Terra - mãe
Que semelhança profunda entre as duas há.
Contêm as águas imensas e se deixam docemente banhar.
Carregam o fogo na alma, que em arroubos de paixões,
provocam fantásticos vulcões capazes de nos despertar.
Querem ser abraçadas, sem os filhos discriminar.
Esquecem os maus tratos agarrando-se teimosas em sementes embrionárias,
que nutrem pacientemente, na certeza do milagre, de podê-las transformar.
Em ciclos incansáveis, têm o dom de germinar,
basta o amor acontecer, semear.
Captam inaudíveis lamentos, unem-se às alegres orquestras,
respeitam estrondosos ruídos, adaptam apurados ouvidos
para ler os pensamentos.
Suportam guerras inúteis, por motivos graves ou fúteis,
querendo convencer que há mais possibilidades
em sobreviver do que inutilmente perecer.
Nunca adormecem de todo, atentas ao menor movimento,
da mão que as procura pedindo por alimento,
do filho que a casa torna, cansado de caminhar,
na esperança de se encontrar, de ser acolhido de novo,
pelo seio palpitante que o nutriu quando menino,
pelos braços que o embalaram, preparando seu destino,
pela paz agradecida de quem se acostumou a lidar com a vida.
Maria Salete Interciso
Pesquisa: Arimatéa Porto
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