Novembro 26, 2024

Paraíba deve atingir pico de casos da Covid-19 no início de junho, indica estudo da UFPB

O pico de casos do coronavírus na Paraíba deve ser alcançado no início do mês de junho de 2020. Um estudo feito pelo Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) apontou que o contágio da Covid-19 pode atingir a 5% da população do estado no início do próximo mês, chegando a 190 mil pessoas infectadas.

A previsão do secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, no entanto, projeta um aumento mais próximo. A estimativa da Secretaria de Estado da SAúde (SES) é de que nos próximos três ou quatro dias, a Paraíba, que superou os 3 mil casos confirmados na quarta-feira (13), alcance a marca dos 4 mil infectados pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).

“Tudo vai depender, principalmente, do aumento da nossa capacidade de testagem. Nesta semana o estado recebeu cerca de 80 mil testes e já distribuiu pelos municípios. Agora é responsabilidade dos municípios testarem. Uma testagem maciça da população, que é o que deve ser feito agora, vai aumentar exponencialmente o número de casos confirmados”, explicou.

Ainda de acordo com Geraldo Medeiros, a rapidez do aumento do número de pessoas com Covid-19 é uma prova de que estamos vivendo um crescimento exponencial dos casos. “Passamos 42 dias para chegar a mil casos. Depois, foram oito dias para atingir 2 mil e finalmente quatro dias para chegar a 3 mil. A tendência é de que em trêss dias, cheguemos a quatro mil casos”, comentou.

Na previsão feita pelo Labimec da UFPB, o número de casos da Paraíba, contabilizado em 3.045 casos confirmados para coronavírus, terá que aumentar 62 vezes em cerca de três semanas para atingir a marca de prevista de 190.078 infectados no estado. A previsão para João Pessoa é de um contágio correspondente a 4% da população da capital, chegando a 35.457 pacientes com Covid-19 no mesmo período.

Prognóstico pessimista
O prognóstico realizado pelos pesquisadores da UFPB tem com base o modelo epidemiológico SIR, usado para medir a evolução de epidemias contagiosas. Para isso, indivíduos de determinada população são definidos em Susceptíveis (S), Infectados (I) e Recuperados (R).

Além disso, foi considerado nos cálculos três variantes: a população não varia, ou seja sem nascimentos e mortes sendo considerados; todos são suscetíveis a pegar a doença; e todos ficam imunes ao contrair uma vez o vírus.

Maria Daniella Silva, uma das pesquisadoras do Labimec, explica que os resultados não estão levando em conta nenhuma medida de contenção de interação humana. “Isso achataria a curva, ou seja, reduziria o número máximo de infectados”.

Ocupação dos leitos
O aumento veloz dos casos de Covid-19 pressiona gradativamente a rede hospitalar da Paraíba, a ocupação dos leitos exclusivos para atendimentos de pacientes com o coronavírus tem aumentado. A SES, no entanto, vem acionando um planejamento de ondas de ampliação de leitos. São previstas oito ondas no total. De acordo com Geraldo Medeiros, o estado ainda tem condições de disparar duas ondas.

“Desde março estamos com o planejamento da emissão de oito ondas. Cada onda é composta de 30 leitos enfermaria e 10 leitos de UTI, quando 50% desses leitos de cada onda é ocupado, se dispara a onda seguinte, é o que vem sendo feito. Nós disparamos uma de iUTI de 20 leitos, encheu, soltamos mais uma 10 leitos, encheu também. Terça-feira (12) disparamos outra de UTI com 12 leitos, tudo isso só no Hospital Metropolitano que já conta com 42 leitos”, explicou.

Ainda de acordo com Geraldo, as duas ondas de ampliação de leitos que devem se ativadas nos próximos dias são de 10 leitos de UTI cada uma delas, totalizando uma ampliação de mais 20 leitos Covid-19 somente nos hospitais administrados pela SES. A rede hospitalar do município de João Pessoa, administrada pela Prefeitura da capital paraibana, também vem passando por expansões sucessivas, o que colabora diretamente para evitar um colapso da rede paraibana.

Queda do isolamento
À medida que os números da doença avançam, o índice de isolamento social caiu. Entre os dias 2 e 8 de maio, correspondente à primeira semana do mês, o percentual da população que cumpria as regras de isolamento social, principal método de prevenção ao vírus, variou de 40% a 45,9%, não atingindo sequer o percentual mínimo de 50% recomendado pela Secretaria de Estado de Saúde.

“Se não houver um controle social, se as pessoas continuarem se contaminando, nesses 15 dias estaremos em uma iminência de colapso. Infelizmente, as pessoas durante a vigência de um isolamento como o que estamos vivendo tendem a relaxar com o passar do tempo. O impacto desse relaxamento nós só vamos sentir mais na frente, justamente daqui a 15 dias”, comentou o secretário de saúde.

G1 PB
Portal Santo André em Foco

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