Janeiro 21, 2025
Arimatea

Arimatea

Entre 2% e 5% de todo o plástico produzido no mundo acaba despejado nos oceanos, em forma de resíduo. Ali, esse material vai se degradando lentamente, se deteriorando - e se transforma no chamado microplástico, pequenas partículas que podem ser microscópicas ou chegar até 5 milímetros de comprimento.

Os mares estão cheio disso, em um processo que começou nos anos 1950, quando a indústria mundial passou a produzir mais maciçamente esses materiais.

Mas esse lixo todo não para no mar. Essas pequenas partículas acabam ingeridas por animais marinhos e, assim, entrando na cadeia alimentar. No fim da linha, nós, humanos, acabamos comendo plástico.

Resíduos do material também podem acabar entrando em nosso organismo quando consumimos produtos embalados em plástico, seja um invólucro que envolve a carne processada, seja a água tomada na garrafinha.

Mas quanto de plástico realmente estamos ingerindo?
Para responder a essa pergunta, um grupo de cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canadá, resolveu fazer um levantamento inédito. Liderados pelo pesquisador Kieran Cox, eles revisaram e compilaram 26 estudos anteriores que analisaram as quantidades de partículas de microplásticos em peixes, moluscos, açúcares, sais, álcoois, água - de torneira e engarrafada - e no próprio ar.

Então, usando como base as Diretrizes Alimentares - guia com a recomendação do governo americano -, os cientistas avaliaram quanto desses alimentos costuma ser ingerido por homens, mulheres e crianças por ano.

O resultado foi que a ingestão de microplásticos varia de 74 mil a 121 mil partículas por ano, conforme idade e sexo.

E se você é daqueles que só bebe água de garrafinha, um alerta: a pesquisa constatou que quem prefere água assim em vez da de torneira pode estar ingerindo microplásticos a mais.

"Indivíduos que cumprem sua ingestão de água recomendada apenas por meio de fontes engarrafadas podem estar ingerindo mais 90 mil microplásticos anualmente, em comparação com 4 mil microplásticos para quem consome apenas água da torneira", pontua Cox, em artigo publicado nesta quarta-feira no periódico científico Environmental Science & Technology.

Segundo o estudo, crianças do sexo feminino ingerem 74 mil partículas em média, contra 81 mil de crianças do sexo masculino. No caso dos adultos, mulheres ingerem uma média de 98 mil microplásticos enquanto os homens, 121 mil.

Nas fezes
É muito difícil quantificar em termos de volume ou mesmo tamanho toda essa quantidade de microplásticos. Isso porque as partículas podem ser microscópicas - mas, por conceito, um fragmento de até 5 milímetros de comprimento ainda pode ser chamado de microplástico.

Se considerarmos o limite extremo dessa escala, ingerir 121 mil partículas de microplásticos - na hipótese de isso ser feito de uma só vez - seria o equivalente a engolir uma fita plástica de 605 metros.

No ano passado, uma pesquisa encontrou microplásticos em sal de cozinha. O trabalho, realizado por cientistas sul-coreanos em parceria com a ONG Greenpeace, encontrou o material em 36 de 39 marcas analisadas.

Também no ano passado, outra pesquisa demonstrou pela primeira vez o que já se suspeitava: que nós, seres humanos, estamos ingerindo microplásticos. O estudo, desenvolvido pelo médico Philipp Schwabl, da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, encontrou partículas de microplásticos em fezes humanas colhidas em oito países diferentes: Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, Rússia, Reino Unido e Áustria.

A reportagem da BBC News Brasil pediu para que Schwabl analisasse os dados do estudo divulgado nesta quarta. Considerando que o seu próprio estudo encontrou uma média de 20 partículas de microplásticos em cada 10 gramas de fezes humanas, ele afirma que é bem pertinente que a ingestão anual desse material seja superior a 70 mil partículas.

Efeitos sobre o corpo humano
Ainda pouco se sabe sobre quais os efeitos que os microplásticos podem vir a ter no corpo humano. O estudo publicado nesta quarta-feira, por exemplo, não entra nessa seara.

O médico Schwabl também prefere afirmar que qualquer afirmação definitiva necessita de mais pesquisas. "Embora existam primeiros estudos em animais mostrando que partículas de microplástico têm potencial de causar danos a organismos, não há conhecimento suficiente sobre o impacto médico de tais partículas quando deglutidas por humanos", diz ele. "Mais estudos são necessários para elucidar esse tópico importante"

Procurado pela BBC News Brasil, o médico toxicologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP), demonstra preocupação com elevado número de micropartículas que o estudo recente demonstra que estamos ingerindo.

"Pode haver consequências mecânicas e patológicas", diz ele.

Do primeiro aspecto, o médico lembra que substâncias plásticas podem eventualmente se aglutinar dentro do organismo e, com o tempo, "se tornarem uma obstrução para o esvaziamento estomacal". "Isso realmente ocorre e já foi verificado em peixes e outros animais marinhos. São obstruções mecânicas que podem ocorrer no estômago, no intestino delgado e na válvula ileocecal", afirma.

Wong também explica que há um risco para a mucosa do estômago. "Ela é feita de vilosidades. Essas substâncias plásticas podem entrar e então provocar inflamação ou mesmo obstrução, impedindo a absorção dos alimentos", completa.

Um outro risco, pontua o médico, é que os microplásticos sofram degradação pelas enzimas digestivas. "E, assim, liberem no organismo substâncias tóxicas presentes nos plásticos", explica.

Os diferentes tipos de plástico, conforme lembra o especialista, trazem componentes que podem ser nocivos. "Evidentemente que alguns causam doenças, outros causam tumores", afirma Wong. "As partículas são pequenas, mas o acúmulo ao longo do tempo pode causar problemas."

Para exemplificar o risco, o médico lembra que a substância bisfenol A, composto utilizado na fabricação de plásticos de policarbonato (chamado de PC), pode promover tumores e alterar funções hormonais - alterando funções de hormônios sexuais.

"O PVC é outro: pode liberar substâncias cancerígenas", alerta. "Há estudos que diversas composições plásticas podem ser indutoras de tumores."

No estudo divulgado pelo médico Philipp Schwabl em 2018, foram encontrados nas fezes humanas nove tipos diferentes de partículas plásticas: PP, PET, PU, PVC, PA, PC, POM, PE e PS.

BBC
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Na próxima terça-feira (11) serão abertas as inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni) do segundo semestre de 2019. O programa oferta bolsas de estudo em instituições particulares de ensino superior.

O prazo para participar da seleção vai até 14 de junho. A inscrição deverá ser feita pela internet, no site do ProUni. É preciso informar o número de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 e a senha.

Podem se inscrever candidatos que não tenham diploma de curso superior e que participaram do Enem 2018. É necessário ter obtido uma nota mínima de 450 pontos na média aritmética nas provas do Enem. Outra exigência é a de que o aluno não tenha tirado zero na redação.

Cada estudante precisa ter cursado o ensino médio completo em escola pública ou em instituição privada como bolsista integral. Também podem participar do programa estudantes com deficiência e professores da rede pública.

Bolsas
As bolsas de estudo ofertadas são parciais, de 50% do valor da mensalidade, e integrais, de 100%, e são para o segundo semestre deste ano.

As bolsas integrais são destinadas a estudantes com renda familiar bruta per capita de até 1,5 salário mínimo. As bolsas parciais contemplaram os candidatos que têm renda familiar bruta per capita de até 3 salários mínimos.

Resultado
A divulgação do resultado da primeira chamada está prevista para 18 de junho deste ano. Já a segunda chamada será no dia 2 de julho.

O candidato pré-selecionado deverá comparecer à respectiva instituição de ensino superior para comprovação das informações no período de 18 a 25 de junho, caso tenha sido selecionado na primeira chamada e de 2 a 8 de julho na segunda.

A lista de espera, caso as vagas não sejam ocupadas, fica disponível no site para consulta pelas instituições de ensino no dia 18 de julho.

Agência Brasil
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Encerra hoje (7), às 23h59, o período para inscrições da segunda edição de 2019 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A inscrição é feita no site do programa. Ao todo, são ofertadas 59.028 vagas em 76 instituições públicas de ensino em todo o país.

Podem participar os estudantes que fizeram prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2018 e obtiveram nota na redação acima de zero. Pelo Sisu, os estudantes usam a nota do Enem para concorrer à vagas em instituições públicas de ensino superior.

Durante o período de inscrição, os candidatos podem escolher até duas opções de curso, em ordem de preferência, o local de oferta, o turno e a modalidade de concorrência. O candidato pode alterar as opções de cursos, assim como cancelar. A classificação no Sisu será feita com base na última alteração efetuada e confirmada pelo candidato no sistema.

Nota de corte
Durante o período de inscrição, uma vez por dia, o Sisu calcula a nota de corte, que é a menor para o candidato ficar entre os potencialmente selecionados. As notas de corte para cada curso são baseadas no número de vagas disponíveis e no total dos candidatos inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência.

O cálculo é usado apenas com uma referência para auxiliar o candidato no monitoramento de sua inscrição e não garante a seleção para a vaga ofertada.

Cronograma
O Sisu terá uma única chamada, com resultado divulgado em 10 de junho de 2019 no portal, e nas instituições para as quais efetuou sua inscrição.

A matrícula ou o registro acadêmico na instituição para a qual o candidato foi selecionado na chamada regular deve ser feita nos dias 12 a 17 de junho de 2019.

Para participar da lista de espera, o candidato deverá manifestar seu interesse na página do Sisu, no período de 11 a 17 de junho de 2019. É possível manifestar interesse na lista de espera em apenas um dos cursos para o qual o candidato optou por concorrer em sua inscrição ao Sisu. No dia 19 as instituições convocam os candidatos em lista de espera.

Agência Brasil
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Forças de segurança norte-americanas prenderam na quinta-feira (6) um homem de 22 anos suspeito de ameaçar um atentado contra a Times Square – principal praça de Nova York. De acordo com promotores, ele tinha nacionalidade de Bangladesh e vivia legalmente nos Estados Unidos, no bairro novaiorquino do Queens.

Autoridades informaram ao jornal "The New York Times" que o homem foi detido ao tentar comprar uma arma. Ele negociou com um policial disfarçado a compra de armamento com número de série apagado.

Além disso, o homem ameaçava jogar uma granada no local, mas, de acordo com o "Times", o suspeito não chegou a adquirir explosivos. Segundo a agência Reuters, ele fez passeios de "reconhecimento de área" na Times Square para planejar o atentado.

O suspeito preso deve comparecer a um tribunal ainda nesta sexta-feira (7), onde provavelmente vai receber uma acusação formal.

G1
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O número de venezuelanos que saiu do país chegou a 4 milhões, de acordo com a ONU.

Segundo a agência para refugiados da organização, é o país que tem o maior grupo populacional fora de seu país de origem.

O ritmo de saída da Venezuela cresceu rapidamente, segundo a ONU: no fim de 2015, eram 695 mil. Menos de três anos e meio depois, alcançou 4 milhões.

Em sete meses, desde novembro do ano passado, um milhão de pessoas saíram do país.

Países latino-americanos receberam a maioria dos venezuelanos. Há 1,3 milhão na Colômbia e 768 mil no Peru.

Brasil é o país com o quinto maior contingente de refugiados venezuelanos
O Brasil é a quinta nação que mais recebeu refugiados: são 168 mil, o que equivale a 4,2% do total.

“Esses números alarmantes, e a necessidade urgente de apoiar as comunidades de países anfitriões”, afirmou Eduardo Stein, representante da agência de refugiados e migrantes venezuelanos da ONU.

Os países latino-americanos e caribenhos fazem a parte deles para responder a essa crise sem precedentes, mas, diz Stein, não se pode esperar que eles sigam sem apoio internacional.

Os governos da região devem implementar mecanismos para coordenar as respostas e facilitar a inclusão legal, social e econômica de venezuelanos, de acordo com a entidade.

G1
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O governo de Donald Trump anunciou na quarta-feira (6) que vai acabar todos os programas de pesquisas médicas sobre tecidos retirados de fetos abortados. A medida responde a uma reivindicação dos grupos contrários ao aborto nos Estados Unidos, mas coloca em risco os avanços na luta contra várias doenças.

O departamento de Saúde anunciou em um comunicado que a partir de agora nenhum pesquisador dos Institutos nacionais de saúde (NIH na sigla em inglês) poderá trabalhar sobre testes em tecidos de fetos. “Promover a dignidade da vida humana da concepção até a morte natural é uma das primeiras prioridades da administração do presidente Trump”, indicou o departamento, que equivale ao ministério da Saúde do país.

O governo também informou que não pretende renovar o contrato de financiamento público de pesquisas sobre tecidos fetais na Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF). O programa, que contava com um orçamento de US$ 2 bilhões por ano, desenvolve testes sobre novos tratamentos contra o vírus HIV. Os tecidos fetais também são usados nas pesquisas contra o Mal de Alzheimer, problemas na medula óssea e doenças oftalmológicas.

O centro universitário californiano utiliza ratos de laboratório nos quais os pesquisadores implantam células fetais para criar um sistema imunitário próximo ao do humano. O objetivo é testar anticorpos potenciais contra o vírus.

As medidas não representam uma proibição das pesquisas, pois os programas privados poderão continuar. No entanto, eles não terão mais apoio de fundos públicos.

Vários estados restringiram o aborto
“A maioria dos americanos recusa que seus impostos criem um mercado para pedaços de bebês abortados que serão implantados em ratos para experiências”, defende a organização Marcha pela Vida. Mas para inúmeros cientistas, os tecidos fetais são essenciais para as pesquisas de ponta e já demonstraram sua eficácia, principalmente em vacinas contra a poliomielite, a rubéola e a raiva.

A decisão do governo Trump é anunciada logo após o voto em vários estados conservadores de leis que restringem o aborto no país. O objetivo é levar a questão diante da Suprema Corte, que autoriza, desde 1973, a interrupção voluntária da gravidez.

RFI
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Um prédio na cidade sueca de Linkoping foi danificado e 19 pessoas tiveram ferimentos leves. A polícia suspeita que o motivo tenha sido a explosão de uma bomba.

Os agentes investigam o que aconteceu. A rádio pública sueca relatou que uma explosão destruiu os vidros e os terraços de um prédio residencial de cinco andares e danificou edifícios vizinhos.

Uma parte dos feridos foi levada a um hospital universitário da cidade.

Prédios na região foram isolados com faixas, mas não há planos para tirar as pessoas das casas.

A causa da explosão não é clara, mas na Suécia, houve casos de explosivos serem usados em ataques entre gangues rivais nos últimos anos.

Reuters
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O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), variou 0,11% em maio, ficando 0,23 ponto percentual abaixo da taxa de abril (0,34%).

O acumulado em 12 meses foi para 4,49%, resultado abaixo dos 4,95% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2018, o índice ficou em 0,55%.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em abril fechou em R$ 1.130,67, passou para R$ 1.131,89 em maio, sendo R$ 592,48 relativos aos materiais e R$ 539,41 à mão de obra.

A parcela dos materiais variou 0,39%, com alta de 0,06 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,33%) e 0,12 ponto percentual em relação a maio de 2018 (0,27%).

Por outro lado, a parcela da mão de obra, com variação de -0,21%, caiu 0,57 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,36%), e 1,07 ponto percentual em relação a maio de 2018 (0,86%).

De janeiro a maio, os acumulados foram 2,27% (materiais) e 0,91% (mão de obra), sendo que em 12 meses ficaram em 6,63% (materiais) e 2,25% (mão de obra).

Centro-Oeste tem menor variação
Com taxa negativa em todos os seus estados, a região Centro-Oeste apresentou a menor variação regional em maio: -0,13%.

As demais regiões registraram alta: 0,23% (Nordeste), 0,23% (Norte), 0,03% (Sudeste) e 0,16% (Sul).

Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.137,65 (Norte); R$ 1.052,90 (Nordeste); R$ 1.181,12 (Sudeste); R$ 1.177,85 (Sul) e R$ 1.130,22 (Centro-Oeste).

Agência Brasil
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O dólar opera em queda nesta sexta-feira (7), com investidores de olho nas negociações entre o Executivo e o Congresso em torno da aprovação de reformas e acompanhando desdobramentos de questões comerciais no exterior.

Às 14h18, a moeda norte-americana caía 0,77%, vendida a R$ 3,8525. Na mínima do dia, chegou a R$ 3,8500.

Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,31%, vendida a R$ 3,8824. Na mínima, o dólar chegou a R$ 3,8571 e na máxima, a R$ 3,8860.

Cenário externo
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou nesta sexta que a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou acentuadamente em maio e os salários subiram menos que o esperado, sugerindo que a perda de ímpeto na atividade econômica está se disseminando para o mercado de trabalho, o que pode pressionar ainda mais o Federal Reserve (BC dos EUA) a cortar os juros até três vezes até o fim deste ano.

Já na disputa comercial com a China, o governo norte-americano prorrogou em duas semanas o prazo para a entrada de exportações chinesas nos EUA antes de elevar tarifas a 25%.

Por aqui
No lado doméstico, o mercado segue monitorando desdobramentos ligados à pauta econômica, em especial à reforma da Previdência, com expectativa de que o parecer do relator do texto na comissão especial seja apresentado no início da próxima semana.

Na quinta-feira, um grupo de 25 governadores assinou uma carta pedindo a manutenção dos Estados e municípios no texto da reforma, em um movimento que tenta se contrapor à possibilidade, levantada no Congresso, de que os servidores estaduais e municipais não sejam cobertos pelas mudanças de regras.

Contribui para o bom humor na cena local a decisão do Supremo Tribunal Federal na noite de quinta-feira que dispensa aval prévio do Congresso Nacional para a venda do controle de acionário de subsidiárias de estatais, destaca a Reuters.

O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de US$ 10,089 bilhões.

G1
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,13% em maio, o que representa uma desaceleração ante a taxa de 0,57% de abril, segundo divulgou nesta sexta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi o menor resultado para um mês de maio desde 2006 (0,10%). Trata-se também do índice mensal mais baixo do ano até o momento, refletindo principalmente a descompressão dos preços do grupo de alimentação e bebidas, que voltou a apresentar deflação. A baixa inflação está relacionada à desaceleração do crescimento do país: com a demanda em queda, os preços tendem a recuar.

Nos 4 primeiros meses do ano, porém, a inflação acumulada é de 2,22%, a maior taxa para o período desde 2016, quando ficou em 4,05%.

Em 12 meses, o índice acumulado recuou para 4,66%, abaixo dos 4,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Apesar da desaceleração, a taxa ainda permanece acima da meta central de inflação do governo para 2019, que é de 4,25%.

O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado. Mediana das projeções de consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data era de uma taxa de 0,20% em maio. Para 12 meses, a expectativa era de alta de 4,73%.

Alimentos e bebidas freiam inflação
Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, 4 registraram deflação em maio. A principal contribuição para a desaceleração índice geral veio de "Alimentação e bebidas" (-0,56%), após uma alta de 0,63% em abril. Só este grupo respondeu por uma impacto de -0,14 ponto percentual (p.p.) na inflação do mês.

Do lado das altas, as maiores pressões vieram dos grupos "Habitação" (0,98%), com impacto de 0,15 p.p. no índice geral, e "Saúde e cuidados pessoais" (0,59%), com impacto de 0,07 ponto percentual.

Veja a inflação de maio por grupos pesquisados e o impacto de cada um no índice geral:

  • Alimentação e Bebidas: -0,56% (-0,14 ponto percentual)
  • Habitação: 0,98% (0,15 p.p.)
  • Artigos de Residência: -0,10% (0 p.p.)
  • Vestuário: 0,34% (0,02)
  • Transportes: 0,07% (0,01 p.p.)
  • Saúde e Cuidados Pessoais: 0,59% (0,07 p.p.)
  • Despesas Pessoais: 0,16% (0,02 p.p.)
  • Educação: -0,04% (0 p.p.)
  • Comunicação: -0,03% (0 p.p.)

No grupo alimentação, os destaques de queda para os preços do tomate (-15,08%), após alta de 28,64% em abril, feijão-carioca (-13,04%) e frutas (-2,87%). Por outro lado, o leite longa vida (2,37%) e a cenoura (15,74%) subiram em maio. Os produtos alimentícios adquiridos para o consumo dentro de casa tiveram queda de 0,89% no mês.

De acordo com o analista do IBGE, Pedro Kislanov da Costa, houve melhora nas condições climáticas em maio, com diminuição da chuva, o que favoreceu diversas colheitas. Além disso, aconteceu a colheita do feijão segunda safra, o que fez o produto chegar ao consumidor com o preço mais baixo.

Gasolina e energia elétrica foram os vilões do mês
Segundo o IBGE, os itens que mais pressionaram a inflação no mês foram gasolina (2,60%), com impacto individual de 0,11 p.p. no IPCA de maio, e energia elétrica (2,18%). No acumulado no ano, a gasolina acumula alta de 4,44% e a energia elétrica avanço de 3,37%, ambos os itens acima do índice geral (2,22%).

Segundo o IBGE, o IPCA de maio teria ficado em 0,05% se a energia elétrica não tivesse ficado mais cara.

"De dezembro de 2018 a abril de 2019, havia vigorado a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Em maio, passou a vigorar a bandeira amarela, com custo adicional de R$ 0,01 para cada quilowatt-hora consumido. Além disso, vários reajustes de tarifas foram incorporados", destacou o IBGE na divulgação.

Nos gastos com habitação (0,98%), outro destaque de alta foi o gás de botijão (1,35%).

No grupo dos Transportes, o diesel também subiu (2,16%). Já o preço do etanol caiu (-0,44%).

Destaque também para ônibus intermunicipais (0,45%) e passagens aéreas (-21,82%), após alta de 5,32% em abril, representando o maior impacto individual de baixa no índice geral do mês (-0,10 p.p.). No acumulado em 12 meses, entretanto, as passagens têm alta de 23,85%.

Perspectivas e meta de inflação
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que está estacionada há mais de um ano na mínima histórica de 6,5%.

Os analistas das instituições financeiras continuam projetando uma inflação abaixo do centro da meta do governo, com uma taxa de 4,03% em 2019, indo a 4% em 2020, segundo a última pesquisa "Focus" do Banco Central.

O IBGE calcula a inflação oficial com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Aracaju, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Rio Branco e São Luís.

Espaço para queda de juros
A inflação de maio aponta que há espaço para corte de juros no segundo semestre, afirma Julia Passabom, economista do Itaú Unibanco.

“O número confirma nossa percepção de que a inflação está tranquila. O hiato do produto está muito aberto, não há pressão de demanda”, afirma Julia, observando que pressões vistas no início do ano, como o aumento dos preços dos alimentos, estão sendo devolvidas. Núcleos e a inflação de serviços também mostram taxas comportadas.

Inflação por capitais
Na análise por capitais e índices regionais, Rio Branco (0,67%) apresentou a maior inflação em maio. Já os menores índices ficaram com Brasília e com a região metropolitana do Rio de Janeiro, ambas com -0,05%.

Veja a inflação de abril por região:

Rio Branco: 0,67%

  • Goiânia: 0,48%
  • Campo Grande: 0,42%
  • Aracaju: 0,34%
  • Recife: 0,33%
  • São Luís: 0,25%
  • Fortaleza: 0,21%
  • Belo Horizonte: 0,21%
  • São Paulo: 0,13%
  • Porto Alegre: 0,12%
  • Salvador:0,11%
  • Vitória: 0,09%
  • Belém: 0,05%
  • Curitiba: -0,03%
  • Brasília: -0,05%
  • Rio de Janeiro: -0,05%

INPC em maio foi de 0,15%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para os reajustes salariais, ficou em 0,15% em maio, abaixo dos 0,60% de abril. O acumulado do ano está em 2,44% e o dos últimos doze meses foi para 4,78%, contra 5,07% nos 12 meses imediatamente anteriores.

G1 
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