Pilar é a terra de José Lins do Rego. Itabaiana, do mestre sanfoneiro Sivuca e do poeta Zé de Luz. Umbuzeiro, de João Pessoa, Epitácio Pessoa e Assis Chateaubriand. Essas e outras sete cidades integram o Fórum do Vale do Paraíba - organização que nasceu em 2017, com o objetivo de fomentar o turismo na microrregião de Itabaiana. O Vale foi mapeado pelo Banco do Nordeste (BNB), por meio do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), como um dos oito territórios paraibanos com potencial de crescimento econômico.
O Prodeter tem como objetivo promover o desenvolvimento local e regional, por meio da organização e elevação da competitividade de cadeias produtivas de atividades priorizadas. Segundo o agente de desenvolvimento do BNB, Nazareno Nascimento Félix, a instituição estruturou um Prodeter no território do Vale do Paraíba ao identificar, por meio de um estudo interno, que a região tinha, em 2017, um dos piores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Paraíba.
O Sebrae Paraíba já havia começado, em 2015, uma consultoria para identificar a vocação econômica dos municípios da microrregião de Itabaiana. Essa assessoria também tinha como finalidade criar uma instância de governança que promovesse e conduzisse as ações de desenvolvimento integrado nesse território. Assim, em junho de 2017, com a mobilização de ativistas, agentes produtivos, lideranças comunitárias, prefeituras e parceiros institucionais, como Sebrae e BNB, foi instituído o Fórum do Vale do Paraíba.
A instância de governança é composta pelos seguintes municípios: Pilar, Itabaiana, Juripiranga, Ingá, Mogeiro, Salgado de São Félix, Gurinhém, Natuba, Itatuba e Umbuzeiro. Cada cidade tem sua potencialidade e, juntas, formam um conjunto de paisagens que fazem da região um cenário propício para diversos segmentos do turismo.
“São casarios, estações de trem e engenhos, alguns ainda bem preservados”, frizou o agente de desenvolvimento do BNB, Nazareno Nascimento Félix.
“Outras cidades desenvolvem importantes atividades econômicas, como a criação de camarões, em Itabaiana, Salgado de São Félix e Mogeiro; a fruticultura em Gurinhém; e o cultivo de banana e uva; a produção de vinhos, em Natuba, e de mel em Salgado de São Félix”, elencou. Ele lembrou ainda que a região foi berço de grandes nomes nas artes, na cultura e na política paraibana, como Sivuca, Zé da Luz, José Lins do Rego, Assis Chateaubriand, João Pessoa e Epitácio Pessoa.
ROTEIRO DE UM TREM CULTURAL
O primeiro grande projeto do Fórum do Vale do Paraíba é a elaboração de um roteiro de trem de turismo cultural. A petição foi entregue ao secretário executivo de Turismo do Estado, Ivan Burity, no último dia 28, em uma reunião que contou com a participação de prefeitos, secretários municipais que compõem o Fórum e parceiros de desenvolvimento (Sebrae e BNB).
“O passeio de trem é nostálgico. A gente escuta os mais velhos contarem que as estações da nossa região eram agradáveis e movimentadas. Essa perspectiva desperta em nós o desejo por viver essa experiência”, comentou a presidente do Fórum do Vale do Paraíba, Renaly Oliveira. “Acreditamos que a reativação da via férrea e a volta do trem, numa proposta turística, vai alavancar os investimentos e, consequentemente, o desenvolvimento de todo o Vale do Paraíba”, acrescentou.
Com base no sucesso do Trem do Forró, com rota entre Campina Grande e Galante durante o São João, o Fórum do Vale do Paraíba tem a expectativa de triplicar o número de visitas para os municípios da microrregião de Itabaiana. A via férrea corta os municípios de Pilar, Itabaiana, Mogeiro e Ingá. As demais cidades teriam rotas de carro partindo desses quatro destinos. O documento entregue ao Governo ressalta que o trem é um instrumento de resgate do patrimônio ferroviário, além de configurar como oferta de novo roteiro para os atrativos turísticos da região e a possibilidade de inclusão social para as comunidades ladeadas pelas linhas férreas.
“Iremos elaborar um projeto, para avaliar as condições dos trilhos e definir um orçamento para realização da obra”, comentou Ivan Burity.
COMPÕEM O FÓRUM VALE DO PARAÍBA
Pilar
Terra do poeta José Lins do Rego, a cidade promove a Semana Cultural Zé Lins e o Turismo de Aventura e Histórico;
Itabaiana
Terra do mestre sanfoneiro Sivuca e do poeta Zé da Luz, a cidade promove o Festival de Jazz e Blues Sivuca e o Turismo Histórico e Religioso;
Juripiranga
Promove o Turismo Cultural com o Festival de Cinema Cine Paraíso e o Festival de Folclore;
Ingá
Terra das Itacoatiaras do Ingá, monumento arqueológico constituído por um terreno rochoso com inscrições rupestres entalhadas na rocha. Foi reconhecido como Patrimônio Cultural pelo Iphan;
Salgado de São Félix
Promove o Turismo de Aventura e o Circuito do Frio;
Mogeiro
Promove a Festa do Amendoim e o Forró do Bacurau, além do Ecoturismo na Pedra do Convento;
Gurinhém
Promove o Festival da Jaboticaba e o São João tradição;
Natuba
Promove o Festa da Uva com produção de vinhos e queijos
Umbuzeiro
Terra de João Pessoa, Epitácio Pessoa e Assis Chateaubriand, promove o Turismo Histórico e de eventos com o Carnaval do Mela-Mela;
Itatuba
Promove o Turismo Ecológico e Religioso, com a visitação ao Mosteiro Mãe da Ternura.
GERADORES DE EMPREGOS
De acordo com mapeamento do Banco do Nordeste, a Paraíba tem seis atividades em oito territórios que apresentam potencial para geração de emprego e renda. São elas bovinocultura de leite, no Cariri Oriental e Médio Piranhas; cocoicultura, no Vale do Piranhas; caprinocultura de leite, no Cariri Ocidental e Curimataú; avicultura, em Borborema; turismo, no Vale do Paraíba; e ovinocultura, no Piemonte da Borborema.
Essas atividades são desenvolvidas em 57 municípios paraibanos. Cada uma apresenta desafios e organização própria de seus agentes produtivos, como cooperativas, entes municipais e estaduais, além de instituições de pesquisa e de capacitação. Por meio do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), o BNB instaura comitês territoriais e municipais, com envolvimento da instituição e dos produtores locais.
Os envolvidos buscam minimizar os gargalos identificados em cada atividade econômica priorizada, avaliando e executando os Planos de Ação Territorial (PATs), com a definição de objetivos geral e específicos, metas, ações, prazos e responsáveis. A bovinocultura de leite do Cariri Oriental, por exemplo, estabeleceu como objetivo a elevação em 20% da produtividade das matrizes leiteiras de 200 produtores, num prazo de cinco anos.
Ao todo, o BNB já concedeu R$ 856 mil em financiamentos aos produtores, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Em três anos de implantação do Prodeter no Cariri Oriental, o associativismo permitiu a realização coletiva de vendas e compras, sobretudo de insumos, reduzindo em cerca de 30% as despesas decorrentes da aquisição de ração, medicamentos e vacinas.
O gerente executivo de Desenvolvimento Territorial do BNB na Paraíba, Izidro Soares, destacou que as ações de organização locais permitem a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem nos territórios trabalhados. “A concessão do crédito é uma das vertentes do desenvolvimento. No formato apresentado pelo Prodeter apresenta risco mitigado para o Banco do Nordeste, em virtude do grau de estruturação em que se encontrarão os produtores no momento mais adequado para a concessão do financiamento”, avaliou.
OBJETIVOS BUSCADOS PELAS ATIVIDADES POR MEIO DO PRODETER
Avicultura: elevar a competitividade e aumentar o volume de vendas;
Bovinocultura de leite: expandir os canais de comercialização, a lucratividade das vendas promover melhoria genética e aumentar a produtividade;
Caprinocultura de leite: promover melhoria genética e elevar a produtividade;
Ovinocultura de corte: atender aos pré-requisitos de qualidade do mercado;
Cocoicultura: aumentar a produtividade;
Turismo: implantar uma região turística no Vale do Paraíba.
Fonte: BNB
Correio da Paráiba
Portal Santo André em Foco
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