O Governo da Paraíba vai montar um plano para testes rápidos para Covid-19 da população da Região Metropolitana de João Pessoa por meio do sistema “drive thru”, segundo informou o governador João Azevêdo (Cidadania) em entrevista à TV Cabo Branco nesta quinta-feira (14). Segundo João, a testagem vai ser feita em parceria com os municípios e é destinada às pessoas que apresentaram sintomas da doença causada pelo novo coronavírus.
“Nós fizemos a aquisição de 110 mil testes rápidos e vamos montando este esquema com as prefeituras. Em algumas cidades vai ser por ‘drive thru’, em outras vamos disponibilizar os testes nas unidades de saúdes do município”, disse João.
Segundo o governador, somente com a testagem de toda a população é que a Secretaria de Estado da Saúde pode identificar o perfil epidemiológico da contaminação de Covid-19 no estado e como a doença está se espalhando.
Nesta quinta-feira, o governador se reuniu por videoconferência com prefeitos das cidades da Região Metropolitana de João Pessoa, que concentra quase 70% dos casos de coronavírus no estado, para definir quais as novas medidas restritivas de circulação devem ser tomadas a partir de segunda-feira (18), quando acaba a validade dos decretos então em vigor.
“Como prevíamos, a Paraíba atingiu três mil casos de Covid-19 e até 22 de maio deve atingir seis mil. Em função dos números, temos que tomar estas medidas. Vamos apresentar à sociedade, neste fim de semana, um plano que efetivamente endurece algumas regras, principalmente com relação à mobilidade urbana. A taxa de isolamento continua caindo dia a dia e temos que fazer uma intervenção neste sentido”, disse João Azevêdo.
Na sexta-feira (15), os prefeitos e o governador devem voltar a fazer uma videoconferência para que o projeto das medidas seja discutido. Na entrevista, João Azevêdo não explicou quais medidas vão ser tomadas, mas disse que o novo decreto vai ser focado em pelo menos cinco pontos.
“Primeiro vamos ter uma campanha educativa forte para que a população possa entender que o isolamento é importante. O segundo ponto é diminuir a mobilidade de veículos, restringir ao máximo a movimentação de carros e pessoas que acontece nas cidades. Vamos também iniciar a distribuição das máscaras para quem não pode comprar e em seguida começar a multar quem não estiver na rua de máscara. Por fim, também vamos ter medidas sociais para identificar as comunidades que são mais frágeis a esta doença e trabalhar com campanhas de conscientização, para fazer com que as pessoas entendam definitivamente que o único remédio para esta doença é o isolamento social”, disse.
João Azevêdo descartou a possibilidade de realizar o chamado “lockdown”, que é o bloqueio total, a versão mais rígida do distanciamento social, mas efetivamente as medidas que vão ser tomadas devem ser mais duras.
“O plano que estamos fazendo vai na direção do endurecimento. Estamos estudando desde pontos de bloqueio à rodízio de veículos e isso vai ser definido pelos prefeitos na apresentação do projeto. Se for aprovado por todos os prefeitos, então apresentamos à sociedade. Existe sim a possibilidade de rodízio de carros para restringir a mobilidade e vamos avaliar cada medida a ser tomada”, disse.
João Azevêdo falou ainda sobre quais as condições necessárias para a flexibilização destas regras e não vê previsão de recuperação das atividades até que a situação de pandemia seja reduzida.
“O plano de flexibilização se baseia em três premissas básicas: primeiro que o número de casos esteja em curva descendente por 14 dias. Não estamos nem perto disso. Segundo, que o número de testagem da população esteja em um patamar que estabelece o perfil epidemiológico correto do estado, mas ainda estamos ampliando. Por fim temos que ter uma estrutura hospitalar que seja capaz de absorver um novo pico da doença. Não temos isso hoje nem na Paraíba e nem em nenhum estado”, explicou o governador.
Para João, o estado só pode pensar em flexibilização se tiver estas condições, mas segundo ele, a Paraíba ainda está “subindo a ladeira” da curva e não chegou sequer a atingir o pico.
“Eu entendo perfeitamente as dificuldades que estamos passando, não sou insensível a isso, mas é uma opção que tenho que fazer. Ou tomar medidas para salvar vidas ou, ao contrário, acontecer o que acontece em vários estados do Brasil, que têm critérios para definir quem entra nos leitos de UTI, com filas de espera e os médicos tendo que decidir quem tem mais chance de viver ou não. Isso eu não quero para a Paraíba e só vamos conseguir se tivermos apoio da população”, completou.
G1 PB
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