Árvore
Plantada junto ao rio, que mana, flui morro abaixo,
águas vivas, permanece firme, erguida;
ramos estendidos dão sombra, chegam ao azul do céu;
verde, frondosa, copa abundante, visitada por incontáveis pássaros cantores.
Sob a sua sombra senta-se o caminhante cansado,
busca repouso, refresco, sombra, a proximidade da água, do canto melodioso
da água, da melodia do manancial, sinfonia de múltiplos murmúrios, de cantos.
A árvore, firme, de pé se mantém;
suas raízes profundas estendem-se para baixo da terra,
fundo, mas fundo, rumo à fonte profunda, o manancial.
O rio: flui no seu leito, penetra a terra, água subterrânea,
escondida, alcança suas raízes;
a árvore se alimenta da água; à água se mantém unida;
junto à água permanece firme, erguida, de pé...
verde, frondosa, frutal, florida em frutos maduros.
Se dá: sombra, acolhida, descanso, fruta, alimento, aroma,
o brinquedo, o canto dos pássaros que nela se aninham.
Não se move, sua copa o vento sopra.
O tronco reto, erguido, estático; as raízes quase quietas
pouco a pouco vão em direção à água.
Sem a água que bebem a árvore morre, não pode dar sombra, abrigo,
ser ninho, não floresce, sem frutos maduros, nem flores cheirosas.
O segredo: árvore, água, raízes sob a terra,
no coração-entranhas da terra; sob a terra da água se alimenta.
Não se move, firme, no seu lugar, se dá sem mover-se,
permanece no seu lugar, aguarda paciente, silenciosa,
firme para aqueles que a ela acorrem; abre-se a eles, se dá;
dá sombra, refúgio, fruta madura.
Árvore centenária de folha perene.
Vive pra sempre e permanece perto da água, silenciosa,
oculta união, dá vida frutífera, duradoura, folha perene;
sempre verde, sempre viva;
junto às águas vivas, suas raízes sedentas buscam beber,
saciar-se, regar toda a árvore.
"Felizes aquele que nele se abrigam" (Sl 5,12).
Maite Melendo
Pesquisa: Arimatéa Porto
COMECE O DIA FELIZ
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