometeu crime algum e pretende recorrer desta decisão, sobretudo porque, embora tenha sido notificada para se manifestar formalmente sobre o pedido de sequestro apresentado pelo Ministério Público, nenhum dos seus consistentes argumentos foi sequer mencionado pela referida decisão".
G1 PB
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.