Se o ruim pode piorar, o bom pode melhorar
Num momento crítico de nossa nação, onde as boas manifestações e reivindicações se chocaram com destruições e vandalismos, certa jornalista escrevia um artigo com este título: “Nada é tão ruim que não possa piorar”. Por ter achado uma afirmação sábia e verdadeira, pensei em refleti-la com os leitores “no coração da vida”.
É mais do que comprovado que um mal nunca vem sozinho. Ao natural, o ruim tende a piorar. Ouvindo e vendo, quase diariamente, lamentos e dramas de pessoas, comprova-se que a crise econômica gera crise de relacionamentos, a crise de relacionamentos provoca separações e brigas, as separações aumentam a multidão dos solitários e a solidão se torna agente de abandonos, depressões e frustrações. Porém, quando se forma um círculo vicioso há sempre um alerta que aponta para a possibilidade de efetivar um círculo virtuoso.
Para estancar a piora do ruim, e sanar este retrocesso humano e social, são necessários muitos recursos, ajudas e reações. A primeira delas é a pessoa admitir que isto seja possível. Quando a mente humana se auto convence da possibilidade de uma virada para melhor, o que parecia o fim pode se transformar em novo começo. Se o melhor da autoestima se juntar a solidariedade, o círculo vicioso vai se transformando em virtuoso.
O Papa Francisco, em sua visita à Comunidade de Varginha clama às autoridades públicas e às pessoas de boa vontade pela cultura da solidariedade: “Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário!... Cada um, na medida das próprias possibilidades e responsabilidades, saiba dar a sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais! Não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que frequentemente regula nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade”.
Se é verdade que o ruim pode piorar, também é verdade que o bom pode melhorar. Ouvi há muitos anos, uma frase que dizia: “Os ruins não são bons, porque os bons não são melhores”. Claro, aqui há um perigo de ficar pensando e classificando: quem são os ruins e quem são os bons!? A tentação do maniqueísmo ainda não passou. Geralmente nos colocamos no lado dos bons. Neste caso, ao menos devemos nos perguntar: “Como, e em que eu posso ser melhor para estimular os outros?
O bom e o bem sempre podem melhorar. Desde as coisas mais simples de nosso uso diário, nossos bens mais valiosos e, acima de tudo a nós mesmos, sempre necessitamos dedicar cuidado e cultivo. Para melhorar e otimizar a vida e as relações o argumento mais consistente nos vem da fé. Pois a fé nos abre para o recurso do sobrenatural, onde se encontra a fonte inesgotável da beleza, do bem, da verdade e da religião. Nossa verdadeira imagem não se encontra em nenhuma oficina especializada, mas no coração de Deus que nos fez à sua imagem e semelhança. Em Cristo revela-se o projeto de pessoa perfeita no qual podemos nos adequar sem medo de errar. Nele os ruins encontram a cura e os bons podem se santificar.
Frei Luiz Turra
Pesquisa: Arimatéa Porto
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