Novembro 30, 2024
Arimatea

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Tenha ou não ajudado o presidente Jair Bolsonaro a chegar ao Planalto no ano passado, o atentado à faca que ele sofreu há um ano em Juiz de Fora (MG), durante um ato de campanha, se transformou em um dos acontecimentos ao qual ele, a família e os correligionários se referem com mais frequência e profundidade. Ao conceder entrevistas, participar de programas de televisão e receber benção em eventos religiosos, Bolsonaro não titubeia antes de se referir à data em que foi ferido por Adélio Bispo de Oliveira, considerado inimputável pela Justiça após ser diagnosticado com um transtorno mental.

Além do risco à vida do então candidato, o episódio criou complicações para a saúde de Bolsonaro — até janeiro, foi necessário usar uma bolsa de colostomia e ainda há uma q uarta cirurgia marcada pra domingo — e entrou para o vocabulário da retórica bolsonarista como exemplo da capacidade de superação de seu líder. A facada também levou o entorno do presidente a reforçar cada vez mais a segurança dele (não é raro vê-lo vestindo um colete à prova de balas ao participar de agendas públicas) e a orientá-lo dos cuidados que precisa tomar para que a recuperação continue progredindo. Em julho, por exemplo, médicos indicaram a necessidade de postergar um salto de paraquedas que Bolsonaro havia planejado.

Os encontros de Bolsonaro com a base eleitoral evangélica, na tentativa de manter a proximidade, são marcados por menções à facada. Em julho, por exemplo, ele ouviu de um bispo em Brasília, durante um culto, que a própria trajetória "foi um milagre de Deus" e que o divino o "guardou no momento da facada". Em junho, ao visitar o Vale do Ribeira, região do estado de São Paulo em que nasceu, o presidente se emocionou quando soube que freiras tinham rezado pela recuperação dele. Ainda naquele mês, na Marcha para Jesus da capital paulista, afirmou que ganhou o dom de viver pela segunda vez e, ao agradecer eleitores, disse que "Deus nos deu a presidência".

Atrelada à suposição de que a sobrevivência à facada foi um sinal divino, a utilização dela como uma espécie de argumento de autoridade que justifique ações controversas é movimento frequente entre apoiadores. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) defendeu recentemente que o episódio garante a Bolsonaro o direito de escolher o próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, para a embaixada brasileira nos Estados Unidos. "Quem levou a facada foi ele, quem ganhou a eleição foi ele. Ele tem todo o direito de escolher quem é melhor", afirmou Trad. Quando o ex-presidente Lula disse que havia "alguma coisa estranha na facada", o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) General Heleno não se conteve ao dizer para jornalistas, entre socos na mesa, que o petista agia com "canalhice" e que deveria ser condenado "à prisão perpétua".

Ferida aberta
Um dos grandes motivos para que facada de Bolsonaro seguisse em pauta foi o encerramento das investigações pela Polícia Federal (PF), dez meses após o ocorrido, sem que houvesse o indiciamento de um mandante. O próprio presidente costuma refutar a tese de que Adélio Bispo agiu sozinho. Com o objetivo de descobrir quem supostamente apoiava o homem que o esfaqueou, Bolsonaro chegou a se prontificar a encontrá-lo pessoalmente.

"Ele tem a chance de falar agora. Eu estou me dispondo a ele, se ele quiser conversar comigo, abrir o jogo, eu vou conversar com ele, com familiar dele", disse em julho.

Bolsonaro, os filhos e grande parte dos políticos que o clã ajudou a eleger sustentam até hoje o discurso de que há um interessado maior na morte do presidente. Uma parcela das críticas dele à PF está assumidamente relacionada à questão vista como mal solucionada. Os investigadores, no entato, sempre disseram que Adélio era um lobo solitário. A antiga filiação do autor ao Partido Social Liberal (PSOL), de oposição ao governo, alimenta ainda mais a narrativa com ares de teoria da conspiração.

Trauma revivido frequentemente na oratória, a facada de Bolsonaro deixou uma cicatriz desenhada em quase toda extensão do abdômen dele. A marca já foi exibida sem qualquer pudor mais de duas vezes na TV, uma delas num humorístico. "Alguns falam que foi fake", brincou o presidente ao levantar a camisa. Na fala mais recente sobre o tema, num canal do Youtube, ele resumiu o incômodo que sente quando se refere ao ataque: "Há muito tempo espero que a PF chegue no final da linha. Entre o meu caso e o da Marielle Franco, que a imprensa tanto reverbera, o meu é muito mais fácil ou menos difícil de se desvendar", disse Bolsonaro.

O Globo
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Após chamar a primeira-dama da França, Brigitte Macron, de “feia”, o ministro da Economia, Paulo Guedes divulgou uma nota na qual pede desculpas, classifica a fala como uma “brincadeira”, e diz que o objetivo era ilustrar que “questões relevantes” estão sem espaço público. A declaração foi dada em Fortaleza em uma palestra para cerca de 600 empresários.

“O ministro Paulo Guedes pede desculpas pela brincadeira feita hoje em evento público em Fortaleza (CE), quando mencionou a primeira-dama francesa Brigitte Macron. A intenção do ministro foi ilustrar que questões relevantes e urgentes para país não têm o espaço que deveriam no debate público. Não houve qualquer intenção de proferir ofensas pessoais”, diz a nota de Guedes.

Ao citar a polêmica entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron, Guedes afirmou:

— O que vejo nos jornais é que ele (Bolsonaro) xingou a (Michelle) Bachelet, que chamou a mulher do (presidente Emmanuel) Macron de feia. É feia mesmo, não é nenhuma mentira.
Sob risos da plateia, emendou :

— Não existe mulher feia. O que existe é mulher vista pelo ângulo ruim.

A declaração de Guedes gerou críticas. Em post no Twiter, a economista Elena Landau, ex-diretora do BNDES, disse que ministro tem que ter postura.

Pior é pessoal passando pano ou alguém achando que a questão é feminismo . É falta de educação mesmo, vamos parar com essa história que governar é papo de botequim . Tem que ter postura sim . Liturgia do cargo. Ainda mais qdo é um ministro que é considerado âncora do governo https://t.co/MHvgbsXkrb

— elena landau (@elenalandau) September 5, 2019

Na semana passada, os presidentes Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron trocaram farpas por causa das queimadas na Floresta Amazônica. Macron chegou a chamar Bolsonaro de mentiroso e sinalizou que os franceses poderão não assinar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Na rasteira das discussões, um seguidor publicou uma montagem de fotos dos casais Macron e Bolsonaro em um post no Facebook do presidente brasileiro, com a legenda: “Agora entende por que Macron persegue Bolsonaro?”.

O presidente brasileiro respondeu: “Não humilha cara. Kkkkkkk”.

No dia seguinte, Bolsonaro disse que não endossou o comentário e alegou que falou para um seguidor seu não "falar besteira." Ele destacou ainda que não se mete na "questão pessoal".

No entanto, o presidente francês disse que o comentário sobre Brigitte foi "triste" para os brasileiros, uma "vergonha" para as mulheres brasileiras e "extremamente desrespeitoso". Afirmou ainda que "respeita" os brasileiros e que espera que "eles tenham muito rapidamente um presidente que se comporte à altura" do cargo.

Na quarta-feira, o alvo dos ataques de Bolsonaro foi a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet , que criticou políticas do seu governo.
Novamente em um post do Facebook, o presidente brasileiro afirmou que Bachelet está "seguindo a linha" do presidente francês ao se "intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira".

O Globo
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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (5), ao justificar os 36 vetos que fará ao projeto do abuso de autoridade, que é favorável ao texto em linhas-gerais, mas que um "remédio excessivamente forte poderia matar o paciente".

O projeto, aprovado pelo Congresso, lista condutas de juízes, procuradores e policiais que devem ser enquadradas como abusivas e ser consideradas crimes. Críticos ao texto alegam que se trata de um obstáculo ao trabalho de investigadores e no combate à corrupção.

Esta quinta é a data-limite para Bolsonaro sancionar o projeto integralmente ou apresentar vetos. Nos últimos dias, ele foi alertado de que uma quantidade de vetos que desfigurasse o texto poderia causar desgaste com o Congresso. Por outro lado, o presidente não quer passar uma imagem à população de que o governo está aliviando o combate à corrupção.

“Hoje [quinta-feira] apresentarei os vetos no último dia do abuso de autoridade. O espírito do projeto vai ser mantido, mas 36 emendas serão apresentadas. Nós queremos combater o abuso de autoridade, mas não podemos botar um remédio excessivamente forte, de modo que venha a matar o paciente”, afirmou Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto para lançar programa de incentivo à criação de escolas cívico-militares.

O presidente disse ainda que, ao tomar a decisão dos vetos, não buscou "fazer média" com a população nem afrontar o Congresso.

"Não estou afrontando o parlamento, nem querendo fazer média com a população, nem ceder ao clamor por parte de muitos populares de 'veta tudo'. Não sou radical, mas devemos construir algo que possa, sim, fazer o Brasil ser diferente", completou Bolsonaro.

A decisão de vetar os 36 trechos, de acordo com Bolsonaro, foi tomada em acordo com o grupo do Congresso conhecido como Centrão. "Quem fez a proposta dos vetos foi o meu Centrão", disse o presidente.

Ele afirmou ainda que conversou também com os ministros Sergio Moro (Justiça), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), André Mendonça (Advocacia-Geral da União) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência).

O presidente não informou quais serão os trechos vetados. Assim que o projeto foi encaminhado do Congresso para o Palácio do Planalto ele se manifestou contra o dispositivo que punia com prisão o policial que usasse algemas irregularmente.

G1
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O subprocurador-geral da República Augusto Aras foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o cargo de procurador-geral da República (PGR).

A informação foi dada pelo próprio presidente nesta quinta-feira (5), em um evento no Ministério da Agricultura.

"Já estou apanhando da mídia. Esse é um bom sinal, sinal que a indicação nossa é boa. Acabei de indicar o senhor Augusto Aras para chefiar o Ministério Público Federal", anunciou Bolsonaro durante a cerimônia de inauguração do Observatório da Agropecuária..

Segundo o presidente, Aras terá "respeito" ao produtor rural, a fim de casar "preservação" e o trabalho no campo. "Uma das coisas conversadas com ele, já era sua prática também, é na questão ambiental. O respeito ao produtor rural e também o casamento da preservação do meio ambiente com o produtor", declarou Bolsonaro.

O mandato da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, termina no próximo dia 17. Até lá, se o nome de Aras ainda não tiver sido aprovado pelo Senado, assumirá temporariamente o vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, o subprocurador Alcides Martins. Nessa hipótese, Martins fica no "mandato-tampão" até a posse de Augusto Aras.

Mais cedo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que a tramitação da indicação do PGR no Senado "não vai ser com toda essa celeridade".

Ele disse que, como o mandato de Dodge termina no próximo dia 17, o Senado teria somente 12 dias para analisar o nome do indicado por Bolsonaro. "Até para isso, tem o procurador substituto, o vice-procurador, para ocupar esse espaço", disse Alcolumbre. O indicado tem de passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por votação no plenário do Senado.

Após o anúncio de Bolsonaro, a assessoria do Planalto divulgou a mensagem ao Senado que oficializa a indicação de Aras.

Augusto Aras não integrou a lista tríplice de nomes sugeridos pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) à Presidência da República para assumir a PGR.

Bolsonaro não é obrigado a escolher alguém da lista. Nos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e também nos dois de Dilma Rousseff o escolhido para a PGR foi o primeiro da lista. O ex-presidente Michel Temer escolheu Raquel Dodge, segunda da lista.

Nos bastidores do MPF, Augusto Aras é chamado de "PGR biônico", numa alusão à nomeação de prefeitos, governadores e até senadores durante a ditadura militar (1964-1985) sem passar pelo voto popular.

O subprocurador-geral da República reuniu-se ao menos três vezes com o presidente. Os encontros não constaram na agenda oficial de Bolsonaro, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência.

Aras integra o Ministério Público desde 1987 e define-se publicamente como conservador. Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" em abril, afirmou ser crítico da lista tríplice por entender que uma eleição interna para escolha do procurador reproduz os vícios da política partidária.

No início de agosto, Bolsonaro afirmou que esperava indicar um procurador-geral da República que trate da questão ambiental "sem radicalismo".

Nesta semana, o presidente disse que queria um procurador-geral "alinhado" com ele, comparou o governo com um jogo de xadrez no qual, ele, Bolsonaro, era o "rei" e o PGR, a "dama".

Ele também defendeu que o escolhido tenha "tratamento adequado" com as Forças Armadas e que não atue de "forma xiita" em relação às minorias.

Perfil
Augusto Aras é atualmente subprocurador-geral da República, especializado nas áreas de direito público e direito econômico. Tem 60 anos. Nasceu em Salvador (BA), em 4 de dezembro de 1958.

Como entrou na carreira do Ministério Público Federal (MPF) em 1987, antes da promulgação da Constituição Federal, Aras pôde optar por atuar no Ministério Público e manter suas atividades como advogado.

Integrantes do órgão que ingressaram na carreira após a Constituição não possuem esse direito. Se for aprovado pelo Senado, deverá devolver à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a carteira de advogado.

Aras é doutor em direito constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005); mestre em Direito Econômico pela Universidade Federal da Bahia (2000); graduado bacharel em Direito pela Universidade Católica do Salvador (1981). Atualmente é professor da Universidade de Brasília (unB)

Ingressou no MPF em 1987, como procurador da República e atualmente é subprocurador-geral da República. Como subprocurador, atuou nas câmaras das áreas constitucional, penal, crimes econômicos e consumidor. É o atual coordenador da 3ª Câmara da PGR, que cuida de temas econômicos.

Função
Cabe ao procurador-geral da República chefiar o Ministério Público da União por dois anos. O MPU abrange os ministérios públicos Federal, do Trabalho, Militar, do Distrito Federal e Territórios.

O procurador-geral tem a função de representar o Ministério Público no Supremo Tribunal Federal (STF) e, às vezes, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também desempenha a função de procurador-geral eleitoral.

No STF, o procurador-geral tem, entre outras prerrogativas, a função de propor ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) e ações penais públicas.

Cabe ao procurador-geral, também, pedir abertura de inquéritos para investigar presidente da República, ministros, deputados e senadores. Ele também tem a prerrogativa de apresentar denúncias nesses casos.

O PGR pode ainda criar forças-tarefa para investigações especiais, como é o caso do grupo que atua na Operação Lava Jato. Também pode encerrá-las ou ampliá-las.

O PGR, contudo, não é o chefe no sentido clássico. Existe a independência funcional dos membros, não sendo possível fazer um controle hierárquico no âmbito do Ministério Público.

G1
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) descobriu que o vírus Zika, além de se replicar no cérebro de pessoas adultas, também causa prejuízos de memória e problemas motores. O estudo foi publicado hoje (5), em Londres, no Nature Communications.

O estudo foi iniciado na época do surto de Zika no país, nos anos de 2015 e 2016. “[Na época] aumentou o número de casos e, junto com a microcefalia, que foi o que chamou mais a atenção, começaram a aparecer complicações em pacientes adultos”, disse uma das coordenadoras da pesquisa, a neurocientista Claudia Figueiredo.

Apesar de a doença ser autolimitada, com sintomas leves, muitos pacientes apresentavam quadro mais grave: alguns entravam em coma ou tinham internações por períodos mais longos. “Então, surgiu a nossa pergunta: os pesquisadores têm mostrado que o vírus se replica em células progenitoras, que são aquelas do feto, do nervo central. Será que esse vírus não infecta também o neurônio maduro? Foi aí que começou a nossa abordagem”, relatou Claudia.

Neurônio maduro
Os pesquisadores da UFRJ usaram tecidos de acesso, ou seja, tecidos sem doença, de pacientes adultos que haviam se submetido a cirurgias do cérebro, mas não tinham Zika. Eles fizeram cultura em laboratório e colocaram o vírus Zika nesse tecido, que tem neurônio maduro. Observaram então que o vírus infectava aquelas células, principalmente os neurônios desse tecido, e se replicava nesse tecido. Ou seja, produzia novas partículas virais.

Nesse meio tempo, surgiram achados clínicos de que em alguns pacientes se detectava o vírus no sistema nervoso central, no líquor, que é o líquido que envolve o cérebro. Os pesquisadores da UFRJ decidiram então ver que tipo de efeito aconteceria se infectassem o cérebro de um animal adulto com esse vírus. “A gente fez a administração do vírus dentro do cérebro do camundongo adulto e observou várias coisas”, disse Cláudia.

Replicação
Constatou-se então que o vírus se replicava no cérebro do animal adulto e tinha preferência por áreas relacionadas com a memória e o controle motor. “E era justamente isso que estava alterado nos pacientes quando eles tinham o vírus em quadros mais complicados. Não só o vírus se replicou, mas ele [camundongo] ficou com prejuízo de memória e prejuízo motor”. Isso pode acontecer com pessoas adultas também, confirmou a coordenadora do estudo. “Quando o vírus infecta, em algumas pessoas, não se sabe por quê, o vírus chega ao sistema nervoso central, em outras não, depende de vários fatores, e pode causar esse tipo de dano”.

A neurocientista destacou que o prejuízo de memória ocorreu não apenas na fase adulta da infecção. Os cientistas perceberam que os sintomas permanecem mesmo após a infecção ter sido controlada nos camundongos. O vírus se replicou e teve um pico de replicação de vários dias. “Só que até 30 dias depois que o vírus já está com quantidade baixa no cérebro, o animal ainda continua com prejuízo de memória. O prejuízo de memória persiste”. A pesquisadora esclareceu que 30 dias na vida de um animal equivalem a dois, três ou quatro anos na vida de um humano. “É muito tempo”.

A pesquisa alerta que talvez seja necessário avaliar a memória dos pacientes infectados após alguns anos. O estudo também concluiu que o vírus induz uma informação importante no cérebro: que esses períodos de memória estão associados a quadros inflamatórios muito intensos. Os pesquisadores usaram um anti-inflamatório e viram que esse tratamento melhora o prejuízo de memória, levando o paciente a recuperar a função prejudicada. Os cientistas acreditam que a descoberta pode contribuir para a elaboração de políticas públicas para tratamento de complicações neurológicas por Zika em pacientes adultos.

Doenças neuropsiquiátricas
A pesquisa agora deverá estudar outras alterações, isto é, se os pacientes que saem de um quadro de infecção de Zika ficam mais suscetíveis a outras doenças neuropsiquiátricas. Para isso, estão submetendo um animal que já se recuperou e melhorou do prejuízo de memória, para ver se ele fica mais suscetível, por exemplo, a eventos de estresse que podem levar a um quadro depressivo. Claudia Figueiredo afirmou que a continuidade dos estudos depende de novos apoios financeiros. A Faperj, por exemplo, já ampliou a Rede Zika por mais um ano.

Os pesquisadores querem avaliar ainda o efeito de outras arboviroses, isto é, os vírus transmitidos por mosquitos, entre os quais a Chikungunya, sobre esse tipo de alteração, principalmente na questão da dor. “Que tipo de dor induz. Se é um quadro similar à artrite, se há um componente neurológico nessa dor, algum componente central”, informou a pesquisadora.

A pesquisa contou com financiamento da Rede de Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Além de Claudia Figueiredo, também coordenou a pesquisa, Sergio Ferreira, do Instituto de Bioquímica da UFRJ. A virolgista Andrea Da Poian, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ colaborou.

Agência Brasil
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A reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) suspendeu o uso de ar-condicionado nas dependência da instituição nos campi de João Pessoa, Areia, Bananeiras e Litoral Norte. O ofício foi enviado para pró-reitores, diretores de centro, diretores de órgãos suplementares e gestores prediais da reitoria. A medida faz parte do contingenciamento que acontece dentro da instituição e bloqueio de verbas pelo Governo Federal.

Não são atingidos pela medida os locais onde o uso do ar-condicionado e imprescindível, como laboratórios de pesquisa, espaços onde funcionam equipamentos que demandam refrigeração ou salas sem janelas, onde não há circulação de ar.

A reitoria também solicitou à comunidade acadêmica que seja feito um uso racional da iluminação nos ambientes, evitando deixar luzes acesas durante o dia e sempre apagar quando sair do local.

Quando houver necessidade de uso do ar-condicionado, o aparelho deve ser ligado em 23ºC, com atenção especial em horários de pico, como a partir das 17h.

Segundo o documento, a UFPB permanece com 30% do orçamento contingenciado, o que corresponde a R$ 49,6 milhões destinados à manutenção, como serviços de limpeza, segurança, energia e água, entre outros. Sem o descontingenciamento dos recursos, o funcionamento da Universidade está comprometido.

As medidas não atingem o Hospital Universitário Lauro Wanderley, porque a unidade de saúde é administrada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

G1 PB
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O presidente da Colômbia, Iván Duque, descartou nesta quinta-feira (5) uma intervenção militar na Venezuela diante das tensões que surgiram nos últimos dias entre os dois países e que levaram à realização de manobras pelas forças armadas venezuelanas na fronteira.

"A Colômbia não ataca ninguém, este é um país que sempre respeita a territorialidade de outras nações", declarou o presidente.

No dia anterior, o ministro das Relações Exteriores Carlos Holmes Trujillo alertou que a Colômbia estava pronta para defender sua soberania contra as "ameaças" do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que declarou um "alerta laranja" na área de fronteira devido a supostas ameaças de Bogotá.

Segundo Maduro, Duque usaria o rearmamento recente de alguns ex-comandantes das FARC que deixaram o pacto de paz assinado em 2016 como uma desculpa para "iniciar um conflito militar" com Caracas.

O presidente socialista convocou exercícios militares na fronteira de 10 a 28 de setembro e a implantação de um sistema de mísseis terrestres e antiaéreos.

Duque acusa Maduro de proteger e dar refúgio a um grupo dissidente do que era a guerrilha mais poderosa da América, liderada por Iván Márquez, ex-número dois das FARC e que na semana passada anunciou uma nova rebelião armada.

France Presse
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O Papa Francisco saudou nesta quinta-feira (5) o acordo de paz recentemente assinado em Moçambique, a primeira etapa de sua turnê africana, e disse "compartilhar o sofrimento" das milhares de pessoas afetadas pelos dois ciclones que devastaram o país este ano.

"Vocês assinaram, cerca de um mês atrás, (...) o acordo do cessar-fogo definitivo entre irmãos moçambicanos. É um marco que comemoramos e esperamos ser decisivo", disse o pontífice em seu primeiro discurso desde sua chegada na quarta-feira à noite a Moçambique.

Um tratado de paz histórico foi assinado em 6 de agosto entre o governo de Maputo e a Renamo, a antiga rebelião que se tornou o principal partido de oposição. Apesar de a guerra civil ter terminado 27 anos atrás, a Renamo nunca havia se desarmado.

O papa Francisco, que falou nesta quinta diante do presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e do líder da Renamo, Ossufo Momade, elogiou "os esforços que foram feitos para trazer a paz".

"Não à violência que destrói, sim à paz e à reconciliação! A paz é a melhor maneira de enfrentar (...) os desafios que vocês têm como nação", declarou o líder de 1,3 bilhão de católicos, dirigindo-se às autoridades moçambicanas e a membros da sociedade civil reunidos em Maputo.

Um dos países mais pobres do planeta, Moçambique tenta se reconstruir depois de dois ciclones devastadores, Idai e Kenneth, em março e abril, que deixaram mais de 700 mortos.

"Minhas primeiras palavras de (...) solidariedade" vão para as vítimas Idai e Kenneth, disse o papa.

France Presse
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Uma pessoa morreu e 30 ficaram feridas, uma delas em estado grave, em um choque entre um trem e um caminhão em uma passagem de nível em Yokohama, no Japão, anunciaram os serviços de emergência e a companhia ferroviária nesta quinta (5).

"Trinta pessoas foram transportadas para o hospital, duas delas em estado grava e uma delas faleceu mais tarde", afirmou o corpo de bombeiros de Yokohama.

A vítima fatal é o motorista do caminhão, segundo a imprensa local.

A colisão aconteceu na linha que liga Tóquio com a região metropolitana, entre as estações de Kanagawa-Shinmachi e Nakakido, em Yokohama.

O trem envolvido no acidente é de alta velocidade e não para em todas as estações.

France Presse
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O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (5) que os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 1,315 bilhão no mês de agosto.

Ainda de acordo com dados do BC, a retirada líquida de recursos da poupança (ou seja, saques acima dos depósitos) foi de R$ 14,788 bilhões nos oito primeiros meses deste ano.

Durante todo o ano de 2018, os depósitos superaram os saques em R$ 38,260 bilhões.

Volume total de recursos
Conforme o BC, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado na poupança, registrou aumento em agosto.

Em julho de 2019, o saldo da poupança estava em R$ 802,063 bilhões. Em agosto, passou para R$ 806,387 bilhões.

Além dos depósitos e dos saques, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança.

Atratividade da poupança
Com a queda dos juros básicos da economia para 6% ao ano, a caderneta de poupança passou a render menos, assim como outros investimentos em renda fixa.

Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC.

G1
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